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TRANSFORMAÇÃO

Tarifa zero cresce e pode ser o futuro do transporte público em BH e no Brasil

Gratuidade impulsiona economia, saúde e educação nos municípios, segundo pesquisador da USP

03.abr.2025 às 16h28
Belo Horizonte (MG)
Lucas Wilker
Tarifa zero cresce e pode ser o futuro do transporte público em BH e no Brasil

Chega a quase 7 milhões o número de pessoas que são impactadas pela gratuidade no país

Enquanto tramita na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) uma proposta para tornar gratuita a tarifa do transporte público do município, no Brasil, mais de 120 cidades já  servem como exemplo de sucesso da medida. Chega a quase 7 milhões o número de pessoas que são impactadas pela gratuidade no país. 

Em 2025, Teresina, no Piauí, tornou-se a primeira capital a adotar a tarifa zero universal, que funciona em sua rede de trens de superfície. Com essa decisão histórica, o município também é, atualmente, o mais populoso a fazer parte das políticas universais de e livre no Brasil, com mais de 900 mil habitantes. 

“A gente tem visto com bastante atenção os resultados dos primeiros meses. Como em todas as cidades que adotam a tarifa zero, houve um aumento significativo no uso do transporte público. Uma perspectiva aberta de reverter uma tendência de queda bastante acentuada, que é comum em todas as capitais do Brasil e que não tem recebido a atenção devida”, avalia Daniel Santini, pesquisador de mobilidade urbana da Universidade de São Paulo (USP). 

Segundo ele, na última década, compreendida entre 2013 e 2023, o país perdeu 30% dos ageiros nas 10 cidades mais populosas do Brasil. 

“Se a gente seguir nesse ritmo, em mais duas décadas, acabou o transporte público. Mesmo para quem não usa transporte público, isso deveria ser motivo de preocupação. Quando a gente tem pessoas se deslocando mais em carros e motos, existe mais poluição, mais ocorrências de trânsito e cidades piores para se viver”, sinaliza. 

Efeitos práticos da tarifa zero

O município de Maricá, no Rio de Janeiro, também tem sido um exemplo na condução do modelo de tarifa zero. Com quase 200 mil habitantes, a cidade transporta mais de 65% de sua população por meio do transporte público, incluindo moradores, visitantes e trabalhadores. 

A Empresa Pública de Transportes de Maricá é a autarquia que faz a gestão do modelo, que se desenvolveu gradativamente desde a sua criação, em 2014, pelo prefeito Washington Quaquá (PT). 

“Começamos com três linhas e 13 ônibus. Hoje, contamos com 48 linhas e mais de 155 ônibus. Nos contratos de locação, estipulamos que os ônibus deveriam ser novos e que, se o trajeto não fosse cumprido, o pagamento não seria feito. Além disso, todos os veículos possuem ar-condicionado”, reforça o presidente da empresa, Celso Haddad. 

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“Não é porque é um serviço público que precisa ser ineficiente. Hoje, Maricá é uma das cidades brasileiras que mais transporta ageiros diariamente, mensalmente e anualmente. Possuímos a maior frota de ônibus gratuitos do país, além da frota mais nova”, conta. 

Os dados, segundo ele, demonstram o impacto positivo da tarifa zero na cidade. O número de empresas, incluindo microempresas e grandes redes de supermercados, cresceu exponencialmente, explica Haddad.

“Muitas empresas economizam com transporte para seus funcionários e, com isso, conseguem contratar mais pessoas e investir em qualificação profissional.  Além disso, a tarifa zero teve impacto na mobilidade urbana. A redução no número de veículos particulares circulando contribuiu para a queda nos índices de acidentes de trânsito”, acrescenta. 

Na saúde, ele conta que houve um aumento significativo no comparecimento a consultas e tratamentos médicos, já que, antes, muitas pessoas não tinham dinheiro para custear o transporte de ida e volta, especialmente em tratamentos recorrentes.  

“Na educação, os pais agora podem escolher melhor onde seus filhos vão estudar, sem o obstáculo dos custos com transporte. Além disso, o o à cultura e ao lazer também foi ampliado.  A tarifa zero não se resume apenas à gratuidade do transporte; seu impacto se reflete em diversas áreas da cidade, promovendo maior inclusão e qualidade de vida para a população”, observa. 

Minas Gerais é expoente 

Atualmente, com 31 municípios incluídos, Minas Gerais é o segundo estado do Brasil com a maior quantidade de cidades com  a tarifa zero universal, precedido apenas por São Paulo. As regiões Sudeste e Sul do país, portanto, ficam à frente das demais no que se refere à adesão da política de gratuidade, de acordo com um mapeamento coletivo organizado pelo pesquisador Daniel Santini. 

Para ele, essa concentração nas duas regiões se deve a uma multiplicidade de fatores, mas o efeito contágio é um ponto de atenção. 

“A gente tem visto muitas cidades se inspirarem em experiências de cidades vizinhas. Tem o caso das cidades históricas em Minas Gerais: Mariana influenciando Ouro Branco e, a partir daí, influenciando outras cidades vizinhas”, chama a atenção. 

A multiplicação de experiências também tem a ver com intercâmbios promovidos entre vereadores de diferentes partidos, que dialogam sobre as possibilidades, desafios e resultados. 

:: Leia também: Tarifa zero aprovada em Sarzedo (MG) reacende debate sobre transporte público gratuito ::

No território mineiro, mais de 1 milhão de habitantes são impactados positivamente pela medida. Dos 31 municípios de MG com tarifa zero,  oito estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH): Itatiaiuçu, Ibirité, Caeté, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Brumadinho, Sarzedo e São José da Lapa.

O crescimento do número de cidades com tarifa zero ao longo da história:

  • De 1992 a 1998 – 4 Cidades
  • De 2001 a 2010  – 9
  • De 2011 a 2020 – 28
  • 2021 – 16
  • 2022 – 16
  • 2023 – 37
  • 2024 – 9
  • 2025 –  6

Redução de desigualdades

Para Daniel Santini, uma constante em todas cidades que apontam para a criação da política é o apoio popular muito forte. Isso é natural, segundo ele, porque a tarifa zero muda a vida das pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. 

Embora historicamente os estudos sobre a tarifa zero tenham tido foco em políticas de mobilidade, o pesquisador aponta que as pesquisas recentes destacam resultados práticos para além do transporte.

“Talvez o principal efeito que merece destaque seja a redução da desigualdade social. Não custa lembrar que uma parte considerável do orçamento das famílias é utilizado para transporte e não para comprar alimentos”, comenta. 

Mesmo em lugares em que a tarifa zero ocorre apenas em um dia da semana, como em São Paulo e, recentemente, em Brasília, aos domingos e feriados, o efeito é surpreendente, como reforça Annie Oviedo, integrante do Movimento Tarifa Zero. 

“A melhor coisa da tarifa zero aos domingos é que ela democratiza o o, especialmente a eventos de lazer e de cultura que já são gratuitos”, pontua. 

“Aos domingos é mais sobre isso do que sobre o o a outros direitos ou ao estudo, à saúde e ao próprio trabalho, o que, dentro de uma perspectiva do que que é a tarifa zero, acho maravilhoso, porque o transporte não pode ser apenas um meio para levar as pessoas para o trabalho e para a escola”, lembra. 

Para Oviedo, a política de gratuidade vem de uma ideia de abundância, ou seja, ter ônibus para ir a qualquer lugar, desde um parque mais longínquo a um evento no centro.

“É ter uma liberdade de escolha e uma capacidade de conexão com espaço urbano que é inigualável. A tarifa zero aos domingos não é só sobre ir e vir. Ela é sobre estar. E o estar é político. Quem está em determinados lugares da cidade é um fato determinado politicamente”, conclui. 

Editado por: Ana Carolina Vasconcelos
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