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IARA LEE

Brasileira que tentou levar ajuda a Gaza em 2010 relembra massacre e teme por atual flotilha

Cineasta gravou únicas imagens do ataque israelense que deixou nove mortos; 'violência absurda', disse ao Brasil de Fato

02.maio.2024 às 14h32
Atualizado em 03.maio.2024 às 14h32
São Paulo (SP)
Rodrigo Durão

Marinha israelense matou nove integrantes da Flotilha da Liberdade em 2010 - IDF

Desde a semana ada, a Flotilha da Liberdade – um conjunto de embarcações com 5,5  toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza – vem sendo impedida de partir de Istambul, na Turquia. A pressão do governo israelense paralisou a iniciativa, pensada para mitigar o sofrimento dos palestinos, vítimas há mais de seis meses de um massacre initerrupto que já registrou a morte de quase 35 mil pessoas, a maioria delas mulheres e crianças.

Há 14 anos, outra Flotilha da Liberdade tentou furar o bloqueio que vinha sendo imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2007, como castigo por terem eleito o partido Hamas nas primeiras eleições democráticas ocorridas no território palestino, um ano antes. Assim como a atual, a flotilha de 2010 também teve como ponto de partida a cidade turca, mas em maio daquele ano o grupo de seis barcos foi emboscado e atacado pela Marinha israelense.

Nove tripulantes foram mortos e dezenas, feridos. Presente na ocasião, a cineasta e ativista brasileira Iara Lee conseguiu preservar as únicas imagens do ocorrido que foram publicadas. Em entrevista ao Brasil de Fato, ela comentou o incidente e a tentativa atual de levar ajuda ao território ocupado.

Leia a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: Qual a diferença entre a atual Flotilha da Liberdade e a que você integrou?

Iara Lee: Alguns dos ageiros são os mesmos, muitos outros mudaram, as instituições também. Neste ano, agora tinha até o neto do Nelson Mandela que, por ter sofrido o apartheid, não queria a mesma coisa para Gaza. Em 2010, fui a única brasileira.

Nesse ano de 2024 me convidaram, mas eu já tinha compromissos assumidos, não consegui ir. Quando vi que Israel pressionou e conseguiu que a Guiné-Bissau tirasse sua bandeira do navio impedindo a entrada de mais de 5 mil toneladas de ajuda achei uma situação bem deja vu. É sempre a tentativa de romper o controle israelense, que responde com uma violência absurda.

Não muda nada: arma química, fósforo branco, bomba de fragmentação, drones, assassinatos de trabalhadores que prestam ajuda humanitária. Agora estão cometendo genocídio abertamente, na cara de pau, e o mundo não faz nada como nunca fez. A situação só piora. 

Como foi a experiência em 2010 ao testemunhar de perto a violência de Israel?

Eles começaram simplesmente a matar as pessoas e jogar os corpos ao meu lado. Mais do que com medo, eu fiquei injuriada. A primeira coisa que eles fizeram foi cortar nossa comunicação por satélite, antes de invadirem nosso barco de forma ilegal, em águas internacionais com helicópteros, comandos, barcos. 

E mataram mesmo. Miravam na cabeça e atiravam. Foram tão covardes que, depois de tirarem nossas câmeras, telefones, roubaram nossos cartões de crédito e foram fazer compras pessoais. Além de tudo são ladrões. 

Quando vocês partiram de Istambul, qual era a expectativa?

Sabíamos que eles viriam, mas a aposta era a de que isso aconteceria quando entrássemos em águas territoriais de Gaza, não nas águas internacionais onde estávamos. A abordagem foi surpresa e totalmente ilegal.

Eu estava filmando havia vários dias, tinha falado com muita gente e me surpreendi em ver a capacidade do ser humano. Tinha gente do Líbano que havia tido toda a família morta por Israel e, ainda assim, estava lá se solidarizando com os palestinos. 

Como aconteceram os assassinatos? Houve resistência à invasão?

Resistência com estilingues, pedaços de pau, cadeiras. Eles tinham uma listinha, encontramos um livro deles que caiu e havia orientação para poupar os tripulantes mais famosos, os chamados "vips". E liberava os soldados para atirarem nos outros, matarem quem quisessem, especialmente muçulmanos com barba. Foi isso que eles fizeram.

Foi também por isso que consegui retirar o material filmado, já que tinha contratado um câmera sérvio, branco de olho azul. Eu o tinha aconselhado a evitar usar um HD grande, mas sim um cartão SD pequeno. Lembro que, antes da invasão, ele brincava, dizendo: 'Mas Iara, como eles vão invadir isso aqui? São centenas de pessoas?' Ele achava impossível. Na sua ingenuidade, ele pensava que estava indo a uma aventura comigo, não à uma guerra. 

Ele continuou filmando, mesmo com os soldados lá. Quando vimos a luz de uma mira lazer nele, caiu a ficha e ele parou de filmar. Posteriormente, já em terra firme, quando entendeu que estava comprando briga com o maior estado terrorista do planeta, bateu o pânico nele, pensou que seria retaliado, impedido de continuar nos Estados Unidos. Mas nada disso aconteceu.

Os israelenses então nos separaram e começaram a chegar os corpos dos mortos. Vi que eram basicamente trabalhadores da Turquia, muçulmanos. Depois nos levaram para uma prisão em Israel, 600 pessoas sem o a advogados, contato com embaixadas. Na época, o governo Lula foi muito prestativo e gentil, o [então chanceler e hoje assessor da Presidência Celso] Amorim chegou até a ligar pra mim. Sou cidadã dos EUA também e o tratamento não poderia ter sido mais diferente. O governo estadunidense nos aconselhou a acatar tudo o que os israelenses diziam, avisaram que não teriam tempo de fazer um acompanhamento muito próximo e nos deu uma lista de advogados pagos, se quiséssemos – com um custo de US$ 500 por hora – e só. Israel não quis pagar nem a deportação.

O presidente turco, Recep Tayip Erdogan, teve que mandar aviões para nos levar todos para Istambul e, depois, para os nossos países. A vida então seguiu, ninguém foi responsabilizado, Israel segue fazendo o que quer.

O que aconteceu depois, já que você tinha as únicas imagens do ataque?

Quase nada. Fiz uma conferencia de imprensa na ONU, em Nova York, o que deixou Israel injuriado, se perguntando como eu poderia ter as imagens. Na ocasião, fiquei surpresa em ver como a imprensa comercial não se interessou em divulgar. Diziam que já era uma história velha e, mesmo quando demonstravam interesse, as eventuais reportagens nunca iam para o ar. Entendi aí a força do lobby israelense na mídia norte-americana. Hoje sabemos o que acontece em Gaza porque todos têm um celular, sobem na internet sem mediação. Se fossemos contar com  a grande mídia, teríamos apenas a versão de Israel. 

Qual sua opinião sobre a flotilha atual, que não conseguiu zarpar da Turquia, e quais são suas expectativas para o futuro?

Chega uma hora que você esgota o ativismo de Instagram e precisa deixar o conforto do seu lar e colocar o próprio corpo em risco. 

Só sei que Israel quer aquela terra e quanto mais tem, mais quer. Na Cisjordânia é a mesma coisa. Se fosse realmente combater o Hamas, não estariam matando tantos palestinos na Cisjordânia também, é ocupação, eles querem o domínio completo. É inacreditável pensar que psicopatas podem conduzir assim um país. 

Eles contam com a conivência dos EUA e de tantos países europeus que têm sangue nas mãos. Muitos países que integram o sistema internacional de Justiça até tentam, mas não conseguem ir muito longe por não ter o poder. É uma grande pena que para que qualquer mínima mudança aconteça, tantas pessoas tenham que morrer. Nenhuma geração usufrui de direitos sem que uma geração anterior tenha sacrificado a vida de vários dos seus para estabelece-los. Acredito em ações individuais, resistência criativa, boicote à Israel, como o movimento BDS. Estou muito orgulhosa desses estudantes nos Estados Unidos e na Europa exigindo o corte de relações com Israel. 


Iara Lee se envolve há anos com a causa palestina / Reprodução Instagram

Editado por: Lucas Estanislau
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