Voltamos a insistir no tema diretamente ligado à segurança dos seres vivos do planeta, incluindo os humanos, e de sua qualidade de vida.
Como já vimos, é urgente reduzir fortemente o aumento do aquecimento planetário, o que vale dizer reduzir mais e mais a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs).
No mundo a ampla maioria dos GEEs são produzidos pelos combustíveis fósseis, ou seja, pelos derivados de petróleo, principalmente nos transportes; e pelo carvão mineral, na geração de energia elétrica. A energias não renováveis ainda representam mais de 75% da matriz energética (que apresenta em percentuais de todas as modalidades de energia usadas).
Daí, a necessidade de compromissos internacionais por todos os países, mesmo que “Trumps” não queiram aderir, para a substituição destes combustíveis mais rapidamente.
No Brasil, também como já vimos, a maior parte dos GEEs são gerados pelos desmatamentos, queimadas e modos de produção agrícola e pastoril.
No entanto, nos meios urbanos, especialmente os maiores, o uso de derivados de petróleo chega a representar dois terços da emissão dos GEEs.

Vejamos acima, como ficou, para o ano de 2024, a distribuição percentual de todos os combustíveis no Brasil.
Nos grandes centros urbanos dois terços dos GEEs vêm do petróleo
Embora estejamos evoluindo bem, ainda a maioria das energias utilizadas em 2024 é não renovável, está em 52,7%, nas modalidades de petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral, urânio e outros. Vale destacar a participação do gás natural (ainda pequena, de 10,5%), que é composto fundamentalmente de metano (CH4), que é o segundo maior GEE, extremamente agressivo, mas isto praticamente pode ser eliminado, basta não permitir nenhum vazamento desde a produção até o uso, e regular queimadores para ser totalmente queimado. Nestas condições é um excelente combustível, praticamente sem geração de GEE e sem outra poluição.
As energias renováveis, hidráulica (quedas d’água), lenha e carvão vegetal, derivados de cana (etanol e bagaço), eólica, solar e outras, chegaram a 47,4% e estão subindo. Aqui também cabem algumas considerações. É importante que a queima da lenha e carvão vegetal, tanto no uso industrial como residencial, seja o mais completo possível, para gerar o mínimo de poluição e GEE. Neste caso, o GEE dióxido de carbono (o maior de todos), é captado pelas árvores usadas para a lenha e o carvão, quando estão em crescimento. O mesmo acontece com o bagaço de cana (muito usado na geração termelétrica), cuja queima é considerada “carbono neutro”, já que o dióxido de carbono gerado é absorvido no crescimento da cana de açúcar.
A combustão do etanol também gera GEE, porém muito menos que a gasolina e o óleo diesel.
Qual, então, é o principal caminho para não provocarmos ainda mais eventos climáticos extremos, auxiliando a natureza a reequilibrar-se minimamente? A energia elétrica, a mais eficiente entre todas, base essencial das transformações tecnológicas, e da qual toda a nossa vida é completamente dependente. Quando usada, simplesmente não polui e não gera GEE.
Não é nenhum produto em si, e sim um fenômeno, constatado ainda na Antiguidade por Thales de Mileto e outros. No século XIX, incluindo os fenômenos do eletromagnetismo, os estudos tiveram grandes evoluções com cientistas, entre outros, de Andrè-Marie Ampère, Benjamin Franklin, Alexandro Volta e Michael Faraday. ou a ter grande uso quando Thomas Edison criou a lâmpada e Nikola Tesla desenvolveu sistemas de transmissão de energia elétrica.
Para obter-se energia elétrica é necessário criar a vibração dos elétrons, o que é possível em diversos materiais, sendo o cobre e o alumínio os mais usados. Para obter isto é necessário o uso de outra energia, sendo a energia elétrica dependente de outras energias, que podem ser renováveis ou não.
Aí surge a primeira crítica, de que a energia elétrica é produtora de GEE na sua geração. Então, vamos ver abaixo como foi, no Brasil, a geração de energia elétrica consumida agora em março de 2025, na matriz elétrica (apresentação percentual de todas as energias usadas para a geração de energia elétrica) abaixo, elaborada por Aneel/Absolar:
Verificamos que, entre a energia gerada no Brasil, nada menos de 87,2% é de recursos renováveis (hídrica, fotovoltaica, eólica, biomassa e biogás). Ressalte-se o extraordinário e rápido crescimento da energia fotovoltaica, já sendo a segunda maior participação. Os 12,8% restantes são constituídos por gás natural, petróleo, carvão mineral e nuclear. Registre-se que entre estes, 7,2% é de gás natural, que, quando bem usado, praticamente não gera poluição, incluindo a GEE. Nestas condições, podemos considerar a geração de energia elétrica brasileira como renovável.
A matriz elétrica dos outros países não é assim. Um excelente motivo para pressioná-los a substituir os combustíveis fósseis o quanto antes.
Nossa matriz elétrica é renovável

Os veículos elétricos, que não geram poluição e nem GEEs, substituirão (tomara que isto seja acelerado) os veículos a combustão, o que será uma das grandes revoluções do nosso tempo. Exagero? Então imaginem nossas cidades sem canos de descarga emitindo venenos e praticamente sem ruídos.
Os veículos elétricos serão uma grande revolução de nossa época
Outra crítica forte: as baterias dos veículos elétricos exigem lítio, muito difícil de minerar e é poluidor. O lítio é o principal metal componente de uma liga de vários metais componentes das baterias. Temos grandes avanços. As primeiras baterias pesavam 2000kg e os veículos tinham 100 km de autonomia.Hoje, as baterias pesam 500 kg para 500 km de autonomia, ou seja, necessitam 20 vezes menos metais por km de autonomia. E ainda podem ser recarregadas por até 4 vezes.
Temos mais avanços: já estão sendo fabricadas baterias que substituem o lítio por sódio. E ainda mais, quando conseguirmos produzir hidrogênio em grandes quantidades, poderemos substituir as baterias por células de hidrogênio.
Mais do que nunca devemos saudar os inspirados cientistas que desenvolveram a eletricidade, certamente nem imaginaram que suas criações poderiam vir ajudar a salvar o planeta.
Para finalizar: Hoje o tema meio ambiente atinge a todos(as) nós, coloca a nossa própria vida e do planeta em risco! Está bem além de ser um tema em que os ativistas ambientais corretamente sempre nos alertaram.
No próximo 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, podemos e devemos debater como salvar o nosso limitado planeta e a nós mesmos.
*Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.