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ABOLIÇÃO

Artigo | 13 de maio não é dia de negro!

"O racismo é, desde 1500, um dos principais pilares da manutenção do poder do Estado brasileiro"

13.maio.2022 às 10h33
Recife (PE)
Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE)

"A abolição da escravatura não representou liberdade para o povo negro" - Foto: Carl de Souza/AFP

O dia da abolição do sistema escravocrata brasileiro, 13 de maio, se tornou popular como muitas das histórias que contam sobre a população negra e os povos originários nesse país, por ser uma mentira. O Brasil é um país de falsos heróis e salvadores, um país de colonizados que precisam ser salvos e esclarecidos. Qual história melhor para dar um desfecho a mais de 300 anos de genocídio, violência e epistemicídio, do que a de uma mulher branca portuguesa que se solidarizou com a situação do negro brasileiro e os libertou?

Não há abolição da escravidão e construção da República Federativa Democrática brasileira enquanto o racismo, a exploração e o apagamento da história do povo negro e dos povos originários for o principal nutriente que alimenta o Estado. Da mesma forma que, atualmente, não pensamos na construção de possibilidades e mudança para qualquer grupo social sem políticas públicas que os dê condições para tal. 

Leia: 13 de Maio: a luta por liberdade continua

Isabel sabia que apenas propor uma lei que dizia que o povo negro não era mais escravo não era o suficiente para, de fato, libertá-los, e assim o foi, garantindo a manutenção de uma estrutura de mão de obra baseada na precariedade e análoga à escravidão, mantendo o bom funcionamento do sistema econômico colonial. 

Gilberto Freyre também sabia disso e, ainda assim, foi dissimulado o suficiente para dizer em “Casa Grande & Senzala” que o Brasil era um país que negros, indígenas e brancos viviam em harmonia, causando espanto quando Abdias Nascimento, em “O Genocídio do Negro Brasileiro”, o contesta, trazendo o mito em torno da democracia racial, escancarando o Brasil que se cala.

Leia: Porque não celebramos o 13 de Maio e o que o movimento feminista aprende com isso

A harmonia a que Gilberto Freyre se refere pode ser visualizada quando analisamos que o Brasil tem mais da metade da sua população negra e parda e somos minoria, chegando a menos de 1% em algumas Câmaras Municipais e Estaduais. 

A harmonia a que ele se refere diz respeito a população negra ser a maioria nos piores índices e indicadores sociais, de acordo com o IBGE, quando olhamos para fome, desemprego, analfabetismo, encarceramento e insegurança alimentar. E somos minoria em todos os espaços de poder e de tomada de decisões, assim como nas universidades, mesmo depois de 10 anos da efetivação da Lei nº 12.711/2012, que garante a reserva de cotas raciais nas instituições de ensino superior.

O Movimento Negro brasileiro afirma: 13 de Maio não é dia de Negro! Como pode ser um dia que referência o nosso povo, se não se fala de Luís Gama como um dos grandes abolicionistas brasileiros ou dos vários quilombos e movimentos abolicionistas negros construídos em todo o Brasil? Como podem querer que uma data que foi criada para homenagear uma escravocrata, que assinou a Lei Áurea, por interesses políticos portugueses, seja celebrada pela população negra como um dia de luta do nosso povo em diáspora?

Leia: Artigo | 13 de Maio é o dia da abolição inacabada 

A abolição veio da mesma forma que o Estado brasileiro foi construído: com derramamento de sangue e muita luta. Não foi pedindo licença que a população negra e o Movimento Negro organizado conseguiu qualquer coisa nesse país.

Neste 13 de Maio de 2022, em um ano eleitoral difícil, é importante escurecer qual o papel de toda sociedade em entender que o antirracismo é uma prática cotidiana, não uma publicação no 20 de Novembro ou num grito “Marielle, presente!”. Que não utilizem os nossos corpos para camuflar o racismo que os estruturam. 

Leia: No 13 de Maio, Programa Bem Viver celebra luta do Movimento Negro

O racismo é, desde 1500, um dos principais pilares da manutenção do poder do Estado brasileiro. Colocar a população negra em lugares subalternizados e de silenciamento, é estratégico para a continuidade desse projeto de sociedade colonial, que vem atualizando cada vez mais suas ferramentas de controle e violência. Referenciar nossas lutas, nossa história e todas as nossas conquistas é, finalmente, itir a construção desse mito abolicionista de 1888 e pavimentar caminhos para a um Brasil em que estejamos também tomando decisões e reescrevendo nossas histórias.

*Myrella Santana é militante da Articulação Negra de Pernambuco, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e é graduanda em Ciência Política pela UFPE.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato Pernambuco.

 

Editado por: Vanessa Gonzaga
Tags: 13 de maioaboliçãoantirracismobrasil de fatopernambucoracismo
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