Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

Assista ao vídeo

Com “diplomacia das linhas vermelhas” e força militar, Putin tenta remodelar ordem europeia

Reconhecimento de repúblicas separatistas no leste da Ucrânia e envio de tropas russas geram novo cenário de embate

23.fev.2022 às 16h36
Rio de Janeiro (RJ)
Serguei Monin

O presidente russo Vladimir Putin participa de uma cerimônia de colocação de coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, no Kremlin, 23 de fevereiro de 2022. - Alexey Nikolsky / Sputnik / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, ao reconhecer a independência de regiões separatistas da Ucrânia, deixou em aberto um ponto crucial para entender os riscos e limites de sua atuação no território do país vizinho. Foi em discurso pela TV na última terça-feira (23) que o líder russo esclareceu que Moscou iria proteger áreas reivindicadas pelas repúblicas separatistas, mas que estão sob controle da Ucrânia.

O novo cenário surge porque as áreas reivindicadas pelas autoridades das repúblicas separatistas contêm áreas que não estão sob seu controle istrativo, mas de Kiev. Ou seja, as aspirações de Putin sobre as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk compreendem territórios que, hoje, fazem parte da soberania do Estado ucraniano.

A movimentação separatista na região começou após o golpe de Estado de 2014 na Ucrânia, quando estas regiões se proclamaram independentes do governo de Kiev e adotaram uma Constituição própria. No novo documento, as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk delimitaram o seu território de acordo com os limites fronteiriços das regiões da Ucrânia antes do movimento separatista.

No entanto, como resultado dos combates militares que começaram após o golpe de Estado, elas perderam o controle de parte significativa do território. Por isso, a decisão russa de reconhecer as fronteiras originais de Donetsk e Lugansk, seguindo o que prevê a Constituição das duas repúblicas separatistas, pode deflagrar uma nova disputa por território com a Ucrânia. A maior parte de Donetsk e Lugansk é controlada por Kiev, o que significaria que o movimento de Putin pode legitimar uma expansão do controle dessas repúblicas.

Ao ser questionado sobre os limites fronteiriços do reconhecimento russo, Putin deixou claro na entrevista coletiva da última terça-feira (22) que o decreto contemplava os documentos oficiais das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, inclusive suas Constituições.

“Até que ponto reconheceremos essas repúblicas? Mas nós os reconhecemos, o que significa que reconhecemos todos os seus documentos fundamentais, incluindo a Constituição. E a Constituição define as fronteiras dentro das regiões de Donetsk e Lugansk no momento em que faziam parte da Ucrânia”, destacou Vladimir Putin.

O presidente russo acrescentou que esta questão fronteiriça poderia ser pauta de negociação entre o governo de Kiev e as autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk, dando a entender que haveria uma janela para uma solução diplomática. No entanto, como destaca o analista-sênior do International Crisis Group para a Rússia, Oleg Ignatov, em entrevista ao Brasil de Fato, as autoridades ucranianas nunca sentaram à mesa de negociações com as repúblicas de Donetsk e Lugansk e nem pretendem fazê-lo.


Emblema da autoproclamada República Popular de Donetsk diz "Donbass Russa". / Alexander Nemenov / AFP

De acordo com ele, possivelmente a Rússia utilizará a questão da fronteira para novamente tentar forçar Kiev a negociar, mas esta estratégia dificilmente traria algum êxito, considerando que não existem muitos casos em que um Estado negocia termos com separatistas.

“Eu acho que a situação atual ficou ainda mais perigosa e a Rússia pode exigir da Ucrânia uma retirada unilateral de suas tropas da linha de contato. E isso significaria para a Ucrânia uma nova perda de territórios, e eu não acho que isso será aceitável para Kiev”, afirma.

Outra decisão importante adotada pelo Kremlin nesta semana foi a autorização de uso das Forças Armadas russas nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk por parte do Conselho da Federação (a Câmara Alta do Parlamento russo).

Para Ignatov, a presença das tropas russas no leste ucraniano pode soar como um ultimato a Kiev e desencadear um estopim para um conflito entre as partes, tendo em vista que dificilmente a Ucrânia se submeteria às exigências de diminuição de sua soberania por parte de Moscou.

“Digamos, por exemplo, que a Rússia exija que a Ucrânia retire suas tropas da linha de contato, a Ucrânia não concorda, começa uma guerra, e o que vem pela frente? [A guerra] pode começar agora mesmo, porque o Conselho da Federação adotou uma decisão de enviar tropas russas para lá. E se houver quaisquer combates, trocas de tiros, isso pode ser usado como motivo para atacar as tropas ucranianas”, destaca Ignatov.

:: ONU diz que envio de tropas da Rússia para fronteira com Ucrânia "não são missão de paz" ::

O "enterro" dos Acordos de Minsk

Outro momento que chamou a atenção na entrevista coletiva de Putin na terça (22) foi a confirmação de que os Acordos de Minsk já não teriam mais validade diante das novas condições geopolíticas.

Estes acordos, assinados em 2014 e 2015, previam um cessar-fogo e a retirada de armas da linha de contato no leste ucraniano. Outro ponto fundamental visava uma profunda reforma constitucional na Ucrânia, a partir da qual se daria uma descentralização do poder, garantindo às regiões de Donetsk e Lugansk um status de autonomia especial.


O presidente russo, Vladimir Putin, discursa no Kremlin em dezembro de 2021. / Grigory Syosoyev / Sputnik / AFP

O governo de Kiev não cumpriu com a parte política prevista pelos acordos e as potências ocidentais são acusadas por Moscou de não agir para exigir para que a Ucrânia garantisse a autonomia de Donbass, prevista pelo mecanismo diplomático. 

"Sim, claro, agora os Acordos de Minsk não existem. E por que implementá-los se reconhecemos a independência dessas entidades?", disse Putin.

De acordo com o cientista político Vladimir Zharikhin, o fracasso diplomático em relação à crise ucraniana recai sobre a forma com que os Estados Unidos adotaram uma política externa baseada dominação monopolista. Com isso, o espaço para a diplomacia foi sendo minado. Zarikhin acrescenta que os EUA destruíram a base da política internacional clássica — a diplomacia negociada.

Assim, o cientista político diz ao Brasil de Fato que os acordos assinados não são implementados ou são retirados unilateralmente.

“Este destino recaiu sobre os acordos de Minsk. Agora começou a moda da diplomacia das linhas vermelhas. Se você não fizer cumprir com isso ou aquilo, então haverá isso ou aquilo. A Rússia também está aceitando gradualmente essas regras do jogo”, completa.

O pesquisador ainda lembra que, com a ineficácia dos acordos de Minsk para resolver os problemas internos ucranianos, a Rússia chegou a propor a introdução de forças de paz da ONU na linha de contato, mas os países ocidentais discordaram. “Então a Rússia decidiu realizar um congelamento [das fronteiras] com base na força”, acrescenta.

:: Após Putin reconhecer separatistas, Alemanha suspende certificação de gasoduto russo ::

Portas abertas para armar Donbass

Outro efeito prático do reconhecimento das regiões separatistas diz respeito à abertura que os acordos de cooperação dão para Moscou fornecer equipamentos militares diretamente às repúblicas de Donetsk e Lugansk. Vale destacar que as regiões separatistas atualmente não possuem aviação, por exemplo.

Assim, com o reconhecimento de independência, abre-se a possibilidade de Donetsk e Lugansk terem um Exército mais moderno, escalando ainda mais a tensão na linha de contato.


Lançador de mísseis da Rússia em exercício conjunto com a Bielorrússia / Ministério de Defesa da Rússia / AFP

Importante lembrar que, em seu pronunciamento à população russa, Putin defendeu que a Ucrânia se torne um Estado neutro e desmilitarizado para normalizar as relações entre os dois países. Oleg Ignatov observa que é difícil imaginar um Estado com cerca de 40 milhões de pessoas como a Ucrânia abrir mão de “um atributo de soberania como ter as próprias Forças Armadas”.

A empreitada de Putin, portanto, seria um sinal de que a Rússia continuará pressionando Kiev, incluindo por vias militares, para alcançar seus objetivos de reformular a ordem geopolítica na Europa, expandindo sua esfera de influência na região, mas com a elevação dos riscos de uma guerra.  

“A Rússia se move conscientemente em direção a um conflito com o Ocidente, tenta conseguir do Ocidente que ele mude as regras do jogo em diversas esferas e busca reconstruir a ordem europeia que se formou após a Guerra Fria”, completa Ignatov.

Em mais um sinal da possibilidade de um confronto militar, a Ucrânia anunciou nesta quarta-feira (23) um estado de emergência no país e pediu para que os seus cidadãos que se encontram na Rússia deixem o país. Moscou, por sua vez, determinou a evacuação dos diplomatas da embaixada russa em Kiev.

Enquanto parte da comunidade internacional, sobretudo os EUA e países da Europa, se mobiliza para condenar e reagir à iniciativa russa no Leste europeu, a cartada do presidente russo nesta semana indica que o jogo geopolítico no continente saiu definitivamente do plano retórico, tornando as perspectivas de um possível conflito imprevisíveis na região. 

Editado por: Thales Schmidt
Tags: conflitoestados unidosguerrarússiaucrânia
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Direito das crianças

‘A rua é mais segura que a tela’: especialista defende direito de brincar para bem-estar infantil

Zona costeira

Entenda a Lei do Mar aprovada na Câmara após 12 anos de tramitação

Opinião

Lutar não é crime! Liberdade para Solange e Vanderlei já!

Tabu e desigualdade

Dignidade menstrual só avança com políticas públicas, defende coordenadora de coletivo de mulheres

reconhecimento

Procurador do MPF recebe Medalha Tiradentes por atuação em defesa de causas populares

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.