Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

PATRIARCADO

Bolsonaro e o insustentável mito do redentor macho político

Eleito como homem forte, o presidente que temos visto em cinco meses é tímido, desajustado, inconstante e fútil

31.maio.2019 às 18h49
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h49
João Pessoa (PB)
Maria Franco

BOLSONARO PUXA CORO DE IMBROXÁVEL EM 7 DE SETEMBRO - CAPTURA DE TELA - YOUTUBE

Em 1949 a filósofa existencialista sa Simone de Beauvoir publicava o livro ‘O segundo sexo’, livro que contestaria a forma ocidental de pensar a maneira como homens e mulheres coexistem em sociedade. Com a introdução já icônica ao segundo volume, Beauvoir esclarecia que “nenhum destino biológico, psíquico ou econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino”.

A partir de suas formulações, as concepções sobre a construção social da masculinidade e feminilidade puderam ser mais bem analisadas. A filósofa investiga e desmente muitos dos fatos e mitos sociais que sustentam a ideia de que mulheres sejam essencialmente delicadas, irracionais, emotivas, frágeis e maternais, e o oposto disso, o homem: forte, racional, seguro, equilibrado. Seu método serviu de apoio para o desenvolvimento das ciências sociais feministas, que historicamente tem oferecido respostas altamente qualificadas sobre como o sistema patriarcal de gênero tem sido determinante na distribuição de poder na sociedade.

Uma das formas mais explícitas da distribuição gendrada de poder em nossa sociedade é o sistema e a cultura política tradicional. Apesar de serem a maioria da população, as mulheres historicamente tem sofrido com a falta de representação política efetiva em espaços institucionais. Para ilustrar este fato podemos pensar a atual formação do nosso congresso nacional: em 2018, foram eleitas apenas 78 mulheres para a Câmara dos Deputados (15%), e para o senado o Brasil elegeu apenas 12 representantes (14,8%), uma a menos que na legislatura anterior.

Esta sub representatividade é fruto também da forma como a violência simbólica tem sido uma maneira de fazer política por parte dos homens, que ancorados em estereótipos patriarcais, perpetuam a imagem das mulheres que atuam em esfera pública e em espaços institucionais da política tradicionais como sendo loucas, descontroladas fracas e irracionais. Exemplo claro disso foi toda a sorte de insultos e violências que a nossa ex-presidenta Dilma Rousseff teve que enfrentar nos anos que esteve no poder: apologia ao seu estupro, insinuações sórdidas sobre sua sexualidade, capas de revistas forjando imagem de descontrole da presidenta, etc. 

Uma outra estratégia do poder patriarcal é reivindicar a masculinização de espaços políticos sempre que o país está enfrentando crises de naturezas diversas. Neste sentido, podemos pensar a eleição do nosso atual presidente da república, Jair Bolsonaro. O militar aposentado foi eleito baseado em premissas que clamavam, “mão forte”, “punho de aço”, “força bruta”, “disposição para acabar com a farra” e, principalmente, se falava em por ordem na casa, não podemos esquecer que esta mesma casa teria sido confiada (pela primeira vez em sua história) aos cuidados de uma mulher, e como realçou o vice presidente da república, também militar: casa sem presença masculina é oficina de desajustes.

No entanto, o que temos visto em cinco meses de governo Bolsonaro, em muito tem deixado a desejar para parte da população e suas reinvindicações viris. O Bolsonaro tímido, desajustado, inconstante, fútil, que segundo suas próprias palavras não nasceu para ser presidente, não tem conseguido sustentar o papel que lhe foi pedido para desempenhar e o Brasil segue órfão de um grande pai. 

Isto é facilmente verificável, entre outras coisas, nas constantes mudanças de opinião e direcionamentos do governo, que, se a principio soaram como uma estratégica  cortina de fumaça para empurrar goela abaixo do povo suas medidas mais espúrias, hoje se revelam, indiscutivelmente, como simples inabilidade política da maneira obscena. O reizinho e sua corte de principezinhos milicianos, corruptos e acéfalos, estão nus das armaduras que outrora a irrelevância política lhes vestiam. Como alertou Janaina Paschoal, deputada estadual (PSL-SP), mesmo partido do presidente: “Bolsonaro perceberá que terá que parar de fazer drama para trabalhar!".

O presidente que é incapaz de oferecer uma resposta minimamente diplomática ao anseio de milhões de estudantes que vão às ruas defender o seu direito de ter educação pública de qualidade, e diz, diretamente dos EUA, que maioria dos alunos não sabe nem a regra de três e os chama de “idiotas úteis” e “massa de manobra”. É o mesmo presidente que constrange o seu país aos olhos do mundo “se convidando” para reuniões com ex-líderes norte-americanos e sendo desconvidado para participar de homenagens no mesmo país, arauto do capitalismo contemporâneo, eleito por seus apoiadores como modelo exemplar de sociabilidade. A atitude de Bolsonaro diante da crise de seu governo tem sido catastrófica sob muitas perspectivas.

Assim sendo, a figura do Bolsonaro em entrevista para a revista Veja sob o tom de risível desequilíbrio, que alega ter ado os cinco meses do seu governo em noites sem dormir, e ter “chorado pra caramba” com o peso de suas angústias, é uma peripécia trágica do jogo político, quando comparada com a expressão firme e o ar de dignidade que a ex-presidenta Dilma ostentou durante a investigação viciada e as consecutivas violências (muitas vezes decorrentes do seu gênero) que resultou em seu impeachment. 
    Podemos atestar do fracasso de Bolsonaro na presidência da República que precisamos de muito mais que uma fantasia ultraada de masculinidade para garantir a eficiência de um governo. Precisamos, ao invés disso,  de estratégias eficientes e criativas, que levem ao centro de nossa política homens e mulheres verdadeiramente compromissadas/os com a soberania da nossa nação e o futuro das novas gerações. 

*Maria Medeiros, graduanda em Letras- UFPB

Editado por: Maria Franco
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

RETROCESSO

Trump pode revogar proteção legal de mais de milhão de imigrantes nos EUA após decisão judicial

Justiça

PF mira prefeito de Palmas em operação sobre vazamentos no STJ

PARA TODO MUNDO

Agenda cultural: saiba a programação gratuita que movimenta João Pessoa neste final de semana

PELA PRIMEIRA VEZ

Coquetel Molotov Negócios acontece no Centro Histórico de João Pessoa de 30 de maio a 1° de junho

HISTÓRIAS INVISÍVEIS

Vidas Peregrinas: curta documental retrata experiência musical com pessoas em situação de rua

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.