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Realidade ou ficção? Como a retórica bélica dos Estados Unidos cria “vilões” estereotipados

A mídia ocidental abraça a visão dos EUA dos conflitos, ignorando o ado problemático da "inteligência" estadunidense

18.fev.2022 às 09h23
Los Angeles (EUA)
Eloá Orazem

O presidente dos EUA, Joe Biden, fala com a imprensa na Casa Branca - Alex Wong /Getty Images via AFP

Pelo menos por enquanto, a guerra está só nas manchetes: Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e alguns dos maiores países europeus jogam bombas diplomáticas em discursos enviesados. De um lado, temos Moscou se opondo à Ucrânia se tornar parte da Otan e da União Europeia, enquanto os Estados Unidos "tomam as dores" de Kiev, que vê com ressalvas o avanço das forças militares russas junto às fronteiras ucranianas.

Nos últimos "capítulos" dessa saga, tivemos o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciando a retirada de suas tropas, mas expulsando o número 2 da Embaixada estadunidense de Moscou. A Ucrânia usa imagens de satélites para garantir que o líder russo não moveu seus soldados, enquanto os representantes dos Estados Unidos voltaram à ONU para falar do conflito.

Nesse toma-lá-dá-cá verbal, é difícil não ficar minimamente confuso, mas a professora Anna Vassilieva, chefe do departamento de Estudos Russos do Middlebury Institute, diz que tudo é bastante simples se aceitarmos analisar os fatos levando em consideração outro ponto de vista diferente do ocidental. 

"Os americanos e os membros da Otan não entendem porque a Rússia os encara com uma ameaça, mas é preciso lembrar que a Otan é um grupo militar, não um bloco amigável", disse à reportagem do Brasil de Fato. "Além disso, a Rússia tem um perímetro enorme, que precisa ser protegido mais do que nunca, já que suas fronteiras são voláteis. Temos a China ao leste, e todos estamos acompanhando o que acontece no Afeganistão e na Ásia Central. Temos ainda a possível islamização do Tadjiquistão. A Otan, para os russos, é uma ameaça legítima".

Pesa contra Moscou a retórica de ser um eterno vilão. Nos jornais e nos filmes, na ficção e na realidade, os vilões são quase sempre os mesmos – aqueles que se opõem ou se opam, em algum momento da história, aos Estados Unidos. Os russos são sempre apresentados com um estereótipo frio e maquiavélico, e isso já faz parte do imaginário ocidental, que fatalmente impacta a percepção da nossa realidade.

"Me diga quando foi a última vez que você leu algo positivo sobre a Rússia na mídia ocidental?", questiona Vassilieva, "tudo relativo à Rússia é ruim, mau e vexaminoso – o país se tornou o bode expiatório para tudo que há de ruim". 

O enredo fica ainda mais conturbado diante da falta de credibilidade da outra parte. Os Estados Unidos têm um histórico preocupante de usar informações falsas, utilizadas para justificar invasões, guerras e mortes.

"Todo mundo, até mesmo os americanos, sabe que a Guerra do Iraque, em 2003, foi baseada em uma inteligência falsa", afirma Peter Rutland, professor de Política Russa da Wesleyan University. "Esse fato foi itido e discutido publicamente", completa.

Ainda de acordo com o professor, essa foi apenas a ponta do iceberg. "Outro exemplo recente que me vem à mente é o dossiê do aço. Depois que [Donald] Trump chegou à Casa Branca, a inteligência dos Estados Unidos disse que os russos estavam espionando o líder americano – algo que hoje está totalmente desacreditado". 

:: Entrada da Ucrânia na Otan está "fora da agenda", diz chanceler alemão em Kiev ::

Essas falhas adas fazem com que sejamos todos mais céticos em relação aos argumentos estadunidenses, daí as duras perguntas de jornalistas às autoridades do país. Em diferentes oportunidades, membros da imprensa pediram provas de muitas falas vindas dos porta-vozes do governo americano. 

"A inteligência dos EUA tem um problema real, e é preciso tomar cuidado para não repetir os exageros e as invenções de antes", avalia o professor da Wesleyan University. 

Com a credibilidade posta em xeque, Washington não tira da mesa a possibilidade de uma resposta militar às tentativas da Rússia. A invasão da Ucrânia, pelo menos para a professora Vassilieva, é uma possibilidade senão impossível, muito remota.

"A Rússia carrega o trauma da Segunda Guerra, quando 7 milhões de pessoas perderam suas vidas. Isso não pode e não foi esquecido", diz. 

Dito isso, a docente confessa preocupação quanto às provocações feitas pelos países, porque é importante manter a discussão no campo racional, sem deixar que os nervos assumam o comando das negociações. 

Enquanto aguardamos os desdobramentos desse conflito, Vassilieva afirma que, até certo ponto, os Estados Unidos já perderam. "Estamos empurrando a Rússia para mais perto da China, o que é a última coisa que os americanos deveriam querer", pontua. 

Já para o professor Rutland, todo o barulho ao redor do conflito mascara o real problema e, portanto, a real solução. "A Otan não é a questão aqui. O desafio mesmo é a falta de tratados que permitam todas as partes a monitorar e inspecionar o deslocamento das tropas, com avisos de exercícios militares sendo comunicados com antecedência. Esses detalhes todos devem constar em um tratado, mas todas as tentativas nesse sentido foram desperdiçadas ou desrespeitadas", finaliza.

Com ambiguidade por todos os lados, a mídia dos EUA ainda abraça o discurso de que uma invasão russa pode acontecer a qualquer momento, posição veementemente contrária à de Vassilieva: "se a Rússia invadir Kiev, eu entrego o meu cargo, porque ficaria provado que eu não entendo nada sobre o assunto".

Editado por: Thales Schmidt
Tags: estados unidosrússiaucrânia
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