Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

BDF Explica

Brumadinho, Mariana, e os muitos crimes da Vale

Empresa já foi multada no Peru e em Moçambique; principais vítimas são populações vulneráveis

14.mar.2025 às 16h21
São Paulo (SP)
Raquel Setz
Em protesto, ativistas cobrem de lama placa da empresa Vale

BRAZIL-AUSTRALIA-MINE-PROTEST - YASUYOSHI CHIBA / AFP

No começo de fevereiro de 2025, a Polícia Civil de Minas Gerais identificou os restos mortais de mais uma vítima do crime da Vale em Brumadinho. O corpo encontrado ficou embaixo da lama tóxica desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019. 

 Com este, o número de mortos na tragédia chega a 270 – ou 272, já que duas mulheres que perderam a vida estavam grávidas.  

O rompimento da barragem em Brumadinho chocou o Brasil e o mundo pela quantidade de mortos, pela destruição ambiental e por acontecer pouco mais de três anos depois do rompimento de outra barragem, a de Mariana. A empresa responsável era a Samarco, controlada por duas mineradoras: a anglo-australiana BHP Billiton e a brasileira Vale. 19 pessoas morreram. 

Esses dois casos são os exemplos mais extremos de uma trajetória marcada pelo desrespeito ao meio ambiente e aos direitos humanos. Mas como a Vale segue operando, e lucrando, mesmo com constantes denúncias gravíssimas?

O que é a Vale?

A história começa em 1942, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Foi quando nasceu a Vale, que então se chamava Vale do Rio Doce, e era uma empresa estatal. Só que ela foi privatizada em 1997, ainda no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso. A venda do controle acionário foi fechada em US$ 3,3 bilhões – o que parece muito, mas correspondia a apenas 27% do capital total da empresa. 

E o dinheiro para a compra foi disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, o BNDES, a juros subsidiados. Ou seja: uma empresa pública foi vendida a uma empresa privada usando dinheiro público. A privatização fez milhares de trabalhadores perderem seus empregos, e inaugurou uma nova fase da companhia, marcada pela exploração predatória. 

Denúncias pelo mundo

Hoje, a Vale atua em mais de 30 países e, por onde ela a, vêm também as denúncias de violação de direitos e destruição ambiental.  

Em novembro de 2013, a empresa foi multada pelo órgão ambiental do Peru por contaminação do ar na província de Piura. No local, a Vale explora jazidas de fosfato, mineral utilizado para a produção de fertilizantes químicos.  

A empresa também foi multada pela justiça de Moçambique por construir uma barreira ao redor do complexo minerário na cidade de Moatize, impedindo a população camponesa de chegar a seus territórios. 

Aqui no Brasil, a Vale teve que pagar multa por causar vazamento de fuligem de grafite e limalha na atmosfera na zona oeste do Rio de Janeiro. Na Grande Vitória, no Espírito Santo, a população sofre com o pó preto produzido pelas mineradoras que atuam na região e, entre elas, está a Vale. E em São Luís, no Maranhão, a qualidade do ar atinge níveis de emergência todos os dias, também devido à presença de mineradoras. A própria Vale chegou a ser notificada pelo governo do estado.  

Em todos esses casos, os mais atingidos são populações já vulneráveis, como camponeses e pescadores artesanais. E a hostilidade da Vale não para por aí: uma reportagem da Agência Pública de 2013 relevou que a empresa tinha como política de segurança infiltrar agentes em movimentos populares e elaborar dossiês sobre defensores dos direitos humanos, incluindo um padre e uma liderança do MST. 

E nada acontece?

Com tantos escândalos e tantas mortes, a sensação que fica é que nada está sendo feito para frear a destruição provocada pela Vale. Até hoje, nenhum executivo da empresa foi preso pelo rompimento das barragens, mesmo havendo provas de que a companhia sabia da condição precária das instalações. 

Em outubro do ano ado, foi fechado um novo acordo para a recuperação da Bacia do Rio Doce, afetada pelo rompimento da barragem de Mariana em 2015. Movimentos populares, como o Movimento de Atingidos por Barragens, criticam a demora em chegar a um acordo e o baixo valor para as reparações individuais. Os agricultores e pescadores atingidos, por exemplo, devem receber uma indenização no valor de um salário mínimo e meio por mês, durante três anos, e um salário mínimo por mês no quarto e último ano.  

E isso sendo que, só no ano ado, o lucro líquido da Vale ultraou R$ 31 bilhões. 

Ou seja, como não há dúvidas de que a atividade das mineradoras vai gerar impactos ambientais consideráveis, a empresa apenas calcula se o custo desse impacto e o risco de sua atividade compensam pelos possíveis lucros e alta de suas ações. E, no caso da Vale, o crime tem compensado.  

O que vem por aí?

Todo esse cenário não seria possível se empresas como a Vale não tivessem um aliado importante: o poder público. Em fevereiro, a Vale lançou o projeto “Novo Carajás”, que deve investir mais de R$ 70 bilhões para a exploração de minérios e produção de cobre até o ano de 2030 no estado do Pará. A cerimônia de lançamento contou com a presença do presidente Lula, que fez votos de que a Vale “volte a ser a primeira empresa do mundo em mineração de ferro, em mineração de materiais críticos, em mineração do que ela quiser”.  

Sendo assim, fica mais difícil lutar contra a impunidade dos dirigentes da empresa, garantir a reparação para quem foi prejudicado por ela e impedir que novas tragédias aconteçam. 

Editado por: Nathallia Fonseca
Tags: brumadinhomarianavale
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Artigo

Brics tomarão a dianteira no combate à tuberculose?

ARTIGO

Energia eólica offshore e hidrogênio verde no Brasil não beneficiam a população e destroem vidas e territórios marinhos

VIOLÊNCIA

MST pede justiça durante sepultamento de agricultor atropelado em marcha do Abril Vermelho no Recife

ELEIÇÃO PETROLÍFERA

Novo gigante do petróleo, Suriname vai às urnas para escolher governo neste domingo

Tecnologia

Acordo China-Brasil sobre Inteligência Artificial reforça pesquisas conjuntas e desenvolvimento de infraestrutura

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.