De que maneira será possível reverter o desfinanciamento do SUS, acelerado com as medidas de “austeridade” fiscal, em um possível novo governo democrático? Uma proposta de nova política de financiamento do Sistema Único de Saúde foi apresentada pelo Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), na última terça-feira (30/5).
Tal reforma começaria com a revogação do teto dos gastos (EC-95) e de outros dispositivos que estrangulam apenas os investimentos sociais. Depois, criaria espaço no orçamento para recursos com efeito redistributivo – taxando lucros, dividendos e grandes fortunas; extinguiria o orçamento secreto e reconfiguraria o orçamento federal de maneira equânime. O orçamento resultante seria destinado principalmente à Atenção Primária, porta de entrada da população no SUS, e ao fortalecimento de um Complexo Econômico Industrial e Digital da Saúde.
O projeto é da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES) e foi apresentado por seu vice-presidente, Francisco Funcia. O evento virtual foi uma contribuição à Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, que acontece até agosto. Além de Funcia, o encontro contou também com as contribuições e questionamentos do economista Eduardo Fagnani, da Unicamp, de Lúcia Souto, presidente do Cebes, e de José Noronha, diretor da entidade, que fez uma mediação provocadora.
“Diante de um cenário de crise econômica, os gastos com saúde devem ser diminuídos">