A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, criticou nesta terça-feira (7) as palavras do ministro do Patrimônio de Jerusalém, Amichay Eliyahu, afastado do governo israelense após fazer declarações sobre possível lançamento de uma bomba nuclear na Faixa de Gaza.
No último domingo (5), o ministro Amichay Eliyahu foi questionado durante um programa de rádio se uma arma nuclear poderia ser usada em Gaza. Ele respondeu que "este é um caminho". Após a reação negativa à declaração, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, suspendeu o ministro de extrema direita de participar de reuniões governamentais "até novo aviso".
De acordo com a diplomata russa, as falas do ministro suspenso "levantaram muitas questões entre a comunidade internacional".
"Isso levantou um grande número de questões. Pergunta número um: é possível que estejamos ouvindo declarações oficiais sobre a presença de armas nucleares?", disse Zakharova.
A porta-voz da chancelaria destacou que as organizações internacionais, principalmente a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), deveriam ter prestado atenção às palavras do político israelense, mas não houve reação.
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"As próximas perguntas que todos têm são: onde estão as organizações internacionais, onde está a AIEA, onde estão os inspetores">
As autoridades israelenses nunca reconheceram oficialmente que o país possui armas nucleares, embora fizessem sugestões nesse sentido. Juntamente com a Coreia do Norte, a Índia e o Paquistão, Israel é reconhecido como detentor de armas nucleares, mas que não é membro do grupo signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
A declaração do ministro israelense também levou a uma dura reação do Irã, que fez um apelo à ONU e à AIEA para que tomem medidas para desnuclearizar Israel.
Rússia reforça necessidade de cessar-fogo em Gaza
Já o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em conversa telefônica com o Ministro dos Assuntos Civis da Autoridade Nacional Palestina, Hussein Sheikh, enfatizou a necessidade de um cessar-fogo e da evacuação dos russos da Faixa de Gaza.
"Durante a conversa, a atenção principal foi dada ao desenvolvimento da situação na zona de conflito palestino-israelense, em particular ao confronto armado em grande escala em curso na Faixa de Gaza. Serguei Lavrov enfatizou a necessidade de um cessar-fogo rápido para evitar mais vítimas entre a população civil, expansão do volume de ajuda humanitária que entra no setor, evacuação imediata de cidadãos russos do enclave", diz a nota da chancelaria russa.
Além disso, Lavrov confirmou a sua posição de apoio a uma solução justa para o problema palestino com base num quadro jurídico internacional, que prevê a criação de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 1967 com a sua capital em Jerusalém Oriental.
