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RECONSTRUÇÃO

Projeto Hip Hop no Bairro vai revitalizar Escola Estadual em Viamão (RS) afetada pela enchente

O projeto promove um dia de atividades culturais gratuitas com graffiti, braking, DJ, rap, conectando a comunidade local com arte e educação

07.mar.2025 às 16h22
Viamão (RS)
Marcela Brandes
Projeto Hip Hop no Bairro vai revitalizar Escola Estadual em Viamão (RS) afetada pela enchente

Vitinho Arte grafitando muro de uma escola na primeira edição do evento em 2023 - Foto: Divulgação

A terceira edição do projeto Hip Hop no Bairro acontece neste sábado (8), a partir das 9h, na Escola Estadual Dr. Genésio Pires (Rua Júlio de Castilhos, 215), no bairro de Itapuã, no município de Viamão (RS). O evento é promovido pela Associação da Cultura Hip Hop de Viamão (ACH2V), fomentado pelo Programa Retomada Cultural RS. A participação no evento é gratuita.

Uma das propostas do encontro é revitalizar os muros da escola com grafitagem coletiva envolvendo artistas e estudantes na reconstrução do espaço escolar que foi extremamente afetado com as enchentes que devastaram o estado ano ado.

Para a fundadora e coordenadora da ACH2V e do projeto, Lawrin Ritter, essa edição nessa escola vai ser muito especial, pois vai apresentar a cultura hip hop para uma área de Viamão, extremamente afastada do Centro. “São quase 60 minutos da área central, onde os próprios alunos vão poder grafitar os muros da sua escola.”

Artistas e estudantes pintando muros da escola na primeira edição do evento em 2023 – Foto: Divulgação

“Essa escola foi muito atingida durante as enchentes, ela fica praticamente na beira da lagoa de Itapuã. A direção e os professores ainda não conseguiram retomar a pintura do pátio. E uma escola sem cor, muitas vezes deixa de ser interessante para os estudantes que estão ali. A temática dos graffitis vai ser a educação e a leitura, então os desenhos vão seguir muito essa linha. E pela nossa experiência é muito legal quando os alunos aproveitam o graffiti que eles mesmos puderam participar”, conta Lawrin.

O Hip Hop no Bairro promove um dia inteiro de arte, música, cultura e educação, conectando a comunidade escolar ao hip hop como ferramenta de reconstrução e pertencimento.

Programação gratuita

“A cultura hip hop é um propulsor de oportunidades e de quebra de paradigmas, e quem tem contato muito jovem com o hip hop normalmente acaba descobrindo um fazer artístico, seja na música, na dança ou na pintura. Nas últimas duas edições, é muito bacana ver os professores empolgados com a possibilidade de ver os alunos que já demonstram interesse por hip hop, saber um pouco mais sobre e poder desenvolver alguma atividade”, explica Lawrin.

A programação conta com oficinas gratuitas para crianças e jovens da comunidade. A oficina de graffiti, ministrada por Vitinho Arte e Costela, ensinará técnicas de arte urbana e expressão visual. Já a oficina de breaking, com o dançarino Zé da Fé, levará a energia e o movimento do hip hop para dentro da escola.

Aula de breaking na segunda edição do evento em 2024 – Foto: Divulgação

Também estará presente shows de rap, reunindo nomes de peso da cena hip hop da cidade de Viamão, Alvorada e Uruguaiana, como Rap Pampa Crew, THS Drop e Sonny & Romma. O evento ainda contará com uma batalha de conhecimento, no modo VVAR, incentivando o aprendizado e a troca de ideias dentro da cultura hip hop.

Para fortalecer a economia local, o Hip Hop no Bairro também terá uma feira de artesanato, dando visibilidade a empreendedores da região e promovendo geração de renda para artistas e produtores independentes.

Como surgiu o projeto

A ideia do Hip Hop no Bairro nasceu em 2023 a partir de um convite do grafiteiro Vitinho Arte à Associação da Cultura Hip Hop de Viamão para realizarem uma grafitagem coletiva na Escola Estadual Barão de Lucena, no bairro São Tomé, de Viamão. A associação entrou em parceria com a estrutura, os artistas, oficinas e a feira. 

Em 2024, a segunda edição aconteceu na Vila Martinica, também em Viamão, na Escola Adonis dos Santos. E segue agora em sua terceira edição na Escola Estadual Dr. Genésio Pires. “Como a temática é educação e leitura e utilizamos o graffiti, que é um dos elementos da cultura hip hop, a mensagem é que a juventude das escolas e das comunidades do entorno possam buscar conhecimento e integração, independente de ter um evento acontecendo ou não. Nós desejamos que através dessa intervenção coletiva todos os envolvidos e os não-envolvidos, ou seja, quem vai ver a pintura pronta, se sinta parte daquela comunidade”, explica Lawrin.

Editado por: Katia Marko
Tags: culturaCultura de ruaEscolastopico-enchentes-no-rs
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