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Artigo

Oscar 2025: ‘Emilia Pérez’ é uma ótima história aprisionada em musical ruim

Odiado por mexicanos, filme de diretor francês trata transição de gênero de modo rasteiro e fica aquém da cultura latina

30.jan.2025 às 23h30
São Paulo (SP)
Marcos Vinícius Almeida

Longa fica longe de tratar com complexidade temas como violência latino-americana e questões de gênero - Divulgação

*Este texto contém spoilers

Com 13 indicações, e vencedor do Prêmio do Júri em Cannes, o musical Emilia Pérez, do diretor francês Jacques Audiard, é o principal rival de Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz.  

A trama é instigante: um traficante do violento cartel mexicano decide fazer a transição de gênero, tanto para se sentir em conformidade com seu corpo e subjetividade, como para salvar sua vida e da sua família. O plot é ótimo: quando se transforma em Emilia, o ex-traficante cria uma ONG para ajudar a identificar e buscar os corpos dos milhares de jovens desaparecidos, vítimas das guerras do cartel mexicano.  

Não é a alma, mas o corpo que nos define, insinua o subtexto e o texto do filme. Isso porque a alma e corpo não são substâncias distintas, como disse Descartes há quatrocentos anos. Não há essência. Transformações corporais transformam profundamente nosso espírito porque nossa subjetividade está toda aqui do lado de fora, no mundo.  

Essa é uma pista que o roteiro do filme infelizmente não persegue. E está longe da complexidade com a qual a violência latino-americana e questões de gênero são tratadas, por exemplo, em Temporadas de Furacões, boa adaptação de Elisa Miller para o premiado romance da escritora mexicana Fernanda Melchor. 

As escolhas do diretor de Emilia Pérez não ajudam o espectador a gostar do filme. Quando o diálogo dramático e interessante começa a surgir, pacientes de cara enfaixada surgem numa maca cantando obviedades, um médico recita poemas ruins e, enquanto o fundo de um restaurante escurece, o texto outrora interessante e tenso se transforma num jogral rasteiro e sem arco dramático.  

Há quem goste.    

Então aquilo que poderia ser uma reflexão de gênero sofisticada como em obras canônicas – como no livro Argonautas de Maggie Nelson –, acaba esterilizada numa referência involuntária e sem graça a Uma Babá Quase Perfeita: um pai disfarçado querendo ficar próximo dos filhos. Crianças que, aliás, são mudas durante todo o filme. 

O prêmio a Jacques Audiard em Cannes talvez tenha sido mais um prêmio ao próprio autor, já consagrado, no conforto de sua casa, do que ao filme em si.  

O ótimo Sing Sing (com Colman Domingo numa atuação incrível), por exemplo, também concorre à estatueta de melhor filme. O diretor Greg Kwedar trouxe ótimos atores amadores e ex-detentos interpretando a si mesmos, para encenar um programa de reabilitação prisional através do teatro. Imagens de arquivo de peças reais interpretadas por eles se fundem ao palco ficcional do filme.  

Uma escolha ao mesmo tempo sofisticada, inteligente e respeitosa, que aumenta a carga dramática do filme.  

Emilia Pérez erra em quase tudo. E a revolta do público mexicano e latino é mais que justificada. O filme acerta em colocar Karla Sofía Gascón, a primeira mulher trans a ser indicada ao Oscar, e também Zoë Saldaña, já conhecida do público por Guardiões da Galáxia e Avatar, que é a protagonista da história, no papel de uma advogada marcada pelos dilemas éticos da profissão.  

Selena Gomez, no entanto, não está nos seus melhores dias. E não tem um bom sotaque espanhol.  

É difícil fazer previsões. Premiações nem sempre são justas e levam em conta fatores que vão além dos filmes. Mas há boas obras correndo por fora, como O Brutalista, Anora e Sing Sing (Melhor Filme) e A Garota da Agulha (Melhor filme Internacional). Quanto ao prêmio de Melhor Atriz para Fernanda Torres, a única coisa que podemos fazer é cruzar os dedos. 

Assassinos da Lua das Flores foi indicado no ano ado para 10 categorias. Perdeu todas. Dada a repercussão negativa de Emilia Pérez como um filme "mais francês que mexicano", não sabemos como o jurados vão reagir, ainda mais num período de deportação em massa.  

*Marcos Vinícius Almeida é escritor, jornalista e redator. Mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, colaborou com a Ilustríssima da Folha de S. Paulo e O Globo. É autor do romance Pesadelo Tropical (Aboio, 2023). www.marcosviniciusalmeida.com

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Thalita Pires
Tags: cinemaoscar
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