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MULHERES

Saúde mental e trabalho: quem pensa nas mulheres negras?

Brasil registrou mais de 472 mil afastamentos do trabalho por problemas de saúde mental em 2024

11.mar.2025 às 11h38
Rio de Janeiro (RJ)
Taina De Paula
Saúde mental e trabalho: quem pensa nas mulheres negras?

Mulher negra trabalha quase o dobro do tempo para obter salário de homem branco - Edson Lopes/Fotos Públicas

Há apenas três dias do Dia Internacional da Mulher, o que eu mais queria era falar das nossas vitórias, dos nossos sonhos e planos, mas o que tenho para falar desta vez não é nem um pouco animador.

Assédio sexual e moral, metas excessivas, jornadas extensas, conflitos interpessoais, condições precárias no trabalho e falta de e são alguns pontos elencados pelo levantamento realizado pelo G1, mostrando que, em 2024, o Brasil registrou mais de 472 mil afastamentos do trabalho por problemas de saúde mental. E, adivinhem… (pausa para uma busca no Google): mulheres negras são as mais afetadas com essa triste situação.

O levantamento foi feito com base nos dados do Ministério da Previdência Social e revela que, nos últimos 10 anos, esse número mais que dobrou. Em 2014 foram 221.721 afastamentos e deu um salto em 2024, chegando aos 472.328 registros, o mais alto da série histórica, registrado pelo ministério. Em 2023, foram 283 mil casos, totalizando um aumento de 68% em relação a 2024.

A maioria desses afastamentos vieram de mulheres (64% ou 301.348 casos) e nós, mulheres negras, somos as que mais sofrem com essas doenças mentais, como depressão, ansiedade e outras psicoses. O padrão social que vivemos até hoje é machista, em que as mulheres são sobrecarregadas com o trabalho e afazeres domésticos, ao mesmo tempo em que a remuneração é menor que a dos homens, mesmo ocupando os mesmos cargos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,1% dos lares brasileiros são atualmente chefiados por mulheres e essa sobrecarga estafante é um risco, não só profissional, mas econômico também. As famílias podem ficar desabastecidas, filhos sem a devida atenção das mães e outros problemas que só quem vive o dia a dia de um território em vulnerabilidade conhece.

A pandemia da covid-19 não foi o pontapé para essa crise, mas foi um agravante, a vida das mulheres nunca mais foi a mesma, principalmente para aquelas que são responsáveis financeiras pelos lares. O preço dos alimentos em geral subiu consideravelmente (55%) entre os anos de 2020 e 2024, ficando muito acima da inflação no mesmo período, impactando diretamente na saúde física e mental das nossas mulheres.

Além disso, muitas pessoas foram demitidas durante a pandemia e os que continuaram empregados tiveram suas cargas horárias consideravelmente elevadas para se manterem nos trabalhos. Quando a pandemia acabou, essa situação não se reverteu e as pessoas continuaram trabalhando no mesmo ritmo (desumano), no entanto, nem todos têm estrutura física e psíquica para acompanhar essas jornadas intensas.

A vida voltou ao normal depois da pandemia? Podemos dizer que sim, mas a crise sanitária deixou sequelas emocionais eternas na sociedade e atingiram fortemente as mulheres, até porque, os homens não são sobrecarregados ou sequer procuram médicos para diagnósticos de doenças mentais, salvo raras exceções.

Por último, mas não menos importante, precisamos falar de mercado de trabalho deficitário e o impacto desses afastamentos nas contas públicas. O levantamento mostrou também que o valor médio dos benefícios pagos às mulheres é de R$ 1.977,35 por mês, já o valor que os homens recebem chega a R$ 2.131,04, uma diferença de 8% a mais em comparação com os valores reados a nós. Nada de novo nessa informação.

Considerando que a média de afastamento é de três meses, segundo o levantamento, o impacto financeiro no INSS chegou, em 2024, a mais de R$ 3 bilhões, dinheiro que saiu dos cofres públicos. É preciso repensar as relações de trabalhos no Brasil para que nós, mulheres, consigamos sair dessa base da pirâmide quando se trata de remuneração, mas somos o topo quando o assunto é doença mental.

*Tainá de Paula é arquiteta, urbanista e ativista das lutas urbanas. É especialista em Patrimônio Cultural pela Fundação Oswaldo Cruz e Mestre em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente é vereadora licenciada e Secretária Municipal de Meio Ambiente e Clima da Cidade do Rio de Janeiro.

**Este é um artigo de opinião e não representa necessariamente a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Vivian Virissimo
Tags: mulheres negras
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