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Luta pela educação

Por que o massacre do 29 de abril de 2015 continua até hoje

À época, mais de 200 ficaram feridos; Estado do Paraná não foi responsabilizado até hoje

29.abr.2022 às 10h23
Curitiba (PR)
Ana Carolina Caldas

"Tinha muita gente filmando e eu, ingenuamente, achei que por isso não seria agredida", relembra a professora Angela (foto) - Crédito: Daniel Castellano

Um ato para reivindicar direitos em 29 de abril de 2015 se transformou em cena de guerra. Era uma manhã com concentração de servidores públicos do Paraná, na maioria profissionais da educação, que acompanhavam em frente à Assembleia Legislativa (Alep) a votação de projeto que alterava o custeio da Paraná Previdência. Sob ordens do governador Beto Richa (PSDB) e coordenação do então secretário de Segurança, Fernando Francischini (PSL), policiais militares atacaram os manifestantes com bombas, balas de borracha, cachorros e gás de pimenta.

O episódio ficou conhecido como o Massacre de 29 de Abril ou a Batalha do Centro Cívico, por conta de mais de 200 pessoas feridas, episódio pelo qual nenhum agente do Estado foi responsabilizado. 

Triste memória para quem estava lá. Para a professora Angela Castro, que atua na rede há 24 anos, é impossível esquecer.

“Durante bom tempo daquele bombardeio fiquei dentro do tubo do Ligeirinho para tentar me proteger. Até que fiquei sozinha com um estudante, e as próprias tropas da polícia nos tiraram ali de dentro, me soltaram e me mandaram correr. Acabei na frente das tropas e vi que tinha muita gente filmando e eu, ingenuamente, achei que por isso não seria agredida. Mostrei que estava desarmada, comecei a falar que era professora, mãe e que não era inimiga deles, e logo depois corri em direção aos manifestantes.”

Para o professor de História, Fabiano Stoiev, o momento mais dramático foi quando os servidores tentavam dialogar com os policiais.

“A gente tentava se aproximar e fomos agredidos com muita bomba o tempo todo. O que mais me espantou foi a crueldade daquelas fileiras de policiais. Vi um jovem, servidor da saúde, se aproximar, deitar de costas e, apesar de estar deitado, levar mais de dez tiros de balas de borracha”, relembra.


Professores recordam ataques que sofreram no Centro Cívico de Curitiba / Foto: Henri Milleo

Cirurgia e afastamento da sala de aula

O professor de Sociologia do Colégio Estadual, Affonso Cardoso, foi um dos feridos naquela manhã. “Havia quantidade incontável de bombas estourando, com grande quantidade de gás, o que impedia que conseguisse me dispersar para longe", conta Affonso.

Ele continua seu relato: "Quando subi o meio-fio para correr em direção ao gramado da praça, ao me virar, senti que havia sido atingido por algo em meu rosto. A camiseta branca que vestia estava com sangue e percebi, então, que tinha sido atingido por um tiro de bala de borracha no rosto. Consegui sair, muito desorientado, e me dirigir ao caminhão de som onde estavam dirigentes sindicais. Nesse momento, senti outro tiro, na altura da panturrilha esquerda. Encontrei, ao lado do caminhão, uma dirigente da APP-Sindicato que me conduziu até uma ambulância próxima”, relata. 


Affonso foi atingido no rosto por uma bala de borracha / Arquivo pessoal

O professor conta também que, na ambulância, havia várias pessoas sendo atendidas e ele acabou pedindo ajuda em outro caminhão de som, chegando a ser socorrido dentro do prédio da Prefeitura, e logo mais levado ao Hospital Cajuru.

“O médico que prestou atendimento, chefe do setor de politraumatismo, afirmou que os disparos foram realizados diretamente da espingarda do policial, sem ricochete. O disparo no rosto teria sido feito a curta distância. Permaneci por um mês afastado do trabalho por orientação médica. Em 2017, ei por cirurgia plástica reparadora para concluir o processo de cicatrização. Todo o procedimento foi pago com recursos próprios, pois a ação judicial contra o Estado em momento algum ofereceu respostas práticas à violência daquele dia”, diz.

Continuamos massacrados

Para professores, além do massacre de 2015, os ataques a direitos, motivo do protesto, continuam. “Nós continuamos sendo desrespeitados com a falta de apoio nas escolas, calote nas promoções e progressões, omissão quanto à sobrecarga de trabalho. Continuamos sendo, portanto, massacrados agora pelo governo Ratinho Jr”, diz a professora Angela.

“O 29 de abril de 2015 foi um movimento muito grande e o ápice da luta sindical de várias categorias. A greve tinha quase 100% de adesão. A partir daquele ano, vamos assistindo a um movimento de retirada de direitos e desinvestimento na educação. O governo do Paraná conseguiu também o recuo das mobilizações com uma repressão policial inédita”, diz Fabiano.

Editado por: Fredi Vasconcelos e Lia Bianchini
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