Desde 2008 houve inúmeros “cessar-fogo” na Faixa de Gaza, que está bloqueada por Israel há mais de uma década. Entrevistado no programa BdF-PR Entrevista da sexta-feira (21), o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, Ualid Rabah, diz que, na realidade, essas ações de cessar-fogo não bastam, o necessário é acabar com a ocupação de Israel.
“Falar em cessar-fogo dá uma ideia de uma guerra simétrica, de dois estados em guerra, de uma fronteira em disputa, quando o que há, na realidade, é uma ocupação. Fundamental dizer que não é de cessar-fogo que se trata. Não podemos interpretar a Palestina e a sua população como se fosse um abatedouro e, sua população, o gado. E todo dia às 6h da tarde, o gado comemora que o frigorífico fecha e cessa o abate. O que precisa cessar é a ocupação, o regime de apartheid de Israel, é o bloqueio a Gaza, é o confisco e a colonização ilegal de terras dos palestinos, é o muro do Apartheid, que já tem 750 km, é o confisco de todos os aquíferos palestinos, os ataques à população e à pesca e o impedimento de ar seus recursos naturais e controlar as fronteiras, o espaço aéreo e marítimo e as mortes e prisão de lideranças palestinas”, afirma Ualid. Ele complementa que a necessidade é de um Estado Palestino viável e que não seja agredido.
Já Letícia Nunes, militante da Juventude Palestina Sanaúd e pesquisadora acadêmica sobre Decolonialismo, falou da mobilização em apoio aos palestinos e sobre a cobertura que os meios de comunicação comerciais dão à resistência desse povo. “A gente tem uma mídia que não se atenta às falas e à situação do povo palestino, às violências que eles estão ando. Essa mídia fica sempre a favor de Israel e coloca os palestinos como quem provoca, quando eles estão se defendendo. As manchetes são que eles tacaram bombas em Israel, mas esses meios não mostram as bombas jogadas em mesquitas e o bloqueio para a população ter o até mesmo a comida”, diz.
Para ver o programa na íntegra, e a página de Facebook do Brasil de Fato Paraná ou o canal do YouTube.
