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artigo

É preciso deter o holocausto Xokleng

Não queremos o que nos foi tomado somente porque é o justo: a questão também é de sobrevivência

09.nov.2023 às 22h04
Território Indígena Sagrado Floresta Estadual Metropolitana de Piraquara
Kretã Kaingang

Povo Xokleng na marcha em direção à Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde cerca de 1200 indígenas acompanharam votação do STF - Foto: Hellen Loures/Cimi

O holocausto Xokleng começou em meados do século XIX, quando o Estado brasileiro franqueou nossas terras e vidas a imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos. Nossos ancestrais foram caçados como bichos e por muito pouco nosso povo não foi exterminado. Eles viviam numa área que ia do Rio Grande do Sul ao Paraná; em 1914, os sobreviventes foram confinados pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) numa pequena extensão de terra, de 370 km², em Santa Catarina. Antes nômades, aram a morar nesse campo de concentração disfarçado. 

Com a justificativa de dar segurança jurídica a pequenos agricultores, os parlamentares tentam derrubar, nesta quinta-feira (9), os vetos do presidente Lula ao malfadado projeto de lei 2903, incluindo o inconstitucional "marco temporal". Na verdade, sua intenção é favorecer os grandes latifundiários, descendentes dos assassinos de nossos anteados – basta ver os sobrenomes dos deputados federais de Santa Catarina, onde fica a Terra Indígena Ibirama-La Klãnõ, o pedaço de chão de nos resta. 

Ao longo do século ado, nossa casa foi invadida e grilada diversas vezes e a matança continuou. Em 1926, o governo catarinense oficializou o crime, reduzindo os seus 370 km² originais para 140 km². Lutamos na Justiça para retomar os 230 km² que nos roubaram; se o "marco temporal" ar a valer, perderemos a batalha, pois o dispositivo aria a considerar terras indígenas as que estivessem sob sua posse quando da promulgação da atual Constituição, 5 de outubro de 1988.

Não queremos o que nos foi tomado somente porque é o justo: a questão também é de sobrevivência. Nos anos 1970, o governo de Santa Catarina, com as bênçãos da ditadura, construiu barragem em nossas terras, sem nossa autorização ou consulta. O objetivo era conter as enchentes que atingiam as cidades Ibirama, Indaial, Blumenau e Gaspar, por causa do forte fluxo da água dos rios da região durante os períodos de cheia naquela época. A barragem acabou por inundar a única a área cultivável e adequada para a habitação, o que nos empurrou para encostas de morros e beiras de estradas. 

E, ironicamente, o desmatamento promovido pelo agronegócio tornou inútil aquela barreira que deveria pôr fim às inundações na região, como vêm demonstrando, com eloquência, as últimas chuvas. Como parecem incapazes de aprender com os próprios erros, os ruralistas teimam em repeti-los. Agora querem criar uma barragem que separe o Legislativo, onde se concentram, dos demais poderes, o Executivo – que vetou o "marco temporal" – e o Judiciário, que o considerou inconstitucional. 

A Constituição está acima dos três Poderes. Nela, não há uma linha sequer que trate de alguma data final para o reconhecimento de nossos direitos territoriais. O único prazo que ela estabelece está no Artigo 67 dos Atos das Disposições Transitórias (ADCT), cujo texto diz que a União deveria concluir, em cinco anos, a demarcação de todas as terras indígenas do Brasil. Este é o único "marco temporal" que vale e lá se vão 30 anos de atraso. Não temos mais tempo a perder. E não é só a sobrevivência de nós, Xokleng, e demais povos originários, mas da Humanidade, que está em jogo. Afinal, nós somos os guardiões do clima.

*Kretã Kaingang é líder indígena do povo Kaingang, do Paraná, e coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) na Região Sul

** Este é um texto de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Thalita Pires
Tags: direitos ambientais
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