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Saúde

Atingidos pela barragem da Samarco querem exame em 100% da população

Onze pessoas estão com alto nível de arsênio, de níquel e baixo zinco. Dores e tosse são recorrentes

29.mar.2018 às 18h42
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h42
Belo Horizonte (MG)
Rafaella Dotta
Problema de pele apresentado por uma criança de Cachoeira Escura (MG)

Problema de pele apresentado por uma criança de Cachoeira Escura (MG) - Mídia Ninja

Após a tragédia de Mariana (MG), em novembro de 2015, diversos institutos e movimentos aram a acompanhar a saúde da população da Bacia do Rio Doce. Um deles foi o exame de sangue e urina em 11 pessoas do município de Barra Longa, que surpreendeu ao mostrar que todos apresentaram alto nível de níquel. A substância é capaz de causar doenças de pele, queda de cabelo e outras ainda desconhecidas.

O exame, feito pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na última semana, mostra ainda que 3 pessoas têm arsênio no corpo além do limite saudável, 5 tem arsênio no limite máximo e 10 possuem zinco abaixo do necessário. A primeira coleta foi em 2017 e a segunda coleta, que se iniciou em fevereiro deste ano, já foi feita em duas crianças.

Segundo a médica Aline Bentes, da Rede de Médicos e Médicas Populares, o mais preocupante é a alta presença do arsênio, que em pequenas quantidades já pode causar insuficiência do rim, doenças no fígado, dermatológicas (anemia, plaquetotenia) e doenças neurológicas graves, como psicose, demência, delírio. A alta do níquel tem relação com doenças de pele e queda de cabelo, enquanto a baixa do zinco pode afetar o sistema imunológico. Uma vez intoxicadas, as pessoas devem ter acompanhamento médico por toda vida, pois não se sabe os resultados destas substâncias ao corpo.

Crianças em estado grave

Sofya, de 3 anos, apresenta dificuldade para respirar, manchas vermelhas, queda de cabelo e outros sintomas. “Tem dois anos e quatro meses que eu estou denunciando estes problemas de saúde. A lama chegou em Barra Longa no dia 6 de novembro de madrugada e no dia 6 mesmo a minha filha começou a apresentar sintomas”, conta Simone Aparecida, mãe de Sofya. “Ela ficou um mês e meio com diarreia, começou a apresentar manchas no corpo. Eu tenho pedido socorro, porque essa é a palavra exata: socorro”.

Simone denuncia que procurou a Prefeitura de Barra Longa e a Fundação Renova, organização controlada pela Samarco e que deve auxiliar a população atingida, mas não recebeu ajuda. “Um funcionário da Samarco, da Renova, me chamou de louca. Me mandou procurar um psiquiatra, mas agora a prova está aí. Neste dois anos e quatro meses eu tenho lutado para que a minha filha seja reconhecida como atingida e nada, e não só a Sofya, é uma população inteira de Barra Longa”, diz com muita indignação.

A segunda examinada foi Thainá, de 16 anos, que também apresenta arsênio quatro vezes mais alto que o saudável. As casas de ambas não foram inundadas pela lama da barragem e nem perderam bens e, por isso, a Fundação Renova não as considerou atingidas, assim como a maior parte da população.

“Retirada imediata do local de risco”

Documento da Assessoria Técnica dos Atingidos e Atingidas pela Barragem de Rejeitos da Samarco, que acompanhou os exames, relata que as meninas foram medicadas no ato do exame, em São Paulo, para diminuir crises respiratórias e tratar a anemia de Sofya. As médicas recomendaram também “a saída imediata de Barra Longa”. As mães confirmam que as dores, a alergia e irritação de pele recomeçaram assim que voltaram à cidade.

Dores, tosse e insônia

Apenas 11 pessoas fizeram os exames, mas grande parte dos atingidos queixam dos mesmos sintomas. O Instituto Saúde e Sustentabilidade em parceria com o Greenpeace entrevistou 507 pessoas de Gesteira e Barretos, dois distritos de Barra Longa. 37% das pessoas responderam que sua saúde piorou depois do desastre. Destes, a dor de cabeça, tosse e dor nas pernas foram os mais recorrentes. Dentre as crianças, as doenças respiratórias foram 60% das suas reclamações.

Os sintomas emocionais ou comportamentais são ainda mais recorrentes: 83% afirmaram tê-los. 37% declara que seu maior problema é a insônia, 22% tem preocupação ou tensão, 18% sente-se triste, 18% assusta-se com facilidade, 10% ou a ter dificuldade para tomar decisões, 10% apatia e 9% sonolência. Além disso, observou-se não haver diferenças entre os sintomas das pessoas expostas diretamente à lama e pessoas expostas indiretamente.

Além disso, o atendimento médico na cidade tem sido questionado. Profissionais foram contratados pela Fundação Renova para atuar no Sistema Público de Saúde (SUS), como uma das obrigações da Samarco com a população. Porém, atingidos relatam que não conseguem laudos que relacionem as doenças à lama, ainda que esteja explícito, e que médicos tem sofrido pressão da mineradora.

Letícia Oliveira, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), garante que a Samarco está presente dentro das prefeituras de Mariana e Barra Longa. “Desde o rompimento da barragem, as empresas contrataram profissionais para trabalhar para dentro das prefeituras. Quem paga e faz o contrato, que é cancelado e renovado de três em três meses, é a Fundação Renova”, conta. De acordo com Letícia, dentre 20 profissionais da saúde de Barra Longa, 3 seriam contratados pela Renova.

Análise em toda a população

Os exames das 11 pessoas foram entregues ao Ministério Público, à Secretaria de Saúde de Barra Longa e serão encaminhados à Secretaria de Saúde de Minas Gerais. O MAB defende que os órgãos se responsabilizem pelos custos e que todos os atingidos diretos e indiretos tenham a possibilidade de fazer o exame sobre metais pesados, com prioridade para Barra Longa que foi a única cidade que teve sua área urbana inundada.

O movimento requer também uma assessoria técnica independente (não vinculada às mineradoras e à Fundação Renova), com a inclusão de profissionais da saúde. “Os criminosos não têm que cuidar da vítima. Eles têm que pagar, mas quem executa são os órgãos independentes e o governo”, reafirma Letícia, “senão os atingidos não terão segurança de que os resultados serão verdadeiros”.

Editado por: Joana Tavares
Tags: radioagênciasaúdevale
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