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ENTREVISTA

O lockdown já deveria ter sido adotado em muitas cidades, diz ex-presidente da Anvisa

O médico sanitarista Cláudio Maierovitch defende sérias medidas de distanciamento e reafirma a importância do SUS

04.maio.2020 às 14h58
Porto Alegre
Stela Pastore

"Saúde e políticas sociais não são prioridades do governo federal e do Congresso. O mínimo seria revogar a emenda constitucional (EC 95) que congelou o teto orçamentário" - Antônio Cruz/ Agência Brasil

Médico sanitarista, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre os anos de 2002 e 2008, ex-diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde entre 2011 e 2016) e atual coordenador e pesquisador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília, Cláudio Maierovitch aponta o atraso em medidas radicais de isolamento fundamentais para conter a expansão da covid-19 no Brasil. Em 50 dias, a doença já vitimou mais de sete mil pessoas em todo o país e já contaminou mais de 100 mil.

Para o ex-presidente da Anvisa, “a única atitude possível neste momento é o distanciamento físico rigoroso, com suspensão de todas as atividades não essenciais, restrição à circulação de pessoas e sempre com máscaras, regras para funcionamento seguro dos estabelecimentos e meios de transporte, disponibilidade de álcool para a população em toda parte”. Confira a entrevista completa:

Brasil de Fato RS – O Maranhão é o único estado brasileiro que determinou lockdown (isolamento obrigatório) em quatro cidades. Essa medida deveria estar sendo adotada em outros lugares?

Cláudio Maierovitch – Com certeza. Rio Janeiro, São Paulo, Manaus, Fortaleza, Recife e em algumas outras cidades já deveria viger o lockdown. Mesmo no resto das cidades médias e grandes, a circulação de pessoas deveria estar extremamente restrita.

BdFRS – Com as taxas de isolamento social reduzindo e as contaminações e mortes disparando, o que podemos esperar sobre quando será o pico no Brasil?

Cláudio – Só haverá pico se as medidas de distanciamento físico forem adotadas seriamente. Caso contrário, o número vai continuar subindo até que haja centenas de milhares (caso o sistema de Saúde e) ou alguns milhões (cenário mais provável, com o colapso do atendimento hospitalar, que já começou) de mortes, somente no Brasil. Só então, haverá uma quantidade razoável de pessoas na população que terão sobrevivido à infecção e possivelmente estarão imunes (não se sabe por quanto tempo).

BdFRS – O Brasil ultraou as sete mil mortes, mais de 100 mil contaminados em 50 dias desde a primeira morte pela covid-19, sem contar as subnotificações. Que atitudes são necessárias?

Cláudio – Não há soluções mágicas ou rápidas. A epidemia vai crescer muito, causando sofrimento e mortes. Os serviços de Saúde não vão ar toda a demanda. A única atitude possível neste momento é o distanciamento físico rigoroso, com suspensão de todas as atividades não essenciais, restrição à circulação de pessoas e sempre com máscaras, regras para funcionamento seguro dos estabelecimentos e meios de transporte, disponibilidade de álcool para a população em toda parte.

Além disso, cabe ao Estado mobilizar os recursos públicos mais intensamente para e à população pobre e ativação dos segmentos econômicos importantes para enfrentar a doença.

BdFRS – O que se sabe sobre reinfecção? Quem já ou pela doença pode se considerar efetivamente imunizado?

Cláudio – Houve relatos de casos de reinfecção, mas um estudo mais profundo está mostrando que as pessoas não tinham mais o vírus em atividade, que os testes haviam detectado apenas fragmentos inativos. Ainda é cedo para saber se a imunidade é duradoura ou não.

BdFRS – Sem o SUS, construído com a luta de muitos movimentos e brasileiros e brasileiras que buscam um sistema de atendimento universal, como estaria o Brasil frente à covid-19?

Cláudio – Sem o SUS, seriam centenas morrendo em casa, filas imensas nos hospitais filantrópicos ou poucos serviços públicos, com maior letalidade e mais transmissão. Os familiares de pessoas com a doença que tivessem algum patrimônio, provavelmente empobreceriam rapidamente para pagar contas hospitalares. Mesmo com o SUS, cuja capacidade instalada é insuficiente, vamos precisar de mais vagas em hospitais de campanha e requisitadas outras vagas da rede privada.

BdFRS – Acredita que o SUS terá maior reconhecimento e investimento após a pandemia?

Cláudio – Neste momento, o SUS mostra sua essência e seu valor. É reconhecido pela sociedade e pelos governantes. Entretanto, isso pode não se refletir no orçamento, que, na esfera federal, era decrescente antes da pandemia. Saúde e políticas sociais não são prioridades do governo federal e do Congresso. O mínimo seria revogar a emenda constitucional (EC 95) que congelou o teto orçamentário.

BdFRS – Mesmo com todas as mortes e evidências da letalidade da covid-19 demonstradas, o que gera um comportamento de risco de grande parte da população?

Cláudio – Difícil dizer. Mas a atitude do presidente da República e a falta de coordenação nacional influi muito na atitude das pessoas. A tendência natural do cidadão não é se isolar, isso exige uma mensagem forte, insistente e mecanismos objetivos de controle.

As mudanças no funcionamento da economia têm que ser planejadas e orientadas pelo Estado, inclusive com políticas de redirecionamento da produção, incentivos e compensações financeiras.

BdFRS – Quais as informações falsas (fake news) mais graves que estimulam comportamento de risco?

Cláudio – A mais grave é a negação do risco e da gravidade da situação.

BdFRS – O comportamento e diretrizes do presidente e os conflitos políticos podem estar sendo usados para disfarçar a gravidade da contaminação?

Cláudio – O presidente ignora ostensivamente a gravidade da situação, demonstra que não está preocupado com a vida das pessoas. Já foi desmentido repetidas vezes pelos dados e pelos especialistas, mas não recua de sua perigosa atitude. Parece que a epidemia pode ser conveniente para tirar o foco das denúncias sobre ele, os filhos e aliados.

BdFRS – A Food and Drug istration (FDA) dos Estados Unidos (equivalente à Anvisa no Brasil) acaba de autorizar o uso emergencial do remdesivir, um medicamento antiviral experimental que reduziria a internação por covid-19 em alguns dias. O que podemos esperar?

Cláudio – Por enquanto, é experimental e bastante inconclusivo. Demonstrou uma pequena redução na taxa de letalidade e no tempo de internação dos que receberam o medicamento, nada espetacular, não é a cura ou a solução. Uma vez aprovado, a indústria precisa fazer um grande investimento para ar de produção piloto para a escala dos milhões, e isso demora um bom tempo.

Editado por: Marcelo Ferreira
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