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Início Bem viver Cultura

Paraíso do Tuiuti

Homenageada no Carnaval do Rio: quem foi Xica Manicongo, a primeira travesti do Brasil 

Hoje, Xica é lembrada como um símbolo de resistência para a população LGBTQIAP+ negra e periférica

04.mar.2025 às 07h42
Atualizado em 05.mar.2025 às 12h10
São Paulo (SP)
Redação
Homenageada no Carnaval do Rio: quem foi Xica Manicongo, a primeira travesti do Brasil 

"Quem tem medo de Xica Manicongo?", sobre a primeira travesti do Brasil, é enredo da Paraíso do Tuiuti para 2025 - Foto: @paraisodotuiutioficial no Instagram

Xica Manicongo, considerada a primeira travesti não indígena do Brasil, será homenageada pelo enredo do Paraíso do Tuiuti, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (4).

O compositor Cláudio Russo contou, em entrevista ao Brasil de Fato, como foi o processo de composição do samba que vai embalar a escola na terceira noite do Carnaval do Rio.

“Eu conheci uma entidade chamada Dona Praia e ela consta na letra do samba. Ela foi me contando tantas coisas que eu percebi isso que você falou em off, eu não poderia fazer um samba com uma narrativa comum, começo, meio e fim. Eu percebi que a Xica era muito mais do que um personagem da história. É uma ideia”, pontuou.

História 

Sequestrada no Congo para ser escravizada em Salvador no século 16, Xica Manicongo foi batizada como Francisco. Sua história foi descoberta pelo antropólogo Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, que encontrou nos arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, uma denúncia de sodomia feita em 1591 à Inquisição.  

Segundo os documentos, Xica faria parte de “uma quadrilha de feiticeiros sodomitas”. A palavra sodomia se refere a uma interpretação de uma agem bíblica que faz referência a atos considerados imorais. Os arquivos diziam também que Xica, que trabalhou como sapateira na capital baiana, tinha grande resistência em usar roupas ligadas ao imaginário masculino. 

Após ser denunciada, Xica foi condenada a ser queimada viva em praça pública, e seus descendentes desonrados até a terceira geração. Para não sofrer a condenação, ela deixou de lado o vestuário e os modos femininos e ou a se comportar como um homem. De acordo com a literatura, Xica foi definida como travesti pela primeira vez, na década de 2000, por Majorie Marchi, então presidente da Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro (Astra-Rio).

Hoje, Xica é lembrada como um símbolo de resistência para a população LGBTQIAP+ negra e periférica. Seu nome é frequentemente citado em estudos sobre gênero, raça e escravidão no Brasil. Em Salvador e em outras partes do Brasil, a memória de Xica Manicongo tem sido resgatada por movimentos populares, artistas e historiadores que buscam dar visibilidade às histórias de pessoas LGBTQIAP+ na diáspora africana. 

Ela também é citada em produtos culturais e artísticos, como na música Amor amor da cantora e compositora Linn da Quebrada, e tem seu nome estampado em coletivos e institutos, como o Quilombo Urbano Xica Manicongo, em Niterói (RJ). 

Em 2022, as então vereadoras de São Paulo (SP) pelo Psol Elaine do Quilombo Periférico, Luana Alves e Erika Hilton (hoje deputada federal) propam nomear uma rua de Xica Manicongo, no Distrito do Grajaú, na Zona Sul da capital paulista. O projeto chegou a ser aprovado pela Câmara Municipal, mas foi vetado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Na justificativa, o emedebista informou que “a descrição da via não é suficiente para identificação do logradouro a ser denominado”. 

Confira o samba-enredo do Paraíso do Tuiuti 

Só não venha me julgar  
Pela boca que eu beijo 
Pela cor da minha blusa 
E a fé que eu professar 
Não venha me julgar 
Eu conheço o meu desejo 
Este dedo que acusa 
Não vai me fazer parar 
Faz tempo que eu digo não 
Ao velho discurso cristão 
Sou Manicongo 
Há duas cabeças em um coração 
São tantas e uma só 
Eu sou a transição 
Carrego dois mundos no ombro 

Vim Da África Mãe Eh Oh 
Mas se a vida é vã Eh Oh 
Mumunha 
Jimbanda me fiz 
N Ganga é raiz 
Eu pego o touro na unha 

A bicha, invertida e vulgar 
A voz que calou o “Cis tema” 
A bruxa do conservador 
O prazer e a dor 
Fui pombogirar na Jurema 

Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha 
As perseguidas na parada popular 
E a Mavambo reza na mesma cartilha 
Pra quem tem medo o meu povo vai gritar 

Eu travesti 
Estou no cruzo da esquina 
Pra enfrentar a chacina 
Que assim se faça 

Meu Tuiuti 
Que o Brasil da terra plana, 
Tenha consciência humana 
Chica vive na fumaça 

Eh! Pajubá! 
Acuendá sem xoxá pra fazer fuzuê 
É Mojubá 
Põe marafo, fubá e dendê (Pra Exu) 

Editado por: Martina Medina
Tags: carnavallgbtqia+
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