MC Poze foi solto pela Justiça na tarde desta terça-feira (3). O funkeiro estava preso desde o dia 29 de maio no presídio Bangu 3, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro (RJ). A soltura do funkeiro era aguardada por uma multidão de fãs em frente ao presídio.
O alvará de soltura foi expedido nesta manhã, após a decisão do desembargador Peterson Barroso Simão, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, criticou a forma como os agentes policiais atuaram no caso.
Poze foi acusado de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico e preso preventivamente no último dia 29, em casa, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, em uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil.
“Existem indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente”, escreveu o magistrado no despacho desta segunda-feira (2).
“O material arrecadado na busca e apreensão parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão, já que não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder”, argumentou Simão.
Confusão e nova operação
Enquanto esperavam a soltura de Poze, os fãs foram atacados pela Polícia Militar, que usou cacetetes e gás de pimenta para dispersar a multidão. Em cima de um dos ônibus estacionados em frente ao presídio estava MC Oruam, que foi alvo de uma ação recente da Justiça do Rio de Janeiro.
Na manhã desta terça-feira (3), a esposa de MC Poze, a influenciadora Vivi Noronha, foi alvo de um mandado de busca da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho.
A operação foi deflagrada após a morte do traficante Fhillip da Silva Gregório, o Professor, no último domingo (1º). De acordo com a investigação, ele operava o esquema que chegou a movimentar R$ 250 milhões.
De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram identificados dois depósitos de supostos laranjas do traficante para as contas pessoal e empresarial de Vivi no valor total de quase R$ 1 milhão.
“Ela [Vivi] e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho, recebidos por meio de pessoas interpostas (”laranjas”) com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro”, afirmou a polícia.
Os policiais civis das delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) cumpriram mandados de busca em endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo. A Justiça também ordenou o bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias.
Vivi se manifestou nas redes sociais sobre o episódio. “Fomos tratados como criminosos – eu, minha família e amigos – e nossa privacidade foi completamente desrespeitada. Alguém realmente acha que essa operação foi uma coincidência? Justamente no dia em que Marlon será solto e um dia depois de eu ter denunciado os abusos cometidos pela polícia? O desaparecimento dos ouros, a abordagem racista e a humilhação absurda que sofremos no dia da prisão dele?”