Desde que Javier Milei assumiu o governo, novecentas obras públicas foram congeladas em toda a província de Buenos Aires. Em busca de fundos para reativar o setor e evitar cortes, o governador peronista, Axel Kicillof tem buscado relações internacionais para obter financiamento. Nesse contexto, na quinta-feira (21), ele se reuniu com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, Dilma Rousseff.
O encontro, realizado por videoconferência, serviu para “estreitar laços de colaboração e explorar oportunidades de investimento entre a instituição e a cidade de Buenos Aires”, segundo informações do governo. Kicillof estava acompanhado pelos secretários da economia, Pablo López, e do governo, Carlos Bianco, pelo assessor do governador e ex-ministro da infraestrutura, Agustín Simone, e pela assessora Cecilia Nicolini.
O banco dos BRICS, liderado pela ex-presidente do Brasil e parceira do presidente Lula, inclui programas de infraestrutura em transporte, energia renovável, água e saneamento, desenvolvimento urbano e projetos ambientais. Após a decisão nacional de cortar fundos para obras, o governo de Buenos Aires começou a explorar opções para contornar o ajuste.
A aproximação de Kicillof com a entidade também marca um forte contraste com o governo nacional. Em agosto do ano ado, o então presidente Alberto Fernández anunciou que o país se uniria aos BRICS, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e definiu essa aliança como “uma oportunidade”. No entanto, pouco após assumir, Javier Milei decidiu romper com esse bloco de economias emergentes, alegando diferenças ideológicas.
O reforço das relações bilaterais por parte do governador começou em novembro do ano ado, poucos dias após a vitória de Milei, que já havia anunciado durante a campanha que romperia com os BRICS e parceiros comerciais estratégicos do país.
A agenda internacional iniciou com a China e o Brasil, principais parceiros comerciais do país, e também com a Índia. Após o segundo turno, o governador recebeu na Casa de Governo o embaixador da Índia na Argentina e no Uruguai, Dinesh Bhatia, e defendeu os acordos de cooperação com o país, sendo um dos principais destinos das exportações da província de Buenos Aires. Posteriormente, ele se encontrou com o embaixador do Brasil, Julio Glinternick Bitelli. Já em fevereiro deste ano, manteve um encontro com o embaixador da China na Argentina, Wang Wei, visando “fortalecer a relação política e comercial” entre o país asiático e a província de Buenos Aires.
