Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

romper barreiras

É urgente ressignificar o debate sobre HIV/Aids a partir da perspectiva dos Direitos Humanos

Fim do preconceito a, necessariamente, por uma comunicação transformadora, popular, ética e comprometida com o povo

10.dez.2024 às 20h24
Brasília (DF)
Henrique Cavalheiro

"Quando o HIV aparece na cultura popular, é frequentemente associado a histórias de sofrimento, isolamento e morte, reforçando estigmas" - Foto: Divulgação MS/Departamento DST, Aids

Destrutivo, ameaçador e brutal, o preconceito permanece como o maior obstáculo na luta contra o HIV/aids. Seu poder de destruição afasta inúmeras pessoas do tratamento, inviabiliza a testagem e impede que o tema seja debatido em rodas de conversa, escolas e outros espaços públicos. Esse silêncio adoece e mata.

Atualmente, 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, mas cerca de 23% (9,3 milhões) ainda não am o tratamento. Isso é reflexo de políticas públicas que tratam o HIV/aids como uma responsabilidade individual, culpabilizando quem recebe o diagnóstico.

Essa abordagem não só perpetua o estigma, como também dificulta que o mundo alcance a meta de erradicar a epidemia como ameaça à saúde pública até 2030. Para ter uma ideia, em 2023, 630 mil pessoas morreram em decorrência de doenças oportunistas relacionadas à aids. Não eram apenas números, mas mães, pais, filhas, filhos, amigas e amigos. Pessoas com histórias, dignidade e sonhos interrompidos, muitas vezes sem terem a oportunidade de experimentar a vida plena que o tratamento adequado proporciona.

Desde o início da epidemia, na década de 1980, a aids foi envolvida por preconceito e desinformação. A comunicação desempenhou um papel central na construção do "fenômeno da aids" na opinião pública, moldando os impactos sociais do surgimento do vírus.

A mídia, em sua cobertura sensacionalista e moralista, ajudou a construir uma narrativa que associava o HIV à culpa, punição e promiscuidade.

Esses discursos alimentaram a exclusão social e legitimaram o distanciamento daqueles que recebiam o diagnóstico. Mesmo após 40 anos de avanços científicos, a aids continua sendo a "doença da culpa", carregando tabus e preconceitos profundos.

O HIV/aids permanece como algo que "os outros" devem temer. É como se o vírus nunca pudesse se aproximar da "minha família" ou "meus amigos". Esse distanciamento se reflete na ausência do tema em espaços cotidianos, como conversas familiares, filmes e novelas.

Quando o HIV aparece na cultura popular, é frequentemente associado a histórias de sofrimento, isolamento e morte, reforçando estigmas e perpetuando o desconhecimento. Pouco se fala sobre indetectável = intransmissível, sobre PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), PEP (Profilaxia Pós-Exposição) ou sobre gestação segura para pessoas que vivem com HIV, evidenciando como a comunicação ainda falha em seu papel de informar e educar.

Educação sexual é ferramenta fundamental

O moralismo conservador agrava ainda mais a situação. Temas essenciais, como a educação sexual nas escolas, são frequentemente bloqueados sob o pretexto de "proteger a inocência".

No entanto, uma educação sexual adequada é uma ferramenta fundamental para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, gestações precoces e abusos. Não se trata de doutrinar crianças, mas de oferecer informações apropriadas para cada faixa etária, capacitando-as a proteger-se e compreender sua saúde de forma consciente e responsável.

O mundo já dispõe de ferramentas eficazes para prevenir novas infecções, tratar diagnósticos e oferecer vidas dignas às pessoas que vivem com HIV. Mas, enquanto o combate ao HIV/aids não for tratado como uma questão de direitos humanos, estaremos longe de erradicar a doença ou construir uma sociedade acolhedora. Isso exige uma comunicação democrática, baseada em igualdade e equidade, que forneça informações pertinentes, verdadeiras e íveis a todas e todos.

:: Redução de casos de HIV e Aids no DF contrasta com os desafios da discriminação ::

Enquanto a comunicação ética e inclusiva permanecer privilégio das elites (de poucos), continuaremos enfrentando a sorofobia – preconceito contra pessoas que vivem com HIV/aids – em diversas esferas: no trabalho, na educação, nos lares e nas oportunidades. Essa discriminação se entrelaça com outras, como a LGBTfobia, o racismo e o machismo, formando um sistema de opressões legitimado por ideologias reacionárias que promovem um projeto de morte, e não de vida.

Pessoas que vivem com HIV/aids não são despesas para o Estado. São indivíduos com direito à dignidade, saúde e felicidade. Precisamos transformar o HIV/aids em um tema corriqueiro: assunto de conversas entre amigos e amigas, debates em escolas, conselhos familiares e cobertura jornalística responsável. Somente assim seremos capazes de alcançar as metas globais de erradicação da aids e construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e justa.

Falar sobre HIV/aids exige romper as barreiras da hipocrisia e reconhecer que este é um tema que diz respeito a toda a sociedade.

É preciso desmantelar os véus do moralismo, derrubar muros, amplificar vozes, denunciar silenciamentos e lutar por mais direitos e o a uma saúde pública inovadora, eficiente, universal e inclusiva.

Não se trata apenas de prevenção e tratamento, mas da defesa de um direito humano fundamental. Sobre isso, não podemos recuar — é essencial avançar com coragem. O que importa é garantir que todas e todos vivam, e vivam bem.

*Henrique Cavalheiro é comunicador organizacional e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato – DF.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Editado por: Flavia Quirino
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MAIS ÁGUA

Em visita a Pernambuco, presidente Lula deve liberar verba para duplicar bombeamento de água na transposição do São Francisco, nesta quarta-feira (28)

SOLIDARIEDADE

Lula e Marina Silva conversam sobre ataques em comissão do Senado

BIOMAS EM RISCO

Base governista pede veto de Lula e ação do STF contra PL da Devastação

MEMÓRIA E VERDADE

UFPE inaugura placa em homenagem ao padre Antônio Henrique, braço direito de Dom Hélder e vítima da ditadura

NA MIRA DO STF

Possível cassação de Eduardo Bolsonaro enfraquece bolsonarismo, avalia cientista política

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.