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Artigo

A escala 6×1 e a desigualdade na escola

Fora da sala de aula, estudantes cuidam da casa e dos irmãos, pois seus responsáveis trabalham 6 dias por semana

13.nov.2024 às 18h47
São Paulo (SP)
Cinthia Rodrigues

Em seu tempo livre, estudantes querem jogar bola, jogos online, ouvir música, desenhar e, sim, estudar - Cinthia Rodrigues

Ao longo deste ano, conversei com dezenas de estudantes sobre como gastam seu tempo dentro e fora da escola. Em um projeto da ONG Quero na Escola, que promove o protagonismo dos estudantes, alunos de seis escolas públicas tiveram uma atividade em que respondiam individualmente perguntas feitas por nós.

A soma das respostas forneceu um quadro de como se sentiam, incluindo o que gostariam de fazer com seu tempo livre e o que realmente fazem. Por estas respostas, podemos afirmar: a escala 6×1 é desumana também com os filhos e, principalmente, filhas dos trabalhadores.

Os grupos, de 30 estudantes em cada escola, eram de adolescentes de 13 a 16 anos. O que queriam fazer do seu tempo livre inclui jogar bola, jogos online, ouvir música, desenhar e, sim, senhoras e senhores: estudar. A maioria já pensa nas muitas horas que precisaria se dedicar pra ter um bom futuro profissional e se ressente do tempo que não tem. Um número grande de estudantes, no entanto, respondeu que, fora da escola, cuida da casa, cuida de uma pessoa idosa, cuida dos caçulas e, não à toa, quando tem tempo livre, quer dormir e descansar. Adivinha? Os responsáveis por estes adolescentes trabalham 6 dias por semana.

Este não é o único ponto em que a escala 6×1 prejudica os estudantes filhos de trabalhadores e, principalmente de novo, trabalhadoras. Há décadas que se sabe, a partir dos estudos de Pierre Bourdieu, que o êxito acadêmico está diretamente ligado ao "capital cultural" que a família dos estudantes pode oferecer, incluindo eios, conversas, leituras, filmes, reflexões e outras experiências que as pessoas com uma única folga na semana não podem oferecer, seja por exaustão, seja pelos problemas acumulados para resolver. 

Tem mais: trabalhadores em escala 6×1 não conseguem participar da vida escolar dos filhos. Em que momento vão conhecer os professores, compartilhar um pouco do seu universo e do que a escola poderia contribuir? Em que momento vão ter tempo para ler a redação com fôlego e incentivar o percurso escolar? Às vezes, até saberia ajudar no projeto de mecânica, mas não tem tempo. Ou ama cozinhar, mas não pode acompanhar a experiência de fermentação do pão, pois não está em casa em seis dos sete dias da semana. Participar de reuniões e colaborar com a gestão democrática, então, é coisa de quem não tem uma carga de trabalho desumana.

A escala 6×1 impacta diretamente os estudantes que precisariam destes adultos. Vítimas indiretas da falta de tempo dos sobrecarregados, têm desde a infância e a adolescência mais responsabilidade e menos apoio. Já denunciava Lélia Gonzalez, uma massa marginal subempregada, predominantemente negra, na luta pela sobrevivência, acaba dando menos chance educacional a suas crianças "porque, também elas, têm que ajudar na luta pela sobrevivência". Adivinha? Com menos oportunidades, aumentam as chances de precisarem um dia se submeter a um regime de trabalho que não permite lazer e estudo. A desigualdade na educação, que se reflete no resto da vida, a pela escala 6×1.

*Cinthia Rodrigues é mãe de estudantes de escola pública, especialista em Educação Social e mestranda em Educação pela USP. Cofundadora da Quero na Escola, organização que promove o protagonismo estudantil, também autora do livro "21 histórias de estudantes que mudaram a escola".

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato

Editado por: Thalita Pires
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