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agronégocio

Quando os sem-terra ocupam latifúndios, fica mais difícil ignorar a injustiça social e agrária

Ocupação de terra desmascara a lei e rompe com a resignação cultural imposta secularmente pelo sistema do grande capital

02.jul.2022 às 09h54
Belo Horizonte (MG)
Frei Gilvander Moreira

Há algo de emancipatório também em uma das características da história do Brasil, que é a história de um campesinato progressivamente insubmisso, rebelde, resistente - Foto: Coletivo de Comunicação do MST

A nossa pesquisa de doutorado sobre a luta pela terra como pedagogia de emancipação humana nos habilita a dizer: do latifúndio foi gerado o agronegócio, sistema econômico do empresariado açambarcando também o campo, expropriando a terra do campesinato e explorando à exaustão os bens naturais – a terra, as águas, o ar –, intensificando, assim, a opressão perpetrada pela estrutura latifundiária há séculos.

Outro traço emancipatório na atuação da Comissão Pastoral da Terra (T), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outros movimentos da luta camponesa diz respeito à busca constante para construir e manter sempre a unidade legítima do campesinato e da classe trabalhadora na luta por justiça agrária e por todos os direitos sociais. Desde a criação da T e do MST, permanece uma seiva emancipatória no exercício permanente da solidariedade de classe entre Sem Terra e sem-terra, dentro do possível, com todos os injustiçados pelo capital.

Entenda: Ponto a ponto: conheça o plano de Reforma Agrária Popular defendido pelo MST

Há algo de emancipatório também em uma das características da história do Brasil, que é a história de um campesinato progressivamente insubmisso, rebelde, resistente, que exige do Estado a realização de uma reforma agrária, que agora precisa ser popular.

É o que nos afirma José de Souza Martins, renomado sociólogo e pesquisador da questão agrária em nosso país: “a história do Brasil é a história de um campesinato progressivamente insubmisso – primeiramente, contra a dominação pessoal de fazendeiros e ‘coronéis’; depois, contra a expropriação territorial efetuada por grandes proprietários, grileiros e empresários; e já agora, também contra a exploração econômica que se concretiza na ação da grande empresa capitalista. Particularmente a partir dos anos 50, camponeses de várias regiões do país começaram a manifestar uma vontade política própria, rebelando-se de vários modos contra seus opressores, quebrando velhas cadeias, levando proprietários de terras aos tribunais, organizando-se em ligas e sindicatos; exigindo do Estado uma política de reforma agrária; resistindo de vários modos a expulsões e despejos; erguendo barreiras e fechando estradas para obter melhores preços para seus produtos”.

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Luta que desencadeia processos emancipatórios

Da perspectiva pedagógica emancipatória, as ocupações de terra, como forma de luta pela terra que incomoda o Estado e os grandes proprietários de terra, é o que mais desencadeia processos emancipatórios na formação do sujeito Sem Terra, por vários motivos. Primeiro, porque rompe com a ideologia dominante, que diz que o caminho para se adquirir terra é por meio do trabalho e da compra.

Segundo, porque rompe com a resignação cultural imposta secularmente pelo sistema do grande capital. Terceiro, porque tem fôlego para, ao ser tornar massiva, subverter a estrutura latifundiária.

Nesse sentido, argumenta Rosely Caldart: “do ponto de vista pedagógico, a ocupação de terras é talvez a mais rica em significados socioculturais que formam o sujeito Sem Terra e projetam mudanças lentas e profundas no modo das pessoas se posicionarem diante da realidade, do mundo. Ao provocar uma ruptura fundamental com determinados padrões culturais hegemônicos, prepara o terreno para os aprendizados desdobrados das demais vivências. Talvez por isso seja também a forma de luta mais polêmica e a mais combatida pelos que defendem o atual estado de coisas”.

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A luta pela terra, tendo como matriz básica organizativa a ocupação de latifúndios que não cumprem a função social, pode ser pedagogia de emancipação humana, porque desencadeia diversas transformações nos seus sujeitos no sentido de ser pessoa humana, não opressora.

Entre essas mudanças, a ocupação de terra efetiva na prática uma espécie de segundo batismo para as pessoas que dela participa. Se no batismo e/ou ao fazer uma certidão de nascimento, a pessoa recebe um nome, a partir da ocupação de terra a pessoa a a ter um segundo nome: sem-terra, que muitas vezes ganha ascendência sobre o nome próprio recebido no batismo.

Sobrenome sem-terra

Mais do que João, Maria ou …, um ocupante de terra a a ser reconhecido como sem-terra. Assim, cada sem-terra se torna um pouco a bandeira da luta pela terra circulando na sociedade para alegria dos oprimidos e ódio dos capitalistas.

Outra dimensão emancipatória está no fato de a luta pela terra ser feita de forma coletiva, o que rompe com o individualismo disseminado no tecido social pela ideologia dominante para reproduzir constantemente as relações do capital, pois, quanto mais individualismo houver, mais alguns – mas detentores de poder econômico e político – dominarão a maioria do povo, seja trabalhador na cidade ou camponês no campo.

Uma ocupação de terra, se feita de forma individual, imediatamente é tratada como esbulho e turbação da posse e da propriedade de outro. Entretanto, com o apoio da T e do MST, quando uma coletividade de camponeses sem-terra ocupa os latifúndios fica muito mais difícil a sociedade ignorar a injustiça social e agrária, que a ação coletiva de ocupar denuncia.

Nas palavras de Rosely Caldart, como se trata de uma reação coletiva, organizada, exige que a sociedade tome uma posição. Nessa mesma linha, assevera Stédile sobre ocupação de terra: “é uma forma de luta contundente, não deixa ninguém ficar em cima do muro, obriga todos os setores da sociedade a dizerem se são a favor ou contra. Ela desmascara a lei. Se não ocuparmos, não provamos que a lei está do nosso lado. É por essa razão que só houve desapropriações quando houve ocupação. É só comparar. Onde não tem o MST, não tem desapropriação. Onde o movimento é mais fraco, menor é o número de desapropriações, de famílias beneficiadas. Não há, enfim, oportunidade para escamotear o problema social”.

Gilvander Moreira é frei e padre da Ordem dos Carmelitas, doutor em Educação pela FAE/UFMG, agente e assessor da T/MG, assessor do CEBI e Ocupações Urbanas, e colunista do Brasil de Fato MG.

—

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.

Editado por: Larissa Costa
Tags: reforma agráriasem-terra
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