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Início Política

entrevista

“O PT não vai abdicar do combate à desigualdade”, afirma Haddad

Ex-prefeito e provável candidato a governador afirma que abandono da agenda faria o partido perder o sentido

04.jun.2022 às 12h52
Edison Veiga
|DW
Fernando Haddad visitou o ex-presidente Lula em Curitiba nesta quinta-feira (22)

Fernando Haddad visitou o ex-presidente Lula em Curitiba nesta quinta-feira (22) - Joka Madruga / PT Nacional

Ex-ministro da Educação (de 2005 a 2012), prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016 e candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) derrotado no segundo turno da última eleição presidencial, em 2018, Fernando Haddad desponta como favorito, segundo as pesquisas divulgadas até o momento, para ser o próximo governador de São Paulo.

No mais recente levantamento do Datafolha, divulgado em 7 de abril, ele liderava as intenções de voto com 29%. Márcio França (PSB) apareceu com 20%, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 10%.

Se Haddad for eleito, será a primeira vez desde o pleito de 1994 que não será um candidato do PSDB a vencer uma eleição estadual em São Paulo — na ocasião, o tucano Mário Covas foi eleito para seu primeiro mandato.

Haddad analisa que o PSDB "vive uma crise de identidade" sem precedentes. E vê como um desafio conquistar a simpatia do eleitorado que conserva uma rejeição ao PT, sobretudo nas pequenas e médias cidades do interior. "Não é um obstáculo insuperável", diz ele. "[É preciso um discurso] que dialogue com os anseios do interior. Vejo como uma coisa até estimulante."

A poucos dias de confirmar sua pré-candidatura, ele tergiversa quando questionado sobre o assunto. Mas, nas entrelinhas, deixa claro que será o candidato do PT — há apenas uma espera pela posição do PSB para saber a quem ficará a posição de vice na chapa.

Em entrevista à DW Brasil, afirma que sempre houve uma "torcida contra" o partido. "Temos uma plataforma de combate à desigualdade, tem gente que não tem essa plataforma. Historicamente, tem um terço da população, em geral das camadas mais abastadas, que tem dificuldade com a agenda do PT. […] Isso é incontornável. Não tem como resolver. É um problema de agenda. Teríamos de abdicar de nossa plataforma para atrair essas pessoas, o que faria com que perdêssemos o sentido de existir."

DW Brasil: O senhor vem liderando as pesquisas para ser o novo governador de São Paulo, ao mesmo tempo que o PSDB vive uma crise histórica. Acredita que este ano será rompida a hegemonia do PSDB nas eleições paulistas?

Fernando Haddad: Ainda é um pouco cedo para atestar isso, mas eu diria que o PSDB vive uma crise de identidade como nunca viveu. Em primeiro lugar porque, no segundo turno [da eleição para o governo federal] de 2018, o PSDB aderiu aqui em São Paulo de forma escancarada ao bolsonarismo. Não só aqui. No Rio Grande do Sul, com o [governador eleito na última eleição] Eduardo Leite, e em Minas Gerais, que eram estados tradicionalmente mais conservadores. Na minha opinião, eles atrelaram o seu destino ao destino do governo Bolsonaro de um jeito muito estranho. Porque se o Bolsonaro desse certo, ele seria a nova força hegemônica à direita. Se desse errado, seria muito difícil ao PSDB, como tentou, se descolar do bolsonarismo e se impôr como uma força política substituta. Eles entraram numa armadilha. Lembrando que nem o [ex-governador de São Paulo, João] Doria nem agora o [atual governador e pré-candidato à reeleição] Rodrigo Garcia são tucanos históricos. [Eles] nunca foram exatamente apoiadores do PSDB. Não têm, nunca tiveram uma proximidade com a social-democracia, de maneira que há uma crise de identidade.

Mas mesmo tendo sido eleito com o mote "BolsoDoria", o ex-governador paulista acabou se apresentando como oposição ao governo Bolsonaro, sobretudo durante a pandemia. Com a saída de cena dele do cenário eleitoral, quem fica com esse legado também antibolsonarista em São Paulo?

O Doria tinha tão pouco voto [nas pesquisas] que é difícil falar em migração…

Mas ele foi eleito em São Paulo há quatro anos…

Foi eleito, mas se tornou o governante com o menor índice de aprovação da série histórica no governo do estado. É um índice muito baixo [segundo o Datafolha, ele deixou o posto com uma aprovação de apenas 23% e reprovação de 36%]. Mesmo que ele fosse candidato [à reeleição] a governador ele teria muita dificuldade em garantir sua própria recondução. Não sei a capacidade do vice dele [Garcia] de se descolar dele a ponto de emergir como um personagem novo, é uma operação muito complexa.

O Bolsonaro não está tão mal em São Paulo como nós gostaríamos. Ele não está competitivo ainda, mas a chance de um candidato de direita contra o Bolsonaro crescer em São Paulo tendo um candidato progressista ligado a uma candidatura presidencial do [ex-presidente e pré-candidato] Lula… Eu diria que é uma ponte estreita, uma via estreita.

Já que estamos falando sobre isso, no Grupo de Trabalho Eleitoral definido pela direção do PT, a sua eleição para o governo paulista aparece como uma prioridade. O que falta para que o senhor seja anunciado como candidato?

Estamos aguardando o final das negociações da chapa nacional, o que aconteceu pouco tempo atrás, quando a chapa Lula-Alckmin foi finalmente anunciada [no início de maio]. Agora estamos aguardando uma decisão final do PSB [atual partido do ex-tucano Geraldo Alckmin, que tem Márcio França como potencial candidato em São Paulo] de ter ou não candidato ao governo do estado, o que deve acontecer nos próximos 10, 15 dias. Estamos aguardando só isso para anunciar a chapa. E aí lançar a candidatura oficialmente. A definição do PSB de ter ou não candidato é a última pergunta que falta ser respondida. Assim que soubermos, eu fecho a chapa de um jeito. Se o PSB não tiver candidato, eu fecho a chapa de outro jeito.

Então, em outras palavras, o que falta é a definição do vice, e não da sua candidatura…

Eu disse e repito em várias oportunidades: eu respeito e vou tratar a candidatura do Márcio França com a maior legitimidade, sem problema nenhum. Nunca pediria para o Márcio abrir mão de sua candidatura. Nunca isso esteve na mesa de negociações. Mas só precisamos de uma definição para tomar as providências em uma ou outra direção.

Acredita que a polarização entre anti-Bolsonaro e anti-PT vai contaminar a eleição paulista?

Acho que está meio fora de moda essa coisa de anti. O PT sempre foi um partido grande, que disputou todas as eleições presidenciais de forma competitiva. Todo partido grande tem uma torcida contra, e isso não significa um sentimento anti-PT. Significa que há gente que sabe o que é o PT e está em desacordo com essa plataforma. Temos uma plataforma de combate à desigualdade, tem gente que não tem essa plataforma.

Historicamente, tem um terço da população, em geral das camadas mais abastadas, que tem dificuldade com a agenda do PT. E isso é natural em uma democracia. Não vejo isso com preocupação. Eu não vejo um sentimento anti, como é o caso com o bolsonarismo.

O bolsonarismo trabalha uma chave que é diferente da chave democrática. Uma coisa é você tomar o outro como adversário, outra é tomar o diferente como inimigo. É completamente diferente. Essa questão de um terço da sociedade ter dificuldade com a agenda do PT, isso é incontornável. Não tem como resolver. É um problema de agenda. Teríamos de abdicar de nossa plataforma para atrair essas pessoas, o que faria com que perdêssemos o sentido de existir.

Mas há uma rejeição com relação à figura do Lula e, por extensão, ao PT… E isso está presente no interior de São Paulo, por exemplo.

Estou liderando as pesquisas também no interior de São Paulo. Óbvio que é uma tarefa maior, porque o PT governou cerca de 180 cidades do interior paulista, e são [no total] 645. Tem muita gente que não conhece, não conheceu um prefeito do PT, o que é natural. Vejo como um desafio, e não como um obstáculo. Não é um obstáculo insuperável. É um desafio. [É preciso um discurso] que dialogue com os anseios do interior. Vejo como uma coisa até estimulante.

Quando o senhor analisa o contexto internacional dos últimos quatro anos, chega a pensar no que faria diferente se tivesse sido eleito presidente?

A [minha] diferença para o governo Bolsonaro é tanta… É muito grande. [Ele] é um homem com desequilíbrios emocionais muito severos. Comparar qualquer pessoa com o Bolsonaro é difícil. Ele é uma pessoa que não trabalha […], são cerca de três horas por dia de jornada de trabalho, tem um descaso completo pelo conhecimento, alergia a ler um livro e a se informar, a querer entender os processos sociais. Nessa questão da pandemia ele chegou a estimar que o número de vítimas não chegaria a mil pessoas, chegou a ofender jornalistas…

É difícil falar de Bolsonaro, porque nada se compara ao Bolsonaro do ponto de vista do equilíbrio, da empatia, de se colocar no lugar do outro. Ele perdeu o controle completamente da economia: desemprego, inflação, carestia, o poder de compra do salário desabou. E coisas mais básicas: desmatamento, relações exteriores, ciência e tecnologia, cultura, educação. Faria tudo diferente dele. Eu sou uma pessoa 100% diferente dele. Não tenho nenhum traço.

No prefácio do seu livro O Terceiro Excluído, recém-lançado, o senhor relata o encontro que teve com Noam Chomsky poucos dias antes da eleição de 2018 e pontua que era um intervalo curto "entre conversar com um dos grandes humanistas vivos e enfrentar nas urnas um psicopata". O senhor acredita que Jair Bolsonaro seja um psicopata ou isso foi apenas força de expressão?

Não é força de expressão. Acredito que uma pessoa que lida assim com o sofrimento alheio tem um traço de personalidade doentio. Não tenho a menor dúvida disso. Ele é uma pessoa doentia do ponto de vista da empatia, da sensibilidade. Tem um traço de desumanidade no Bolsonaro que é notável.

Como o professor universitário Fernando Haddad analisa o contexto do Brasil dividido e polarizado de 2022? Existe solução para curar essa ferida?

Dá para fazer uma correlação entre o que está acontecendo hoje e o que aconteceu nos anos 1920, 100 anos atrás: uma crise financeira global associada à emergência de um novo meio de comunicação de massa. [Na época] era o rádio. E agora você está vivendo uma coisa muito parecida. A emergência da extrema direita se vale também dos novos meios de comunicação de massa, que são mais sofisticados. É muito fácil usar intolerância em uma crise. É o caldo de cultura de que você precisa: comunicação de massa em meio à crise.

É preciso lutar contra isso […] com uma agenda construtiva. E reconstruir isso é tarefa da política, porque, num certo sentido, toda essa ação protofascista, fascista, ela tem uma dimensão antipolítica. Ela trabalha com a obstrução da comunicação. Ela trabalha justamente com a criação de barreiras na comunicação […], transformando diferença em contradição e eliminação, aniquilamento. É assim que trabalha antipolítica fascista: ela é criadora de barreiras intransponíveis entre as pessoas. É assim que trabalha a extrema direita.

Bolsonaro já deu todos os indícios de que não vai reconhecer uma eventual derrota eleitoral. Existe uma estratégia dentro do PT de como reagir a uma situação dessas?

Não acredito que haja ambiente, nem interno, nem externo, nem doméstico, nem internacional, que garanta uma ruptura institucional, um golpe clássico. Agora, para agitação, existe. Porque é disso que ele [Bolsonaro] vive. Haverá agitação, em qualquer cenário. Ele precisa da agitação. Sem agitação ele não consegue manter o rebanho, porque as pessoas vivem uma espécie de transe […], e não há como alimentar esse transe com racionalidade.

Ele provavelmente vai agitar o país e isso pode causar estragos. A gente não sabe o grau de patologia dos seguidores mais fanáticos. E ele estimula o fanatismo, a compra de armas, tudo o mais. Isso pode acarretar prejuízos, inclusive do ponto de vista de vidas humanas.

Se nos Estados Unidos aconteceu o que aconteceu, cinco mortos no Capitólio [quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump reagiram violentamente à eleição do atual mandatário, Joe Biden], aqui pode acontecer coisa pior. Mas eu não acredito em ruptura institucional, porque não há ambiente para isso. Estamos em outra chave aqui no Brasil.

Conteúdo originalmente publicado em DW
Tags: fernando haddadhaddadpt
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