Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

Aproximação

O que se sabe sobre a cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte?

Moscou e Pyongyang reforçam colaboração em meio a rumores sobre a participação de tropas da Coreia do Norte na guerra

16.nov.2024 às 09h00
São Petersburgo (Rússia)
Serguei Monin

Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, após de tratado, em Pyongyang, em 19 de junho. 2024. - Kristina Kormilitsyna /POOL / AFP

A Coreia do Norte ratificou na última terça-feira (11) um acordo de parceria estratégica abrangente com a Rússia. O documento foi assinado ainda em junho, durante a visita do presidente russo, Vladimir Putin, a Pyongyang. Um dos principais pontos do acordo, o artigo 4, estabelece uma "assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes do tratado".

A aproximação surge em meio a uma série de relatos e especulações do Ocidente de que tropas norte-coreanas estariam sendo treinadas na Rússia para lutar na guerra da Ucrânia. Relatórios de inteligência da Coreia do Sul e EUA afirmaram que milhares de soldados norte-coreanos estariam sendo enviados para a linha de frente, inclusive para ajudar a Rússia na região de Kursk. As alegações apontam um número de cerca de 12 mil tropas norte-coreanas.

Oficialmente, a Rússia não confirma nem nega diretamente a presença dos militares norte-coreanos no seu território, reforçando que cumpre as disposições do tratado assinado entre os dois países, que prevê a assistência militar entre si em caso de agressão por um país terceiro contra eles.

Foi o que destacou o presidente russo, Vladimir Putin, ao ser questionado sobre a suposta presença de tropas norte-coreanas durante a Cúpula do Brics, em outubro. O líder russo ressaltou que, dentro dos termos do acordo entre os dois países, Moscou e Pyongyang têm autonomia para tomar suas decisões. 

"Quanto às nossas relações com a República Popular Democrática da Coreia, como sabem, o nosso tratado de parceria estratégica só foi ratificado hoje. Existe o artigo 4, e a Rússia nunca duvidou que a Coreia do Norte leva a sério a cooperação russa. Mas o que faremos, e como faremos, é da nossa conta".

A aproximação entre a Rússia e a Coreia do Norte não é uma novidade. Desde o início da guerra na Ucrânia, o país asiático expressou apoio às ações militares russas. A atual cooperação prevê o fornecimento de munições norte-coreanas a Moscou, que têm grande importância para a reposição de armamentos no conflito ucraniano.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o cientista político Vladimir Dzharall explica os pontos do acordo e como ele se relaciona com as especulações sobre uma presença mais direta de soldados norte-coreanos entre as fileiras russas.

"Entre a Rússia e a Coreia do Norte, está em curso uma cooperação técnico-militar muito estreita. Em primeiro lugar, isso diz respeito a munições de artilharia e sistemas de artilharia. Eles têm o mesmo calibre e a mesma construção, assim como eram os sistemas soviéticos, que agora são usados de maneira bem sucedida no campo de batalha. E no momento, diante de uma crise de munição, crise de armamento, os armamentos norte-coreanos acabaram sendo muito úteis na linha de frente", explica.

Em relação às especulações sobre uma participação mais direta de tropas norte-coreanas no conflito, o analista não exclui a possibilidade de isso acontecer no futuro, mas destaca que, hoje, não há nada de concreto neste sentido.

"Não temos nenhuma confirmação da participação direta de militares norte-coreanos nas ações militares, mesmo na região de Kursk, o que temos são apenas suposições. Ou seja, a partir de todos esses fatos eu diria que a cooperação militar está em curso. A Coreia do Norte está assimilando a experiência de novos equipamentos e novas técnicas e táticas, mas uma participação mais direta dos militares por enquanto não está registrada. É possível que isso aconteça? Em geral, sim, é possível. Sobretudo do ponto de vista de adquirir experiência militar, mas isso seria perceptível de forma imediata", argumenta.

O "Acordo de Parceria Estratégica Abrangente" entre Moscou e Pyongyang substituiu uma série de documentos assinados entre os dois países, incluindo o Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação, ainda de 2000, ano da última visita de Putin à Coreia do Norte antes de junho deste ano.

A analista destaca que o já mencionado artigo 4 prevê justamente a cooperação militar, mas há também uma série de outras disposições que precisam ser interpretadas. Vladimir Dzharall observa que, em primeiro lugar, o acordo estabelece que cada uma das partes é soberana e independente nos seus os, e, ao mesmo tempo, "se um dos países quiser pedir ajuda ao outro, justamente no plano militar, então é prevista uma coordenação política". "Ou seja, em outras palavras, seria uma submissão da política destes países aos interesses mútuos, que precisaria ser trabalhados. Por enquanto, nem a Coreia do Norte, nem a Rússia, têm necessidade disso", completa.

Segundo ele, em um sentido geral, "é um acordo que prevê uma colaboração política, a possibilidade de desenvolvimento de questões econômicas". "Para a Coreia do Norte, ele é bem importante, porque ele de fato tira o país do regime de isolamento das sanções internacionais. E para a Rússia, em um sentido significativo, é também uma aquisição de um aliado e de benefícios econômicos", completa.

Tensão na península coreana

O estreitamento dos laços entre Putin e Kim Jong-un tem um contexto geopolítico mais amplo. Por um lado, a Coreia do Norte manifesta um apoio direto a Moscou em sua operação militar e é um dos poucos países no mundo que reconhece os territórios anexados do leste da Ucrânia como parte da Rússia. Por outro, a aproximação é estratégica para a Coreia do Norte em meio à tensão com a vizinha Coreia do Sul. Sancionados e isolados pelo Ocidente, a Rússia e a Coreia do Norte buscam mostrar um sinal de força, não só militar, mas também política.

De acordo com Vladimir Dzharalla, essa implicação geopolítica da cooperação russo-norte-coreana pode gerar certos riscos regionais, sobretudo pela forma como Seul vem reagindo à aproximação entre Moscou e Pyongyang.

"A Coreia do Sul vem reagindo de forma muito exasperada em tudo o que acontece ao redor, e foi justamente a Coreia do Sul que teve a iniciativa de uma série de eventos buscando averiguar as atividades das tropas norte-coreanas. E é justamente da parte da Coreia do Sul que não houve comprovação da participação de soldados norte-coreanos em ações militares (da Rússia)", afirma.

O pesquisador observa que a relação entre a Rússia e a Coreia do Sul era bastante próxima, sobretudo a partir das primeiras sanções ocidentais em 2014, pois neste período houve até um reforço das interações entre Moscou e Seul, porque a Coreia do Sul se aproveitou do fato de que os concorrentes ocidentais saíram e se aproximou de forma bem ativa do mercado russo.

No entanto, o início da guerra da Ucrânia mudou o cenário, e, após o início das ações militares russa na Ucrânia, "a Coreia do Sul de fato se submeteu aos ditames dos EUA e adotou sanções muito duras que influenciaram muito seriamente as relações comerciais entre a Rússia e a Coreia do Sul", diz o cientista político.

Dzharalla ainda observa que, no decorrer do conflito ucraniano, a Coreia do Norte ou a fornecer indiretamente munições à zona de conflito através de um "esquema bem singular". "A Coreia do Sul ou a fornecer as suas munições de artilharia aos EUA, e os EUA transferiu as suas para a Ucrânia, sendo que a munição sul-coreana ou a servir como sua reserva", completa.

Uma questão de interpretação

Neste contexto, a posição oficial da Rússia, apesar de se esquivar de dar uma posição concreta sobre a presença ou não de soldados norte-coreanos entre as tropas russas na Ucrânia, destaca que os acordos militares estabelecem uma cooperação "exclusivamente defensiva", como reforçou o chanceler Serguei Lavrov.

Ao mesmo tempo, o estreitamento entre os dois países no campo militar e a imprecisão dos termos do acordo que foram divulgados oficialmente fornecem à Rússia uma margem de manobra em caso de novas inflexões no campo de batalha, como foi a incursão ucraniana na região russa de Kursk.

Afinal, em meio às acusações do Ocidente de que o plano seria enviar as tropas norte-coreanas justamente para ajudar Moscou na contraofensiva em Kursk, vale notar que a redação do artigo 4 do tratado entre Moscou e Pyongyang cita o artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que reconhece o direito à autodefesa individual ou coletiva caso ocorra um ataque armado a um membro da organização. O documento também fala em assistência militar à outra parte no caso um "ataque armado" de um inimigo ou oponente a um aliado que se encontre em um "estado de guerra".

Ou seja, mesmo que hoje o tema da participação norte-coreana na guerra ainda seja baseado apenas em especulações e alegações por parte do Ocidente, em um cenário em que a Ucrânia de fato inseriu um território russo à zona de guerra (Kursk), as bases formais para que a Rússia se utilize da ajuda norte-coreana, caso seja necessário, estão formuladas.

Editado por: Thalita Pires
Tags: coreia do sulrússiavladimir putin
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Resiliência

‘Precisamos aprender com a água’: reitora da Ufrgs fala sobre racismo ambiental, reconstrução pós-enchente e o papel da universidade

IMPOSTO

Haddad se reúne com Motta e Alcolumbre, e promete alternativas sobre IOF no domingo (8)

Análise

De Auschwitz a Gaza

REVOGA, LEITE

Fórum pretende debater os impactos da construção do Porto de Arroio do Sal (RS)

Alto escalão

Tarcísio levou ao menos 14 militares do governo Bolsonaro para sua gestão em SP

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.