Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Política

DIREITO À EDUCAÇÃO

SEED ignora educação indígena e recusa construção de escola em comunidade no Oeste do Paraná; MEC rebate

A pasta do governo do Paraná se recusa a garantir uma reforma ou um novo espaço devido ao território não ser demarcado

29.jun.2024 às 13h37
Curitiba (PR)
Isadora Stentzler

Embora as crianças vão até às escolas da cidade, o cacique explica que a manutenção de uma unidade de ensino na Tekoha é necessária para que não haja um apagamento cultural. - Isadora Stentzler

A pequena escola erguida a tábuas no meio da Tekoha Guarani, no município de Guaíra, no Oeste do Paraná, pode se tornar alvo de um apagamento étnico da cultura indígena Avá-Guarani pelo recente parecer da Secretaria de Educação do Estado do Paraná (Seed).

O espaço, construído sem planta e com materiais de sucata, representa um risco iminente para cerca de 25 crianças que estudam no local. Mesmo assim, a pasta do governo do Paraná se recusa a garantir uma reforma ou a construção de um novo espaço devido ao território não ser demarcado, o que é contestado pelo Ministério da Educação (MEC).

Na voz do cacique da comunidade, Ronaldo Martinez Esquivel, na semana ada, e após mais de um ano de luta, a Seed emitiu um parecer negando a construção de uma nova escola e a reforma da atual estrutura localizada na aldeia.

O parecer da Seed, assinado por Nivaldo Vieira Lourenço e Gabriel Felipi de Araújo Silva, argumenta que a construção não é possível devido à falta de demarcação da terra e aos litígios em andamento.

A secretaria tenta amenizar, afirmando que todos os estudantes indígenas estão sendo atendidos em escolas municipais e estaduais do município de Guaíra e que há vagas suficientes para todos.

No entanto, a realidade apresentada pelo cacique Ronaldo contradiz essa versão oficial.


O próprio quadro para uso dos professores é preso por arames e o teto não é completamente fechado, o que impede a aula em dias de chuva e frio / Isadora Stentzler

Em um vídeo enviado ao Brasil de Fato Paraná, o cacique mostra que a estrutura possui diversos vãos entres as tábuas, o que permite a agem de vento e também da chuva. O próprio quadro para uso dos professores é preso por arames e o teto não é completamente fechado, o que impede a aula em dias de chuva e frio.  

Embora as crianças vão até às escolas da cidade, o cacique explica que a manutenção de uma unidade de ensino na Tekoha é necessária para que não haja o chamado apagamento cultural.

Publicidade

Segundo ele, nessas escolas oferecidas pelo estado, as crianças são proibidas de usar seus cocares, adereços, e até de falar a própria língua com os colegas. A situação acaba contribuindo para a evasão escolar, denuncia, fazendo com que esses alunos retornem à comunidade na busca pela garantia das suas tradições, ainda que a estrutura que possuam seja deteriorada.  

Ronaldo afirmou que uma visita por representantes da Secretaria foi feita na comunidade, mas as respostas não foram animadoras.

"A Secretaria veio ver como está a situação, mas não querem fazer e colocam essa desculpa de que a terra não é demarcada. Eu fiquei um pouco mal depois de tanta luta, tantos dias, documento aqui, correndo atrás. Acredito que o único caminho seja via judicial", desabafou o cacique.

Parecer da secretaria e orientação nacional

O parecer da Seed destaca que, para qualquer construção ou melhoria nas escolas, é necessário que o terreno esteja em nome do estado do Paraná ou que haja um Termo de Cessão de Uso ao Estado. Entretanto, a indefinição sobre a demarcação da Terra Indígena Guassú Guavirá (território onde está inserida a Tekoha Guarani) impede que essas condições sejam atendidas, deixando a comunidade em uma situação de total abandono.

A reportagem procurou o Ministério da Educação que foi incisivo sobre esse ponto: “O fato de o território não estar em áreas demarcadas, não impede a construção de uma escola por parte dos responsáveis legais, visto que o direito à educação é assegurado pela Constituição Federal”.

O Ministério lembra ainda que os estados e municípios são autônomos para organizar seus sistemas de ensino. Além disso, conforme a Resolução CNE/CEB n°5 de 22 de junho de 2012, os estados possuem competência para criar e regularizar as escolas indígenas como unidades próprias, autônomas e específicas no sistema estadual de ensino.

A reportagem também localizou uma Ação Civil Pública de 2018 em que foi sugerida a construção da escola em um espaço “neutro”, localizado em estrada desativada e que corta a área ocupada pela aldeia, chamada de ‘Estrada 2’.

Conforme o ACT, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná disse, no documento, que a área estava sob jurisdição dos municípios, fora das áreas de litígio.  

Sobre isso, O MPF disse que a Justiça determinou a construção da escola, mas que ela foi indeferida.

“Não há no momento decisão determinando que o Estado do Paraná construa a escola indígena bilingue. O caso está no TRF4, com recurso apresentado pelo MPF, a espera de ser julgado. Por isso, o MPF não pode notificar a SEED para construção de escola. Eventual multa também deverá ser arbitrada pelo juiz”, explicou, em nota, a assessoria de imprensa do MPF em relação a esse ACT.

Em paralelo, esclareceu a nota, o MPF está cobrando na Justiça o cumprimento provisório de sentença para que o direito à educação bilíngue – já reconhecido pela Justiça – seja atendido pelo Estado do Paraná independentemente da construção de escolas nas aldeias

Procurado, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) disse que não foram localizados processos sobre esse tema.

Já a Seed não quis comentar essa questão.


Parecer a Seed se recusa a construção ou reforma devido ao território não ser demarcado / Cópia e divulgação

Dificuldades de judicialização

Em entrevista ao Brasil de Fato Paraná, o procurador Raphael Otavio Bueno Santos, disse que o Ministério Público Federal (MPF) está ciente da situação, mas enfrenta dificuldades em judicializar a construção de novas escolas nas aldeias. "Em Guaíra, a proposta do Estado era ampliar a escola do Tekoha Marangatu para atender todas as aldeias, mas houve discordância entre os caciques devido a conflitos políticos", explicou.

O procurador destacou que, embora o Estado do Paraná seja judicialmente obrigado a contratar professores bilíngues, não há uma obrigação legal para construir escolas nas aldeias.

"Os próprios indígenas, conforme suas possibilidades, providenciaram locais para as aulas. Judicialmente, o MPF não conseguiu obrigar a SEED a construir as escolas, e a SEED não se sensibilizou com a situação (…) Se a situação ganhasse uma dimensão maior, talvez houvesse alguma mudança, mas, por enquanto, não há visibilidade suficiente para que isso aconteça", esclarece.

A reportagem procurou a Fundação dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério dos Povos Indígenas, mas não foi respondida até à publicação desta reportagem. Espaço segue aberto.


Já o Ministério da Educação não vê contradição entre a construção de unidades educacionais e o área ainda estar em disputa por regularização / Cópia divulgação

Editado por: Pedro Carrano
Tags: demarcaçãoindígenas
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Racionais MCs

‘Não tem romantismo, é real’: KL Jay fala sobre a exposição do Racionais, cultura periférica e resistência

Abraço Guarapiranga

‘Ameaça é o que não falta’: Abraço Guarapiranga neste domingo (1º) denuncia avanço de projetos rodoviários nos mananciais de SP

NÃO PODE MENTIR

Justiça Eleitoral cassa mandato do vereador de São Paulo Rubinho Nunes por divulgar laudo falso contra Boulos

MEMÓRIA

Mais um bom combatente, que deixa muitas saudades

Ameaça ambiental

Atos contra PL da Devastação acontecem neste domingo (1º) em todo o Brasil

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.