Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

Agricultura

Alimentação em xeque: produção de feijão perde espaço para soja; cenário inflaciona produto

Integrante da Abra aponta risco de "apagão de comida" diante de falta de estímulo governamental para plantar alimentos

06.fev.2022 às 13h38
Fortaleza (CE)
Cristiane Sampaio

Leguminosa típica do prato dos brasileiros, feijão é produzido principalmente nos estados do Paraná, Minas Gerais e Bahia - Mapa/Divulgação

Trabalhadores que atuam na agricultura familiar vêm se queixando da falta de incentivo estatal para produzir um grão tipicamente associado à alimentação brasileira: o feijão. No Paraná, um dos estados que mais cultivam a leguminosa, camponeses que têm pequenas unidades de produção apontam o desânimo gerado pela ausência de políticas voltadas a esse tipo de plantio.

Presidente de uma cooperativa que há cinco anos lida com a comercialização do grão na região de Londrina (PR), Fabio de Paula Herdt conta que o cenário brasileiro tem sido pouco atraente para aqueles que se dedicam ao segmento.

“Na verdade, não compensa plantar o feijão hoje, dadas as condições de produção e preços. Hoje não tem um seguro garantido, por exemplo, para o produtor de feijão. A compra de insumos, toda essa parte do plantio não é financiada. Então, o produtor tem que plantar por conta própria”. 

A conjuntura fez com que o número de produtores de feijão associados à cooperativa caísse de 120, em 2020, para 80 neste ano. “O avanço da soja e do milho está muito grande sobre quem cultiva esse grão, principalmente os pequenos produtores”, observa Herdt.  

Ao evocar dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o engenheiro agrônomo Gerson Teixeira, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), destaca a relação matemática entre a as áreas plantadas pelo agronegócio e a realidade de culturas mais voltadas à alimentação. A diferença chama a atenção, por exemplo, no intervalo entre os anos de 2000 e 2020.

“Se você pega soja, milho e cana, que são consideradas culturas nobres do agronegócio exportador, a área cresceu 34,4 milhões de hectares nesse período. De outra parte, teve redução de área plantada com arroz, feijão e mandioca. Juntas, essas três culturas perderam 4,3 milhões de hectares nesse período.” 

Como resultado desse panorama, a tendência é que a safra 2021/2022 do feijão apresente a segunda menor área plantada da história, com projeção de 2.907,2 mil hectares, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


Juntos, feijão e arroz fazem combinação de grãos mais genuinamente brasileira / Antônio Cruz/Agência Brasil

Considerando a linha do tempo da série histórica, que mede o andamento da produção desde 1976, o número é o segundo mais baixo já registrado. Área menor foi identificada somente na safra 2015/2016, quando foram registrados 2.837,5 mil hectares de plantio do grão pelo país.

“Para a cadeia do feijão, isso é drástico. Sabe quem mais sofre com isso? O consumidor final, já que, para as grandes empresas que empacotam feijão, não muda muito. Me parece que elas estão apostando nisto: quanto maior o preço do feijão, muito mais fazendeiro vai plantar e muito menos o agricultor familiar vai plantar porque o agricultor não tem incentivo e o fazendeiro tem dinheiro”, lamenta Herdt.  

Produção e preço

A realidade mencionada pelo diretor da cooperativa já é sentida em outras experiências no Paraná. O agricultor Valdemir Ferreira dos Santos, que reside no assentamento Eli Vive, em Londrina (PR), conta que tem conseguido manter a safra média do produto, que ele planta em setembro e colhe em dezembro. 

“Tirei 105 sacas no último período, mas essa não é exatamente a situação de outros trabalhadores por aqui”, pondera, ao mencionar a existência de 501 famílias que produzem diferentes gêneros alimentícios no local. 

A camponesa Marilda Aparecida da Costa Farias, por exemplo, conta que plantou a leguminosa em 2015 e, após a colheita, praticamente abandonou a cultura voltada para o comércio, ando a produzir apenas pequenas quantidades para o consumo da família, que planta cará, milho e outros produtos em uma horta.  


Plantação de milho tem 16,1% de cobertura segurada no Mato Grosso do Sul e 34,3% no Paraná / Igor Stevanovid/AFP

Ela considera o feijão “difícil de lidar” por conta da falta de incentivos. “Sinto muito que as coisas estejam desse jeito porque não era para ser assim. Era para ter apoio a quem produz alimento. Enquanto isso, a gente vê a soja, o milho e mesmo o trigo aumentando”.

Santos cita que muitos agricultores da região agora optam pela soja, cuja produção conta com linhas de crédito bancário facilitadas e pacotes tecnológicos íveis. O resultado disso é a queda na quantidade de camponeses e outros produtores interessados em plantar feijão.

“Isso diminui a produção e impacta no preço que chega a toda a população”, realça Valdemir, ao mencionar que a saca de 60 kg já custou R$ 220 em 2018. “Depois foi para R$ 290 em 2021 e agora, em 2022, a gente já vê por R$ 350 na região”.

Agro

A realidade contrasta com os incentivos dados a quem produz para o agronegócio. Tais iniciativas am, entre outras coisas, pelas medidas adotadas por instituições financeiras que, com estímulo do governo Bolsonaro, oferecem mecanismos de redução de riscos para médios e pequenos produtores de soja e milho.

Os dois cultivos são braços fundamentais do agronegócio monocultor, atividade energicamente defendida pela chamada “bancada ruralista”. O grupo é um dos pilares políticos da gestão do ex-capitão.  

Dados levantados pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa) junto a bancos apontam para 27% de área de cultura de soja segurada no Mato Grosso do Sul, por exemplo, onde o milho conta com 16,1% de amparo para esse tipo de cobertura.

Os percentuais, que são preliminares, foram divulgados em janeiro deste ano. Já no Paraná, segundo maior produtor de soja do Brasil e estado onde agentes ativos na agricultura familiar entoam repetidamente o problema sobre a falta de apoio para cultivo do feijão, os índices são ainda mais altos: as lavouras de soja têm 44,6% de área segurada, enquanto o milho conta com 34,3%.

“Há uma loucura no sentido de que a soja está tomando conta de tudo. A soja tem todo um incentivo das grandes empresas transnacionais, que fornecem um pacote tecnológico pleno. Elas fornecem tudo para o agricultor plantar soja e substituir as outras culturas”, descreve Roberto Baggio, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).


Gênero mais característico do agronegócio brasileiro, soja tem produção em larga escala e conta com sofisticada cadeia de exportação / Agência Brasil

Ele acrescenta que também se torna atraente para muitos agricultores o fato de o preço do grão ser dolarizado, uma vez que o produto está na rota do mercado internacional. “Ano ado a saca da soja aqui foi vendida em média por R$ 76 e, agora, estão oferecendo na faixa de R$ 140, R$ 150 reais porque o dólar explodiu”.

Governo

O engenheiro agrônomo Gerson Teixeira ressalta a preocupação com o desmonte de políticas públicas antes mais focadas no incentivo ao trabalho dos camponeses, como é o caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Para 2022, por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou R$ 87,2 milhões da pasta da Agricultura. Na justificativa do corte, que atingiu também diversas outras áreas e chegou este ano a um montante de R$ 3,1 bilhões, o mandatário apontou “inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público” na peça orçamentária.

Com o cenário de novos cortes nos investimentos estatais e o avanço do agronegócio, a tendência é que as políticas direcionadas à produção de alimentos se tornem ainda mais escassas e desidratadas. 

“Com isso, corremos o risco até de viver um apagão da comida. Num eventual próximo governo que busque acabar com a fome e recuperar a renda e o emprego da população, se essa população volta a consumir, não vai ter comida. Então, a próxima gestão terá que implementar um grande programa de estímulo à produção de comida de novo”, diz Teixeira.

Editado por: Arturo Hartmann
Tags: agriculturaapagãofeijão
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

ARTE E CULTURA

Salão de Fotografia do Recife começa neste sábado (31), no Forte das Cinco Pontas

DIA SEM TABACO

Brasil trava batalha judicial há mais de uma década para proibir cigarros saborizados

QUEM COME PIB?

Com crescimento de 12%, agro puxa PIB, mas pouco contribui com bem-estar

Racionais MCs

‘Não tem romantismo, é real’: KL Jay fala sobre a exposição do Racionais, cultura periférica e resistência

Abraço Guarapiranga

‘Ameaça é o que não falta’: Abraço Guarapiranga neste domingo (1º) denuncia avanço de projetos rodoviários nos mananciais de SP

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.