Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

Sem anistia

Aos 59 anos do golpe militar, Cordão da Mentira desfila contra os massacres de ontem e hoje

Ato em SP reuniu vítimas da repressão do Estado na ditadura e na democracia para denunciar a violência e cobrar justiça

01.abr.2023 às 16h05
São Paulo (SP)
Gabriela Moncau

Mortos pelo Estado de ontem e de hoje foram lembrados no desfile do Cordão da Mentira - Gabriela Moncau

Na manhã deste 1º de abril, dia da mentira e também data em que se completam 59 anos do golpe militar de 1964 no Brasil, centenas de manifestantes se concentraram em frente ao antigo DOI-Codi, um dos principais centros de tortura e assassinato de presos durante a ditadura, em São Paulo, para o "desfil&scracho" do Cordão da Mentira.

O bloco, organizado por grupos de teatro, musicistas e ativistas, denuncia a violência estatal da ditadura empresarial-militar brasileira e, também, dos tempos democráticos.

"Genocidas, fascistas, fardados: serão mesmo anistiados">Bolsonaro depõe à polícia sobre o caso das joias recebidas da Arábia Saudita.

Mães de vítimas da violência policial de diferentes partes do Brasil participaram do ato. Entre elas, integrantes do Movimento Independente Mães de Maio e dos coletivos de Mães de Paraisópolis (SP) e Mães de Manguinhos, da Maré e da Rocinha (RJ).

Uma das presentes foi Ilza Maria de Jesus Soares, das Mães de Maio. Ela teve seu filho Tiago assassinado aos 19 anos, no dia 14 de maio de 2006 – data do Dia das Mães daquele ano. Para ela, é evidente que "a ditadura nunca acabou".

"O Estado não matou só nosso filho, ele mata a cada uma das mães. Dia a dia a gente está lutando. Nossos filhos não vão estar presentes mais junto conosco, mas a gente luta pelo neto, pelo sobrinho, por vocês mesmo, entendeu">

:: 111 baldes de vermelho sangue na bandeira: intervenção marca 30 anos do massacre do Carandiru ::

Ana Paula Oliveira, cofundadora e coordenadora do Movimento Mães de Manguinhos, viajou até a capital paulista para participar do ato. Seu grupo foi criado em 2014 após uma série de assassinatos em operações da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro. Entre eles estava Jonatha, seu filho, morto aos 19 anos pela polícia.

"De lá para cá, a gente vem travando uma luta por justiça, por memória, por verdade, mas, acima de tudo, uma luta pela vida, né?", define Ana Paula, que faz coro com Ilza ao explicar que veio para o ato mostrar que "nas favelas e nas periferias a ditadura nunca, nunca deixou de existir, porque o Estado segue torturando, segue desaparecendo com os nossos corpos, segue assassinando".

"Como não houve realmente uma justiça e uma reparação às vítimas da ditadura, isso faz com que siga se repetindo. Infelizmente, após esse período ditatorial, eles seguem com um novo padrão. Hoje tem um alvo que é o corpo preto, pobre, favelado, né? Tem um CEP, que são as favelas e as periferias de todo o Brasil", afirma.

"Nós estamos aqui para dizer que não aceitamos, que não vamos dar um o atrás. E que fascistas, genocidas, racistas, fardados, no que depender da nossa luta, não serão anistiados, porque a gente espera que a justiça aconteça. Essa justiça institucional, ela é falha. Ela não nos enxerga, ela só nos enxerga quando é para nos condenar, para nos punir. Mas eu acredito na luta das mães, na luta das pessoas que caminham ao nosso lado. Eu sempre falo que a justiça somos nós." 

:: No RJ, mortes por intervenção policial em áreas de conflito sobem 62% em um ano, diz estudo ::

Também fizeram falas representantes do Movimento Negro Unificado (MNU), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e sobreviventes do cárcere, entre outros.

Violência continuada

A caminhada saiu da frente do antigo centro de tortura do regime militar, prédio que hoje abriga o 36º Distrito Policial. Um simbolismo que dialoga com a análise de Ivan Seixas, que sentiu na pele a violência perpetrada pela ditadura nas salas do prédio.

Aos 16 anos, em 1971, Ivan foi preso junto com seu pai, o operário Joaquim Alencar de Seixas, dirigente do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT). Os dois foram levados ao DOI-Codi, onde foram torturados juntos. Sua mãe e suas duas irmãs também foram presas no centro. Todos ouviram a execução de Joaquim.

Mesmo menor de idade, Ivan ficou preso por cinco anos, ando por diversas instalações da repressão. Seu caso figurou em inúmeras denúncias no exterior das graves violações de direitos humanos cometidas pela ditadura civil-militar.

:: O caráter dos que lutaram contra a Ditadura ::

"A ditadura montou uma máquina de guerra contra o seu próprio povo. O DOI-Codi nos combatia, prendia, torturava e matava, e a Polícia Civil tinha os esquadrões da morte", recorda o militante, que enxerga continuidade na repressão após a redemocratização.

"Hoje, essa lógica do terror do Estado mudou para matar a população organizada e consciente. Porque quem é assassinado pela Rota, pela Polícia Militar são pessoas ligadas a teatro, hip hop, aos grupos politizados da sociedade. E, principalmente, a população jovem e negra das periferias, o que é uma forma de conter uma possível explosão social. Porque a exploração capitalista ficou tão exagerada que eles precisam do terror, precisam do terror do Estado."

Aos gritos de "sem anistia", o ato fez uma parada na frente do Comando Militar do Sudeste, no Ibirapuera. Lá, do fim de 2022 até o início do ano, se estabeleceu um acampamento de apoiadores de Bolsonaro que defendiam a anulação da eleição presidencial e uma intervenção militar no país.

Terminar o ado

Ao som de falas, intervenções teatrais e música, o Cordão da Mentira terminou por volta das 14h no Monumento das Bandeiras, em frente ao Parque Ibirapuera.

"Se os monumentos podem celebrar a barbárie da colonização, nós podemos lembrar o genocídio. Se a polícia segue a ass a população periférica, nós podemos ouvir as mães de vítimas da violência de Estado", diz nota da organização do ato. "Se eles podem mentir sobre a história dos massacrados, nós podemos escrachar a mentira", sintetiza.


"Nossos mortos têm voz", ecoaram as mães de vítimas da violência do Estado, diante das viaturas que se aproximaram do ato / Gabriela Moncau

:: Memória não diz respeito somente a familiares de mortos e desaparecidos, diz Mateus Guimarães ::

Vladimir Safatle, filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP) que também foi ao cordão, argumentou que "a memória é condição fundamental para a projeção social de futuro".

"Um país que não sabe lidar com a sua memória não consegue ter força para projetar o futuro. Então não é que você fica preso num tempo e fica elaborando como se fosse uma vingança. Não, você faz o tempo terminar. O problema do Brasil é que o ado nunca termina", analisa.

"A gente quer voltar ao ado para elaborar o ado, terminar com o ado. Acho que isso mostra, entre outras coisas, onde estão as verdadeiras lutas do país. Se a extrema direita é forte hoje, é porque ela se alimenta desse ado que nunca acaba."

Capitão do Mato  

Esta, que foi a 11ª edição do Cordão da Mentira, teve como músicas temáticas o "Frevo da 'falha'" e "Capitão do Mato". A primeira, de Douglas Germano e Everaldo Silva. A segunda, também de Germano, que esteve presente no ato, com Batuqueiros e sua Gente.

:: O desespero de uma mãe que tem o filho no sistema carcerário do RN: 'Ele está vomitando sangue' ::

"Capitão do mato tá de farda/ capitão do mato monta guarda/ no banco, na concessionária e na porta do hotel/ no shopping, no supermercado e pra quem já tem voz/ ele nem parece um de nós", diz a canção lançada no disco Partido Alto (2021). A música foi acompanhada pela bateria Dona Elisa, do coletivo Democracia Corinthiana e do Centro Cultural Quilombaque. "Bate sem dó / arreia o pau nos irmão / desaparece quem desobedece o patrão", finaliza. 

Embaixo de sol quente, o ato terminou ao som do samba enredo de 2019 da Mangueira: "Brasil chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e malês". 

Editado por: Nicolau Soares
Tags: democraciaditaduraditadura militarviolência policial
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Acusada de racismo

Relator recomenda arquivamento de processo contra vereadora de SP que gritou ser ‘branca, rica e bonita’ 

COMUNICAÇÃO

Lula é único porta-voz capaz de enfrentar retórica da direita, diz cientista político

AÇÕES EM TODO O PAÍS

MST denuncia crimes do agro e propõe reflorestamento e reforma agrária como resposta à crise climática

DIA DO MEIO AMBIENTE

Emergência ecológica, transição energética e dependência na América Latina

MEIO AMBIENTE

Fundação Joaquim Nabuco promove Jornada da Terra, debatendo clima, agricultura e combate aos agrotóxicos

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.