Caminhões repletos de alimentos para quem tem fome. Esse foi o resultado da ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná, que realizou doações em 13 cidades do estado entre os dias 14 e 19 deste mês.
Arroz, feijão, abóbora, mandioca, legumes e verduras, além de mais de 2 mil litros de leite foram distribuídos por famílias de mais de 50 assentamentos e acampamentos do estado.
Ao todo foram cerca de 67 toneladas de alimentos que chegaram a hospitais e pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.
“A gente espera que todo esse alimento, que toda essa natureza do bem, acolha essas famílias, as fortifique e as estimulem para seguir acreditando na vida”, afirmou Roberto Baggio, da Direção Estadual do MST-PR.
Ele acrescenta que, dentro da tradição do MST e do contexto de crise que vive o país, a solidariedade é o caminho que irá conduzir a transformação para dias melhores.
“[Essa campanha] é para mostrar que as pessoas sempre encontrarão no MST, nas famílias da reforma agrária, a solidariedade, o apoio, para continuar lutando, para a gente construir um país mais justo, mais solidário, mais humano”, afirma o dirigente.
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Em um momento em que a fome cresce no país, a campanha de solidariedade do MST, que ocorre desde o início da pandemia, cresce em importância. Segundo pesquisa recente, realizada pela Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Brasília (UnB), cerca de 58 milhões de brasileiros estão sob insegurança alimentar, ou seja, correm o risco de deixar de comer por falta de dinheiro.
“Essa alimentação que chegou, só a gente sabe a importância para nós. Não digo só por mim, mas para todos que estão aqui. É um quilinho de feijão, mas ninguém sabe a importância que faz pra gente”, afirma Marcelino Lemos, vendedor ambulante e morador da Vila Jardim Veneza, em Curitiba, uma das pessoas que recebeu alimentos da campanha.
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Homenagens
Na ocasião também foram lembradas as vítimas do Massacre de Eldorado do Carajás, que completou 25 anos em 17 de abril. O crime cometido pelas forças policiais no Pará deixou 21 sem-terras mortos e 69 feridos.
“No MST, a gente transforma luto em luta. E esperamos que o fruto de nosso trabalho possa se transformar em mais vida, em mais trabalho, em mais energia para todas as famílias que precisam desse alimento”, afirmou Ceres Hadich, da Direção Nacional do MST, durante mística realizada pelo movimento.
Símbolo de esperança, sementes e mudas de árvores também foram plantadas durante as ações. E a pauta por melhores condições no campo, aumento do auxílio emergencial e vacinas para todos também foram destaque em todas as regiões.
Com as ações realizadas do Abril Vermelho, o MST do Paraná ultraa 600 toneladas de alimentos doados desde abril de 2020. Em todo Brasil, as famílias sem terra partilharam mais de 4 mil toneladas de alimentos da reforma agrária.
