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Agronegócio

Monocultura da soja pode deixar o brasileiro sem arroz e feijão na mesa

Dossiê publicado pela Fase aponta aumento vertiginoso da produção da commodity no país nas últimas quatro décadas

26.abr.2021 às 17h09
Belém (PA) Brasil de Fato
Catarina Barbosa

Cultivo de soja da Bom Futuro; empresa foi acusada de trabalho escravo - Divulgação

Nesta segunda-feira (26), a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) lançou um dossiê, que analisa a cadeia da monocultura da soja, assim como sua logística em diversas dimensões e um dos alertas do documento diz respeito ao risco de faltar arroz e feijão na mesa do brasileiro, já que a expansão acelerada da commodity compromete o abastecimento de alimentos básicos. 

Diana Aguiar, pesquisadora de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (DA) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) lembra que a soja é o carro-chefe do agronegócio no Brasil e representou junto com o milho mais de 90% de toda a safra de grãos colhidos no país em 2020.

::Gestão Bolsonaro agrava grilagem e estrangeirização de terras, dizem especialistas::

Para construção do documento, ela trabalha com a ideia de cadeia monocultural do grão, para se referir ao crescente domínio do agronegócio e da commodity soja, em particular, sobre as paisagens, mas também sobre as formas de pensar economia e o próprio país:

"A gente não pode esquecer que essa é uma produção essencialmente baseada na adoção de pacotes tecnológicos, que envolvem organismos geneticamente modificados, agrotóxicos, fertilizantes químicos e maquinário. Pacotes que são controlados por um número cada vez mais reduzido de corporações transnacionais, em razão das fusões e aquisições, por exemplo, da compra da Monsanto pela Bayer ou da Syngenta pela ChemChina e também a produção comercializada por um número reduzido de corporações as chamada tradings como a Cargill e a Bunge". 

Apesar de ser cultivada no Brasil, a pesquisadora pontua que além de devastar as paisagens no país, causar conflitos no campo e de muitos dos produtores serem brasileiros, os lucros e os interesses são globalizados. 

"A trajetória que nos trouxe até aqui não é de curto prazo, ela remonta – pelo menos o processo de modernização conservadora da agricultura durante a ditadura militar: a criação do Embrapa, os processos de desmatamento, grilagem e violência no campo, que estão associados à expansão da fronteira agrícola desde então e até os dias de hoje", explica. 

:: Área devastada da Amazônia nunca será capaz de recuperar o seu bioma original ::

Segundo dados apresentados no documento, em 40 anos a produção brasileira de soja foi ampliada em 10x saltando de 12 milhões de toneladas, em 1977, para quase 125 milhões de toneladas em 2020:

"Esses ganhos espetaculares de produção tão celebrados se devem em grande medida ao aumentado a área plantada que foi de 5x. Só para ter como base de comparação, nas mesmas 4 décadas a produtividade média no país sequer dobrou, ou seja, essa tecnologia aplicada pelo agronegócio é celebrada com uma expressão da modernidade no campo e nem sequer pode reivindicar ser o principal motivo do aumento da produção da soja.

O fator determinante desse aumento foi a destinação de extensões cada vez maiores de terra ao cultivo da soja, em especial a fronteira agrícola da transição Cerrado- Amazônia e do chamado Matopiba (região entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), sobretudo, se valendo do ciclo do desmatamento e grilagem". 

Modelo insustentável 

O dossiê traz ainda as consequências econômicas desse modelo para a autonomia e diversidade produtiva do país, assim como para o incremento da concentração de renda e desigualdade, além das consequências ambientais como o desmatamento e contaminação por agrotóxicos, a exaustão hídrica, erosão da biodiversidade e consequências sociais como a concentração fundiária e a violência no campo associada a grilagem, que afeta populações locais de indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais.

Na avaliação da pesquisadora impressiona a resiliência e persistência acerca da ideia de que um modelo tão insustentável seja inevitável ou até desejável. Ela explica que, atualmente, o agronegócio irrigado – áreas com infraestrutura que permitem a aplicação de água nas culturas agrícolas em regiões de seca – tem concentrado uma parcela cada vez maior, inclusive, da produção de arroz e feijão. 

Associado a isso está o contínuo desmantelamento de sistemas tradicionais e da comercialização de alimentos em circuitos curtos. "Todos esses processos provocam uma série de vulnerabilidades para o abastecimento alimentar", resume. 

:: Agronegócio pagou apenas R$ 16,3 mil em imposto de exportação durante todo 2019 ::

Outro ponto são as políticas públicas, incluindo, a pesquisa pública que têm reforçado a padronização e concentração produtiva dos alimentos mais tradicionais.

"O resultado disso em geral, por exemplo, é a Embrapa se mobilizando para atender as demandas do agronegócio, no desenvolvimento de variedades específicas. Esse tipo de resposta da pesquisa oficial pode até contribuir em alguns casos para o aumento da produção em valores absolutos, mas isso vai acontecer em detrimento da produção da agricultura familiar e camponesa, desconsiderando totalmente a importância da produção baseada na agrobiodiversidade e no fortalecimento dos mercados locais". 

Para ela, esse é, apenas, um dos muitos exemplos de como o Estado tem consistentemente apoiado e subsidiado o modelo de produção, comercialização e consumo associado ao agronegócio enquanto a agricultura familiar camponesa precisa, constantemente, lutar para conquistar políticas públicas que sejam adaptadas a sua realidade.

Além disso, fica cada vez mais difícil que a população tenha o a comida de verdade, saudável e variada. A pesquisadora conta que não é incomum regiões importantes para produção de commodities para exportação dependa da compra de alimentos de outras regiões para alimentar sua própria população:

"A crise de abastecimento no Mato Grosso, durante a greve dos caminhoneiros em 2018, é bastante sintomática desse fenômeno. As formas que podem ser tomadas para mudar isso envolve múltiplos caminhos, que vão desde a mais profunda necessidade de superação dessa cadeia monocultural da soja e de outras commodities em suas expressões tanto nos campos quanto nas mentes até a retomada de políticas públicas de apoio a agricultura familiar e camponesa sem esquecer da titulação de territórios indígenas e tradicionais e da sempre necessária e mais do que nunca necessária: reforma agrária".

Editado por: Vinícius Segalla
Tags: grilagemmonocultura
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