Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

TRABALHO

‘Roçado das Marias’: ação do MST incentiva autonomia das mulheres no campo

Iniciativa está sendo construída pelo setor de gênero do movimento em acampamentos da Zona da Mata pernambucana

10.mar.2024 às 09h45
Recife (PE)
Afonso Bezerra

Denise é uma das trabalhadoras do Roçado das Marias e se diz apaixonada por agricultura. "Não vejo em escritório" - Afonso Bezerra

Nem mesmo o sol do meio-dia intimidou Denise Alves do Santos. Ela vestiu a camisa UV, colocou o chapéu e pegou a enxada para cuidar da terra sob um calor escaldante. Com vigor, plantou macaxeira, cortou bananeira e avançou a plantação de abacaxi. 

Diante do esforço feito na presença da reportagem do Brasil de Fato, ela parou apoiando-se na enxada, respirou fundo e sorriu: "Eu sou apaixonada por agricultura. Não me vejo em escritório". 

Denise é uma das cerca de trinta trabalhadoras que fazem parte do "Roçado das Marias", uma iniciativa do setor de gênero do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), na Zona da Mata de Pernambuco. Ela mora no acampamento São Francisco de Assis, na cidade de Vitória de Santo Antão, um território marcado por conflitos fundiários e resistência dos trabalhadores há três décadas. 

"Aqui é um acampamento que tem 30 anos de história de luta pela terra. E a gente não tinha assim um projeto virado para nós mulheres. Foi quando eu soube da ideia de a gente montar um roçado para as Marias, só das mulheres", explicou. 

A experiência também tem transformado a vida de Paula Miguel, agricultora que chegou ao acampamento em 2018. Ela morava em João Pessoa, na Paraíba. Estava desempregada e viajou até o acampamento em Pernambuco para tentar uma nova perspectiva, ao lado de familiares que já estavam na região. 

Leia também: Mulheres do MST realizam ato em frente a revendedora de armas da Taurus em São Paulo

"Até então, eu não tinha uma profissão, eu não tinha do que sobreviver. Através do Roçado das Marias, eu ganho o sustento da minha família e é o que eu mais gosto de fazer", comemora. 

O Roçado é tocado em lotes das áreas coletivas de acampamentos ou assentamentos do MST e é coordenado exclusivamente por mulheres, com o objetivo de fortalecer a autonomia e a geração de renda para as agricultoras que vivem em territórios da reforma agrária. Ele foi pensado para superar a lógica estrutural que coloca a figura masculina como central nas atividades do campo. 

"A gente sabe que a construção dos roçados se inicia mais pelo companheiro, pelo agricultor. Com isso, a gente pensou: 'por que não ter o Roçado das Marias, né?'.  O Roçado das Marias é um mecanismo também de a gente exigir os nossos direitos, não só como mulher, mas também como acampadas", explicou Hanyelle Ohane, dirigente do setor de gênero da regional Galileia, em Vitória de Santo Antão. 

A iniciativa envolve mais outros quatro acampamentos de cidades da mata sul de Pernambuco, na regional Galileia. O território fica bem próximo do engenho onde surgiram as Ligas Camponesas no estado. 

Com o Roçado, as trabalhadoras tentam diversificar uma paisagem marcada, historicamente, pela monocultura da cana-de-açúcar. Além de plantar, elas também participam de cursos de formação sobre agroecologia e sistemas agroflorestais. 

Elas se organizam em assembleias mensais, realizadas sempre no dia 8 de cada mês. De forma coletiva, decidem uma escala de trabalho no lote, de modo que a atividade não sobrecarregue nenhuma das trabalhadoras envolvidas. Além disso, compartilham experiências pessoais e debatem o direito das mulheres na sociedade.


Trabalhadora comemora a colheita de macaxeira no Roçado das Marias / Afonso Bezerra

A renda que vem desse trabalho elas aplicam no autocuidado ou em atividades de livre escolha para complementar a renda de casa.

"A gente trabalha com o nosso companheiro e tem uma rendinha beleza. Mas a gente precisa do nosso sustento pessoal, né? A gente precisa se sentir mulher realizada", apontou Denise. 

"Tendo essa renda extra, a gente pode comprar uma roupa melhor, um presente para o nosso filho, fazer um aniversário para o nosso filho, sair e dar uma voltinha na cidade, porque a vida também não está só no campo, né? A gente também tem que sair para distrair um pouco a mente da rotina que a gente vive", concluiu. 

A meta do projeto agora é ampliar o processo de formação das trabalhadoras e fortalecer a comercialização dos produtos nas principais feiras da região. 

"A gente tá com roçado pensando a longo prazo. Estamos pensando de futuramente ter uma cooperativa. Ter essa autonomia pra mulher, pra que a gente possa se organizar, se auto-organizar e ir pra frente levar os nossos produtos sem transgênicos pras feiras", concluiu Hanyelle Ohane. 

Editado por: Thalita Pires
Tags: direito à propriedade e à terradireitos das mulheresdireitos sociais e econômicosfunção social da propriedadetrabalho e emprego e geração de renda
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Réu no STF

Cientista político defende prisão preventiva ‘imediata’ de Bolsonaro para ele não fugir como Zambelli

SITUAÇÃO VIOLENTA

‘Depósito de gente’: ativista critica política de SP para população em situação de rua

LUTA POR DIREITOS

MTD encerra jornada nacional que marca seus 25 anos com caminhada em Porto Alegre

MÚSICA NA QUEBRADA

Rapper Negra Jaque faz show em centro comunitário na Bom Jesus, em Porto Alegre

ÁGUA PÚBLICA

‘Uma empresa concedida é um serviço privatizado’, alerta ex-diretor do Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.