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RESISTÊNCIA

Artigo | 20 de novembro é Dia Nacional da Consciência Negra

As lutas identitárias são intrínsecas ao movimento social negro que reivindica a partilha das terras e das riquezas

16.nov.2021 às 17h40
Belo Horizonte (MG)
Marcos Antonio Cardoso

" A partir da luta contra o racismo, o Movimento Negro teve que buscar na história a chave para compreender a realidade social do povo negro no Brasil" - Mídia Ninja

A resistência histórica e coletiva do povo negro no Brasil começou nos quilombos. O Kilombo, grafado com Ki, cuja origem é a língua kimbundo, é uma instituição cultural africana dos povos falantes do Bantu, dos antigos reinos do Congo e de Angola. Esses povos foram transplantados para o Brasil, na condição de escravizados, nas primeiras décadas do século 16.

Os quilombos do Campo Grande e do Ambrósio, em Minas Gerais, foram tão grandes e importantes quanto o de Palmares, que abrigou mais de 50 mil aquilombados na Serra da Barriga, ocupando os territórios de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. 

Só é possível falar de consciência negra no Brasil se relermos o ado com os olhos do presente

Palmares desenvolveu lutas de grande envergadura e marcou com sangue a sua história. Os palmarinos construíram um Estado livre que resistiu aos ataques do exército colonial durante 100 anos – de 1595 a 1695. 

Zumbi foi o último líder de Palmares. Assumiu a frente da luta quando foi proposta a paz com os palmarinos, sob a condição de que não atacassem as fazendas para libertar escravos e se subordinassem à Coroa, tornando-se súditos do rei de Portugal. Zumbi não aceitou o pacto de rendição e tomou a chefia dos vários quilombos, na luta pela libertação do jugo da escravidão.

Os quilombos do Campo Grande e do Ambrósio, em Minas Gerais, foram tão grandes e importantes quanto o de Palmares

A República Negra de Palmares foi destruída em 1694 e Zumbi foi assassinado no dia 20 de novembro de 1695, tendo sua cabeça exposta em praça pública do Recife. Zumbi tornou-se um símbolo vivo para as gerações futuras como exemplo de luta e amor à liberdade. 

Contraponto ao 13 de maio

A data do dia 20 de novembro, foi proposta pelo poeta Oliveira Silveira, do Grupo Palmares de Porto Alegre, em 1971, para marcar as lutas negras, de modo que a “consciência negra” fosse um contraponto às comemorações oficiais do 13 de maio. 

A primeira semana da Consciência Negra realizada pelo Grupo Palmares em 1971 inaugurou a fase da revisão historiográfica do negro no Brasil. O dia 20 de novembro ou ser símbolo de resistência contra a escravidão. A partir dessa revisão historiográfica, surgiu a percepção crítica da história que lança a base para definição posterior das principais bandeiras de luta do movimento negro brasileiro. 

Zumbi tornou-se um símbolo vivo para as gerações futuras como exemplo de luta e amor à liberdade

Como resolução de uma assembleia nacional, o dia da morte de Zumbi dos Palmares foi declarado pelo Movimento Negro Unificado, em 1978, como Dia Nacional da Consciência Negra. 

Só é possível falar de consciência negra no Brasil se relermos o ado com os olhos do presente. Consciência negra é a busca por nossa memória histórica e ação política de desconstrução do racismo. Para negros e indígenas no Brasil, o direito a um ado próprio se confunde com o direito de existir hoje. 

Consciência negra é um processo

A consciência negra nos remete para identidade étnico-racial, o que implica olhar para dentro de nós e cutucar as feridas provocadas pela cor da nossa pele. Ao mesmo tempo, significa agir no campo da política e atuar na dimensão do coletivo. A consciência negra é um processo que incorpora uma complexa e vasta teia de valores civilizatórios, ético-morais e socioculturais negro-africanos, sem as quais, tanto os indivíduos quanto os coletivos, não podem prescindir.  

E o problema já começa com a ação de extermínio institucionalizado na forma de como os africanos foram transplantados para o Brasil e aqui transformados em instrumento de trabalho e objeto de reprodução sexual. Esse processo estruturou formas de genocídio que se prolonga até os dias de hoje, forjados a partir da supressão dos valores culturais e na eliminação física. 

A primeira semana da Consciência Negra realizada pelo Grupo Palmares em 1971 inaugurou a fase da revisão historiográfica do negro no Brasil

Os homens e as mulheres negras se constituíram como força motriz da economia da escravização, em todos os ciclos da produção de riqueza: cana-de-açúcar, ouro, mineração, gado, algodão, borracha etc. Mesmo assim, a política etnocida assume foros científicos ao complementar a política de imigração instaurada pelo império em decadência, após guerra do Paraguai, sob a alegação de despreparo da força de trabalho negra para os novos desafios da nação. 

Esse é o instante em que se formula o projeto de marginalização do povo negro no processo produtivo e de uma ação voltada ao seu extermínio, a partir da relação inferioridade/superioridade racial gerada pelo racismo para privilegiar com terras e trabalho os imigrantes europeus brancos e pobres.  

Para negros e indígenas no Brasil, o direito a um ado próprio se confunde com o direito de existir hoje

Portanto, o movimento político e cultural pela “consciência negra” não é apenas uma busca por uma identidade africana, nem somente uma busca incessante pela identidade negra brasileira que, traumaticamente, vai se construindo no processo da história. A partir da luta contra o racismo, o Movimento Negro teve que buscar na história a chave para compreender a realidade social do povo negro no Brasil. 

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As lutas identitárias são intrínsecas ao movimento social negro que reivindica a partilha das terras e das riquezas, a luta pelos direitos humanos e o bem viver com base na valorização das culturas negras e na socialização do conhecimento negro africano. Nós, que estamos nas bordas e nas margens da sociedade brasileira, queremos estar no centro das decisões do país. Fora Bolsonaro! Viva Zumbi! Viva Dandara! 

 

Marcos Antonio Cardoso é presidente do Instituto Hamilton Cardoso e militante do Movimento Negro, filósofo e mestre em História Social pela UFMG, professor de cursos livres de introdução à história da África e das culturas negras. 

—

Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

 

Editado por: Larissa Costa
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