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Início Política

Debate

“Nosso direito de viver bem está sendo tirado pela ganância”, critica pescadora

UFPE recebe Seminário sobre áreas protegidas e inclusão social, com participação de pescadores afetados pelo óleo

13.dez.2019 às 08h50
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h53
Recife (PE)
Vinicius Sobreira

A marisqueira baiana Marizelha Lopes, do MPP, deu um extenso depoimento sobre a situação das populações - Erick Sales

Na última quinta-feira (12), no segundo dia do 9º Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (Sapis), o encontro recebeu uma mesa sobre o impacto do vazamento de petróleo para as comunidades que vivem em reservas ambientais. A marisqueira baiana Marizélia Lopes, do Movimento dos Pescadores e Pescadoras (MPP), deu um extenso depoimento sobre a situação das populações afetadas. Junto com o Sapis ocorre o 4º Encontro Latino-americano sobre áreas protegidas e inclusão social. Ambos seguem até o sábado (14) na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Com uma fala em defesa de novas relações com o meio ambiente, Marizélia criticou o modelo econômico capitalista que, segundo a pescadora, só enxerga a natureza como forma de extração de matéria prima para ampliar os lucros. "Olha a população que depende da natureza, como fica. O nosso direito de viver bem com nossas famílias e comunidades está sendo tirado pela ganância dos que já possuem muito e querem mais", reclamou, sem conter as lágrimas.
A pescadora não quis deixar ar a oportunidade para cobrar das gestões públicas de alinhamento político de centro-esquerda que estabeleçam relações diferentes com a natureza e com as populações que extraem seu sustento da natureza. "Há três anos tivemos Mariana, este ano tivemos Brumadinho, esse petróleo nas praias. É esse o modelo de desenvolvimento que queremos?", questionou Lopes. Ela também mencionou governos estaduais do PT, PSB e PCdoB no Nordeste criticando a atuação destes em relação às comunidades pesqueiras.
Marizélia Lopes também criticou a política ambiental das gestões do PT no Governo Federal. "Separamos o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) do ICM-Bio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e ainda afrouxamos o Código Florestal. Os governos de esquerda erraram", pontuou. O ICM-Bio surgiu em 2007 com a atribuição de implantar, gerir e monitorar as unidades de convervação ambiental, responsabilidades antes pertencentes ao Ibama.
A trabalhadora da pesca atua na Ilha de Maré, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Baía de Todos os Santos, município de Salvador (BA). Ela também conta que os hotéis da região, apesar de afirmarem que só estão comprando pescado de outras regiões do país, na verdade não pararam de comprar das regiões contaminadas.
"Eles continuam comprando de nós, mas misturam com o que trazem de outros estados. Mas, agora, eles nos pagam menos. O caranguejo caiu de R$30 o quilo para R$15, o siri caiu de R$25 para R$15, o camarão pistola que pegamos no mar caiu de R$25 para R$20. E nós temos que aceitar, porque precisamos vender para sobreviver", disse a líder marisqueira.
Também esteve na mesa o professor mexicano Alejandro Espinoza, que pesquisa biomas marinhos de áreas protegidas no seu país. Em 2010 a plataforma de extração de petróleo Deepwater Horizon, da petroleira British Petroleum (BP), explodiu. A plataforma ficava no Golfo do México, que banha os Estados Unidos, Cuba e o próprio México. O petróleo ou a vazar a uma velocidade de 800 mil litros por dia (5 mil barris), a 1,5km de profundidade.
Nove anos depois, conta Espinoza, as populações costeiras ainda vivem um ciclo vicioso. "Dependemos do dinheiro (auxílio) do governo. E, para sairmos dessa dependência, cultivamos camarão. Mas o camarão nunca é aprovado pelo órgão sanitário, porque vem da nossa região atingida. Então não podemos vender e continuamos dependendo do dinheiro do governo", disse o professor. O dinheiro só resolve as coisas a curto prazo, mas não nos tira desse ciclo", completa. Em relação ao caso brasileiro, ele se mostrou confiante que uma solução seja encontrada mais rápido que no México, porque aqui, disse ele, as populações atingidas estão mais organizadas em movimentos e, portanto, mais fortes.
A comunicadora social Mariana Olívia dos Santos, mestra e doutora em saúde pública e integrante do Laboratório de Saúde e Ambiente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para a necessidade de maior atenção com a saúde das comunidades atingidas pelo óleo, tanto pelo contato direto com o material durante as semanas de limpeza como pelo atual consumo de pescados de áreas oleadas. "Pedimos que as pessoas expostas ao óleo fossem cadastradas no DataSUS para monitoramento ao longo de 5 ou 10 anos, mesmo as pessoas que não estão com sintomas (assintomáticas). Mas o Ministério da Saúde não acatou e só autorizou registro para as pessoas que já estão com sintomas de intoxicação", lamentou.
No encontro também surgiu o questionamento sobre a presença de hidrocarbonetos cancerígenos que compõem o petróleo e que mesmo em mínima quantidade afetam a saúde. Segundo pesquisadores presentes, os estudos sobre qualidade dos pescados não estão fazendo o levantamento destes hidrocarbonetos. Outra sugestão foi de se investir em painéis internacionais sobre o derramamento de petróleo na costa do Nordeste, para envolver organizações internacionais como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e cientistas de todo o mundo para ajudar a encontrar soluções para os biomas atingidos e até para localizar os culpados.
Outra pesquisadora comentou que o que o Nordeste brasileiro viveu nesse caso do petróleo foi um exemplo do que é a negligência do "estado mínimo" defendido pelo atual governo federal e outros setores da política nacional, tendo deixado a população "se virar", arriscado a saúde para fazer a limpeza com as próprias mãos, enquanto o poder público pouco se moveu e a indústria do petróleo, que é quem lucra com essa extração mineral, não precisou desembolsar nada para apoiar a limpeza.
 

Editado por: Marcos Barbosa
Tags: governo federalnordestepernambucopsbptufpe
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