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Início Bem viver Cultura

POVOS ORIGINÁRIOS

Indígenas ameaçados em Porto Alegre conquistam reintegração de posse contra invasores

Comunidade Mbyá-Guarani está mobilizada na defesa de seu território contra investidas de loteamentos ilegais

06.maio.2021 às 17h09
Porto Alegre
Marcelo Ferreira

Terra indígena Pindó Poty, no bairro Lami, está em processo de resistência em meio à falta de ação da Funai por sua proteção - Reprodução APIB

Após mais de um mês lutando contra invasões em seu território, a comunidade Mbyá-Guarani Pindó Poty, localizada no bairro Lami, em Porto Alegre, obteve duas importantes conquistas na Justiça. A Comissão Guarani Yvirupa informa, em nota publicada neste quinta-feira (6), que a 9ª Vara Federal de Porto Alegre concedeu um pedido de reintegração de posse para a desocupação da área invadida por não-indígenas. Também concedeu pedido de interdito proibitório, que proíbe novas invasões e garante, juridicamente, a responsabilização de novos invasores.

A liminar foi deferida pela juíza federal Clarides Rahmeier nesta quinta-feira (6). Conforme a decisão, os invasores têm o prazo de dez dias para desocupar voluntariamente a área, “sob pena de expedição de mandado de reintegração e execução forçada, nos termos da lei e com apoio de força pública, se necessário”. Após o prazo, um Oficial de Justiça deve comparecer ao local para verificar se houve a desocupação.

“Estamos muito felizes, pois é um momento muito desafiador que a gente vem vivendo, pela nossa sobrevivência, pela nossa vida como povo indígena e, especificamente, como povo Guarani, conseguir fazer valer o direito que já existe”, comemora Eunice Kerexu Yxapyry, membra da Comissão Guarani Yvirupa e liderança da Terra Indígena Morro dos Cavalos, de Santa Catarina. “Essa vitória para nós na Tekoá Pindó Poty só vem fortalecer isso, garantir esse direito. E não é somente pra terra do Lami, a gente quer fortalecer também todas as outras aldeias e terras indígenas que estão ando por esse mesmo processo”, complementa.

A aldeia Pindó Poty é habitada por famílias do povo Mbyá-Guarani há no mínimo quatro décadas e, conforme lideranças, as ameaças são frequentes. Como há um procedimento de demarcação iniciado em 2012 e ainda não concluído, com essa nova invasão, dessa vez à luz do dia, as famílias sentiram-se mais inseguras e iniciaram um processo de resistência.

Roberto Liebgott, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi-Sul), tem acompanhado a situação e reforça que as invasões no território no Lami ocorrem de forma sistemática. Ele conta que desde que a comunidade decidiu realizar as denúncias, o poder público tem adotado uma postura negligente com a situação. “Até hoje, a Funai nada fez no sentido de tentar coibir as invasões”, afirma.

A conquista da reintegração de posse é fruto da mobilização dos indígenas, que junto de apoiadores iniciaram esse processo de resistência envolvendo apoiadores e a Comissão Guarani Yvirupa. Foi após reunião com as lideranças indígenas que o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com as ações na justiça, no dia 30 de abril, buscando a proteção dos direitos dos Mbyá-Guarani.

Além da ação que pediu a reintegração de posse contra os invasores, o MPF buscou da União e Fundação Nacional do Índio (Funai) providências em relação aos andamentos do processo de demarcação da Terra Indígena iniciado em 2012. Com relação a este processo, a Comissão informa que em despacho na segunda-feira (4), o juiz responsável determinou que, tanto a União quanto a Funai, se manifestem no prazo de 72 horas em relação à demanda.

Mobilidade Guarani como resistência


Indígenas retiraram as cercas colocadas pelos invasores / Reprodução Comissão Guarani Yvyrupa

Ao mesmo tempo em foi feita a denúncia da situação por vias legais, indígenas de diversas aldeias foram até o Lami e realizaram atividades de fortalecimento de sua cultura e luta. Este processo caracterizou-se por um espaço de convívio e diálogo em roda do fogo e da espiritualidade do povo Guarani, e foi bem documentado através das redes sociais da Comissão Guarani Yvirupa. Entre variadas atividades, chamou atenção a ação direta em que os indígenas se uniram para derrubar as cercas e casebres instaladas no território pelos invasores.

“Estiveram lideranças indígenas de São Paulo, Santa Catarina, de várias áreas Guarani do Rio Grande do Sul, que se concentraram no Lami e aram a desenvolver um processo muito bacana de mobilização, articulação e reivindicação junto aos órgãos públicos no sentido de coibir as invasões”, ressalta Roberto. Foi a partir dessa mobilização que foi obtida a liminar que determina a reintegração de posse e o interdito proibitório para que se evitem novas invasões ao território.

Kerexu explica que a reunião de lideranças de diversas aldeias foi um momento de fortalecimento da luta, que desde o início da pandemia encontra-se mais isolado como forma de cuidado. “Meu povo, Guarani, como eu brinco, ele é conhecido cientificamente como um povo nômade. Transita bastante. Nós chamamos isso de mobilidade, é ela que move a vida. Por exemplo, a terra é um corpo e ele precisa de movimento, quando ele começa a paralisar a gente começa a ver que a terra vai perdendo a energia.”


Parentes de diversas aldeias foram à Tekoá Pindó Poty para fortalecer a luta / Reprodução Comissão Guarani Yvyrupa

“Ir pra luta no Lami e fazer esses encontros, esses rezos, esses plantios, ajudar os rezadores a fortalecer a casa de rezo, ele faz parte dessa mobilidade que está paralisada pela pandemia. Foi um momento de muito fortalecimento do povo guarani. Fazer isso, essa mobilidade, é um desafio porque a pandemia não acabou. Embora todos os indígenas estejam vacinados, a gente sabe do risco que está correndo, então a gente está fazendo essa mobilidade para fortalecer a vida da terra e do povo também”, complementa Kerexu.

Ela faz questão de reforçar a certeza e esperança do povo guarani quando vai para uma luta. “Nós não vamos para esse confronto com o inimigo, mas com o sentimento e certeza daquilo que a gente está buscando. Com muito rezo, espiritualidade e nossa alegria, a gente coloca essa energia de uma forma muito boa em meio a um conflito muito tenso como era o da Pindó Poty, com interesses muito maiores por cima disso”, afirma.

Seguir atento

Mesmo com a vitória na Justiça, Kerexu entende que é preciso seguir atento. “Eu continuo chamando atenção que a gente precisa estar atento porque esse direito conquistado está fazendo valer, mas principalmente quem está invadindo precisa entender esse direito”, avalia.

Roberto destaca que a conquista alivia a pressão sobre a área, que já estava sendo loteada e desmatada. Mas chama atenção para outros problemas que precisam ser resolvidos. “Ainda há de observar que há um despejo de esgoto dentro da área indígena, é um esgoto canalizado que a por debaixo de via pública e tem origem, segundo informações de Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em uma escola no bairro Lami, e que a por dentro do empreendimento comercial Bom Lami.”

O indigenista afirma que os dejetos desse esgoto promovem uma grande contaminação das águas e de todo o meio ambiente naquela região. “Essa também foi uma denúncia já apresentada aos órgão públicos e aguarda por medidas para que os responsáveis pelo despejo de esgoto sejam punidos e que se cesse, portanto, essa contaminação dentro do território Mbyá-Guarani Tekoá Pindó Poty.”


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Editado por: Katia Marko
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