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MUDANÇA DE ARES

Artigo | O novo ciclo de esquerda na América Latina

Diversidade de experiências e cenários chama a atenção para a natureza desse novo ciclo e seus desafios

20.maio.2022 às 12h48
Porto Alegre
Leonardo Granato

Gustavo Petro e Francia Márquez serão os candidatos de unidade do campo da esquerda para disputar a presidência da Colômbia em maio deste ano - Pacto Histórico

Na eleição presidencial prevista para o dia 29 de maio, a Colômbia pode vir a optar pelo candidato das forças políticas de esquerda Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá, que concorre este ano à sua terceira candidatura presidencial. Caso eleito teremos, neste ano de 2022, mais uma vitória da esquerda na América Latina. E temos, ainda, a alternativa de um possível retorno de Lula nas eleições de outubro no Brasil.

Com as vitórias dos candidatos de esquerda, uma nova “maré rosa” vem se configurando no contexto do grande ciclo eleitoral latino-americano, que iniciou em 2018 e vai até 2025. Nos últimos anos, as eleições no México, Argentina e Bolívia deram o pontapé inicial para a nova onda. Em 2021, o Peru também foi à esquerda, ainda que por uma margem estreita. Há ainda as eleições constituintes e a vitória de Gabriel Boric, no Chile, e a vitória de Xiomara Castro em Honduras. Entretanto, a diversidade de experiências e cenários nacionais, assim como de programas dos candidatos nos distintos países, chama a atenção para a natureza desse novo ciclo de esquerda e os desafios que a ele se colocam.

Nos anos 2000, com ideários e programas diversos, o primeiro ciclo de governos populares e progressistas nunca representou um todo homogêneo. Tampouco esta segunda maré rosa, após o curto giro à direita na região, pode ser pensada nesses termos. De fato, a despeito de discursos pautados pela moderação no político e o equilíbrio fiscal no econômico, as propostas representadas por Boric e Petro, e por Pedro Castillo, no Peru, resultam bastante diferentes. Por sua vez, o governo Boric ou um possível governo Petro provavelmente irão se diferenciar de experiências como as do argentino Alberto Fernández ou do boliviano Luís Arce, ou mesmo de Lula, no caso de um retorno, que apontam mais para retomadas de projetos anteriores. Nesse sentido, assim como no caso de Boric, cujo governo inaugurou uma nova etapa (que complementa o processo constituinte em curso), a vitória de Petro (em meio à histórica maioria de votos obtida pela coalizão do Pacto Histórico nas eleições legislativas do mês de março) pode, de forma inédita, pôr fim ao domínio da direita, e implantar um novo modelo.

A outra cara da moeda desse novo ciclo à esquerda que está hoje se configurando é o rápido esgotamento do recente ciclo da direita. Os governos de direita vêm sendo derrotados sem terem conseguido se manter sequer uma década no poder, e isso remete em parte ao contexto mundial e regional expressivamente restritivo, agravado ainda mais com os impactos da pandemia da covid-19.

Mas esse contexto restritivo também vale para a nova guinada à esquerda. De fato, os resultados das eleições regionais na Bolívia e das legislativas na Argentina de 2021 demonstraram uma certa perda de entusiasmo por parte das populações, muito em função do desempenho sanitário e econômico dos governos durante a pandemia. É inegável, nesse sentido, que os diversos cenários nacionais, regional e internacional, marcados pelos efeitos colaterais da pandemia e da guerra na Ucrânia, se apresentam como um desafio à implementação das agendas reformistas dos novos governos e à continuidade do ciclo de esquerda.

Em tempos de vitórias e derrotas curtas, como caracterizada a atual conjuntura pelo ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera durante uma palestra em Buenos Aires, parece oportuno encerrar este texto fazendo referência aos que entendemos serem alguns dos principais desafios, do ponto de vista político e econômico, do novo ciclo à esquerda. Em termos político-eleitorais, seja em países com um ou dois turnos eleitorais, a construção de alianças apresenta-se como um desafio fundamental das forças políticas de esquerda. Assim como Boric negociou com o centro-esquerda, fortalecendo os laços com os atores da Concertación, é muito provável que o Pacto Histórico liderado por Petro também tenha que negociar com o centro-esquerda, caso as opções se polarizem novamente no segundo turno. O mesmo cabe para o caso do Brasil.

Por sua vez, em termos de relações com o Legislativo e de controle da agenda legislativa, os novos governos não podem subestimar o peso do Legislativo na vida política. Na Argentina, o Frente de Todos perdeu o controle do Senado, presidido por Cristina Kirchner. Castillo, no Peru, escapou recentemente do impeachment pelo Congresso. Por sua vez, Boric deve estabelecer acordos, não apenas com a coalizão que apoiou sua candidatura, mas também com seus opositores conservadores. Os novos governos terão de demonstrar, em definitivo, capacidade para articular coalizões de parlamentares para além das próprias bancadas, no intuito de viabilizar os planos de reforma.

Por fim, em matéria econômica, com expressões diferenciadas em cada país, a inflação e o desemprego fazem parte de um leque mais amplo de efeitos colaterais da pandemia e dos tempos de guerra na cena internacional, os quais devem ser enfrentados. O equilíbrio fiscal, a taxa de juros alta e o incentivo às exportações, por citar tão somente alguns exemplos, continuam a perar as propostas políticas, ainda que pretensamente inclusivas, no novo ciclo. E a tudo isso, não podemos deixar de acrescentar o desafio imposto pelos fluxos comerciais e de investimentos de China, que vêm estimulando a tradicional matriz agroexportadora da região, dependente no mercado mundial, em função das demandas do gigante asiático para manutenção da sua produção industrial.

Frente ao até aqui comentado, a tarefa de como conciliar o tom moderado do progressismo com possibilidades reais de desenvolvimento e inserção externa que favoreçam a ampliação das margens de ação estratégica dos Estados, em prol de projetos e agendas socialmente inclusivas e soberanas, parece se colocar como o grande desafio à esquerda na região.

* Professor da UFRGS e coordenador do Núcleo de Estudos em Política, Estado e Capitalismo na América Latina (NEPEC)

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Marcelo Ferreira
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