Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

Debate enviesado

Uber e iFood encomendam pesquisa ‘viciada’ sobre rejeição da CLT por motoristas e entregadores

Grupo da UFRJ afirma que perguntas induziram ao erro e que amostra de entrevistados não é transparente

08.jul.2023 às 11h42
Pedro Rocha Franco
|Repórter Brasil

Levantamento de abrangência nacional encomendado pelo iFood não foi apresentado à I - José Cícero/Agência Pública

Dentre motoristas e entregadores de aplicativos, 77% preferem o atual sistema – de remuneração por corrida, sem vínculo formal – à carteira assinada. Essa foi uma das principais conclusões de um estudo divulgado no fim de maio por Uber e Ifood.

Porém, uma nota técnica feita por pesquisadores da pós-graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), obtida com exclusividade pela Repórter Brasil, aponta problemas na metodologia do levantamento.

Também afirma que as empresas agem para enviesar o debate em Brasília. Uma comissão especial do Ministério do Trabalho, criada oficialmente em maio, discute a regulamentação das atividades de entrega e transporte.


Pesquisadores da UFRJ dizem que motoristas e entregadores foram “induzidos ao erro” por questionário da pesquisa / Caue Angeli / Repórter Brasil

Realizada pelo Datafolha, a pesquisa “Futuro do Trabalho por Aplicativo” informa que 87% dos entrevistados gostariam de contar com “certos direitos e benefícios”, desde que isso não interferisse na “flexibilidade” para definir os horários de expediente.

No entanto, a nota técnica do grupo de pesquisa Direito do Trabalho no Século XXI (Trab21) sustenta que o estudo “tem vícios na sua metodologia que comprometem o resultado”.

“A pesquisa Datafolha incorporou nos enunciados das perguntas premissas jurídicas que são objetivamente falsas, contrariando frontalmente o texto da lei [a Consolidação das Lei do Trabalho, CLT]”, diz o Trab21.

De acordo com os pesquisadores da UFRJ, uma das principais perguntas do questionário associava direitos trabalhistas a classificações negativas, enquanto o modelo defendido pelas empresas era abordado de forma positiva.

Isso teria induzido “erroneamente os trabalhadores a escolherem opções que, da forma em que foram construídas, fez parecer o modelo celetista como intrinsecamente menos favorável a eles, violando, assim, os princípios de imparcialidade e transparência que devem marcar as pesquisas estatísticas no país”, diz a nota do Trab21.

Procuradas pela Repórter Brasil, Uber e iFood enviaram um posicionamento em defesa do estudo. De acordo com as plataformas, o Datafolha adota o “padrão-ouro” das pesquisas de opinião pública. Ainda segundo as empresas, o levantamento reflete “um esforço contínuo de produção de dados, transparência e qualificação do debate”.

Já o Datafolha afirmou que “o questionário foi construído em conjunto com as plataformas com base em experiências anteriores com esse assunto, buscando assertividade, boa compreensão de perguntas e alternativas de respostas, obtenção de dados acionáveis e sem ignorar a complexidade e a enorme relevância social dos temas”.

Veja a íntegra das respostas aqui.

Debate enviesado


Em abril, pesquisadores da UFRJ questionaram outra pesquisa financiada por apps que estimava em até R$ 5.000 a remuneração de motoristas para 40 horas / Caue Angeli / Repórter Brasil

Esta é a segunda vez que o Trab21 faz uma publicação questionando pesquisas encomendadas por aplicativos.

Em abril, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que reúne Uber, iFood e outros, havia divulgado pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) destacando a remuneração de trabalhadores de apps.

Os dados repercutidos pela imprensa diziam que a renda para jornadas de 40 horas semanais poderiam chegar a R$ 5.000 para motoristas e a R$ 3.000 para entregadores.

Porém, segundo o Trab21, a pesquisa levava em conta cenários impossíveis de ocorrer no dia a dia, como o de jornadas sem intervalos entre corridas. Isso teria inflacionado as remunerações divulgadas pelas empresas.

Pelos cálculos do grupo de pesquisa, o rendimento poderia inclusive ficar abaixo do salário mínimo, em alguns casos. A Amobitec defende a metodologia do estudo.

A contratação de pesquisas por parte da entidade e suas associadas se dá em meio ao debate sobre a regulamentação dos apps de entrega e de transporte no Brasil.

Em junho, o Ministério do Trabalho criou um grupo de estudos para elaborar uma proposta de regulamentação do setor, que posteriormente será enviada ao Congresso Nacional. O fórum é formado por 45 membros, entre integrantes do governo federal e representantes de plataformas e trabalhadores.

Reivindicações como taxa mínima por entrega, fim de desligamentos arbitrários e adoção de medidas de segurança figuram entre as pautas.

“Não me parece nada por acaso que essas pesquisas sejam financiadas e divulgadas neste momento”, afirma Rodrigo Carelli, coordenador do Trab21 e professor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ.

“A intenção é usá-las na discussão sobre a regulamentação das plataformas. São problemas gravíssimos nas duas pesquisas que podem enviesar todo o debate”, complementa.

O que diz a pesquisa do Datafolha?

A nota técnica do Trab21 afirma não haver transparência sobre os critérios de seleção dos entrevistados pelo Datafolha. Uber e iFood forneceram uma listagem de emails de pessoas cadastradas na plataforma para o instituto de pesquisa.

Além disso, os pesquisadores põem em dúvida se os motoristas e entregadores ouvidos formam uma amostra fidedigna das duas categorias.

“Se você tem um grupo que tem salário melhor, melhores corridas, ou está numa categoria diamante, isso vai fazer com que as pessoas tenham melhor impressão da plataforma”, explica Rodrigo Carelli.

O Datafolha afirma que a seleção dos entrevistados foi feita por “sorteio aleatório”. Segundo o instituto, os dados dos trabalhadores foram entregues pelas plataformas, “respeitando a proporcionalidade de região do país, tempo de atividade em cada plataforma e número de viagens ou entregas por período”.

As críticas do Trab21 também se estendem aos textos das perguntas e respostas do questionário – o que, segundo os membros do grupo de pesquisa da UFRJ, teria contribuído para enviesar as conclusões.

Como exemplo, a nota técnica cita uma das principais indagações: “Para dirigir/entregar usando aplicativos, você prefere qual situação listada abaixo?”

O questionário apresentava, então, três alternativas:

1 – Preferem ter vínculo de emprego para o aos benefícios trabalhistas previstos na CLT, mas as plataformas definem jornada e remuneração e os trabalhadores não podem recusar demandas em tempo real ou decidir quando dirigir / fazer entregas sem autorização sob pena de demissão ou sanções

2 – Preferem manter o modelo atual, onde o motorista / entregador têm autonomia para escolher seus próprios horários e recusar viagens a qualquer momento, mas sem o aos benefícios trabalhistas previstos na CLT para empregados

3 – Não sabe responder

“A falta de objetividade das opções fica evidente”, critica a nota técnica do Trab21. “A opção ‘preferem manter o modelo atual’ é seguida de diversos qualificadores positivos, enquanto a alternativa ‘ter vínculo de emprego’ é acompanhada por afirmações inverídicas, que não encontram base na legislação trabalhista brasileira”, prossegue o documento.

Os pesquisadores da UFRJ dizem ser falsa a ideia de que, no caso de empregados celetistas, a empresa necessariamente determinaria locais e horários de trabalho.

“A premissa é objetivamente falsa, pois a CLT desde sempre assegura remuneração não apenas por tempo, mas também por peça ou tarefa. A liberdade de início, intervalo e final de jornada é situação prevista na CLT, e não exclusivamente do modelo autônomo, como fez parecer a pesquisa”, diz o Trab21.

Segundo o posicionamento enviado à reportagem por Uber e iFood, “todas as críticas do grupo de estudos partem de uma interpretação particular da legislação, que desconsidera a existência de alternativas e as características do novo modelo de trabalho via plataformas”.

Conteúdo originalmente publicado em Repórter Brasil
Tags: ufrj
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Crise habitacional

Mais remoções, menos moradia: crise habitacional se agrava com avanço dos despejos no DF

Guerra da Ucrânia

Moscou minimiza críticas após Trump afirmar que ‘Putin está brincando com fogo’

INTOLERÂNCIA

Movimentos de Betim (MG) denunciam suspensão de projeto sobre a cultura afro-brasileira

Frente Polisário

Marcha em Brasília pede libertação de prisioneiros e o fim da ocupação do Saara Ocidental

Agressão pública

Dedo apontado, gritos, interrupções e ameaças: Marina Silva é alvo de misoginia no Senado

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.