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Início Saúde

entrevista

Pesquisador prevê estouro nas contaminações e mortes por covid-19 durante o verão

Para Pedro Hallal, o aumento de óbitos será o preço pago pelos brasileiros pela falta de uma política de combate à covid

05.jan.2021 às 11h16
Brasil de Fato Porto Alegre (RS)
Walmaro Paz

Reitor da Ufpel, Pedro Hallal, prevê grande aumento de casos da covid-19 - Divulgação

O epidemiologista Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e engajado no enfrentamento à covid-19 desde a chegada do vírus ao Brasil, afirmou que o país não tem política de enfrentamento à pandemia. Ele entende que o governo federal está abandonando a população à própria sorte por causa das contradições permanentes entre os técnicos do Ministério da Saúde e o presidente da República, Jair Bolsonaro. 

Em entrevista ao Brasil de Fato Rio Grande do Sul, Hallal considerou, ainda, que este comportamento tem feito aumentar as aglomerações, o que fará disparar o contágio da doença e levar o sistema de saúde ao colapso. Ele criticou, também, a liberação da importação de vacinas por clínicas particulares, lembrando que “o Brasil foi e ainda é referência mundial em políticas públicas de vacinação. Segundo ele, as perspectivas de aumento da doença são as piores possíveis, principalmente devido às novas mutações do vírus, a chegada do verão e as aglomerações nas praias do litoral brasileiro.

“Na próxima semana aumentará muito o número de casos; duas semanas depois, as internações vão lotar os hospitais e, na terceira semana, aumentarão os óbitos”. Já são quase 200 mil mortos e o número deverá continuar aumentando se não houver uma vacinação em massa.

Coordenador de uma das mais amplas pesquisas sobre covid-19 no mundo, “Estudo da evolução da prevalência de infecção por COVID-19 no Brasil (Epicovid-19)”, cujos resultados têm sido referenciais na formulação de estratégias governamentais para o combate à pandemia, o reitor da UFPel acredita que a ciência sairá fortalecida deste período.

Hallal possui graduação em Educação Física e mestrado e doutorado em Epidemiologia pela UFPel. Além disso, realizou estágio pós-doutoral no Instituto de Saúde da Criança da Universidade de Londres e atua como docente da UFPel no curso de graduação em Educação Física e nos programas de pós-graduação em Educação Física e Epidemiologia.

 


Hallal foi coordenador de uma das mais amplas pesquisas sobre covid-19 no mundo / Divulgação

Confira a íntegra da entrevista:

BdFRS – Quais os efeitos que poderão advir dessas aglomerações das festas de fim de ano que aconteceram em todo o Brasil?

Pedro Hallal – Desde o começo da pandemia, o comportamento tem sido o mesmo. Sempre que há um excesso de aglomerações, uma semana depois começa a bombar o número de casos. Duas semanas depois, começam a aumentar os números de internações. E três semanas depois, infelizmente começam a aumentar o número de óbitos. Em qualquer excesso que foi cometido na pandemia desde o começo, esse foi o preço que nós pagamos. Infelizmente, a probabilidade maior é que aconteça a mesma coisa. Uma semana depois do réveillon, aumentam muito os casos. Duas semanas depois, as internações. E três semanas depois, os óbitos.

Então temos que esperar que aumentem os casos em todo o país?

Exatamente, ainda mais se continuarem agora, durante o verão, as aglomerações que a gente observou na virada do ano. Se continuarem aglomerando, infelizmente a gente sabe que não tem atalhos: o coronavírus reage. Ainda mais agora, que chegou ao Brasil esta nova cepa, que é ainda mais transmissível, 69% a 70% mais transmissível do que a anterior. Então aumenta mais o risco de contaminação.

Essas mutações do vírus vão fazer com que ele se comporte igual a uma epidemia do tipo H1N1, cuja vacinação é anual?

Não se tem certeza, mas é possível, sim. Já se tinha uma perspectiva de que a vacina do corona não fosse uma daquelas que se toma uma vez só na vida. Agora, ainda mais com essas mutações, cada vez mais vai ficando provável a situação de que nós teremos que refazer essa vacinação de tempos em tempos. Se vai ser de ano em ano, de dois em dois anos, isso aí o pessoal da virologia da área de vacinas está estudando. Mas certamente não vai ser uma vacina que a pessoa fará uma única vez na vida.

Como entende a política de enfrentamento ao coronavírus feita pelo Ministério da Saúde, com essa falta de logística que ficou provada na questão da compra de seringas e agulhas?

Para falar a verdade, eu não sei qual é a política do Ministério da Saúde de enfrentamento ao coronavírus. Eu estou nesta luta desde que começou a pandemia e eu sinceramente não entendo ainda qual é a política. A política de testagem é muito frágil no Brasil. A política de rastreamento de contato também é muito frágil. A questão do distanciamento social, o próprio presidente da República desmoraliza os ministros quando eles falam sobre distanciamento social. Até o uso de máscaras, o presidente desestimula. Então eu tenho muita dificuldade de saber qual é a política nacional de enfrentamento da pandemia.

Quando chega ao assunto das vacinas, é mais grave ainda. Já têm 40 países no mundo em campanha de vacinação, o Brasil não é um deles. E o Brasil é o terceiro país mais afetado pela pandemia em número de casos e o segundo em número de mortos. Então o Brasil não poderia se dar ao luxo de ficar tão atrasado assim para começar a vacinação da população. A resposta sincera para esta pergunta é: eu não sei de que política estás falando, porque eu não sei qual é a política de enfrentamento da pandemia.

O Jornal O Globo noticiou que clínicas particulares estariam comprando 5 milhões de doses de vacina da Índia. Isso seria uma maneira de desestimular a vacinação oficial e deixar que clínicas particulares assumam a vacinação, deixando o povo de lado?

Eu até vi essa notícia hoje, mas tenho muita dificuldade de comentar este tipo de notícia que o governo federal usa, porque não se sabe nem a fonte. Não tenho nenhum preconceito com o fato de a vacina ser produzida na Índia. A questão é que eu não sei por que a vacina estaria sendo negociada com fornecedores privados. Lá atrás se falou inúmeras vezes que a campanha de vacinação seria coordenada pelo Ministério da Saúde. Teve uma época, inclusive, em que São Paulo queria correr um pouco na frente e o ministério, por disputa política, disse "de jeito nenhum". E agora vai vender para clínica particular. Isso só prova o que eu respondi antes: não tem uma política de enfrentamento da covid-19 no Brasil, não tem uma política de vacinação decente. Tem aquele documento que foi apresentado às pressas para o Supremo Tribunal Federal, totalmente incompleto e que parece cada vez mais ser um documento muito frágil para guiar a política de vacinação de um país tão grande e tão afetado pela covid-19 como o Brasil.

O Brasil tem tradição em produção da vacinas e Cuba também. Mas Cuba, um país bem menor, já está com quatro vacinas sendo estudadas e começando a aplicar e oferecer de graça. O Brasil só tem duas parcerias, contra as quais a Anvisa cada vez coloca mais exigências. O que o senhor pode comentar sobre isso?

Não vou comentar sobre o caso de Cuba porque estou um pouco por fora do que eles estão fazendo em termos de vacina. Mas o Brasil sempre foi uma referência mundial em vacina e eu até te diria mais: o Brasil continua sendo uma referência mundial durante a testagem e a produção das vacinas do coronavírus. O Brasil está envolvido junto com a AstraZeneca e com a Oxford, pela Fiocruz na produção de uma vacina, e o Butantã junto com a Sinovac na produção de outra vacina; ou seja, o Brasil está envolvido na produção e na testagem. O problema é a questão da aquisição, o problema é a questão do plano de imunização. O Brasil está falhando em lugares que não é normal falhar. O Brasil historicamente é um país que tem muitos problemas de saúde pública, mas na vacinação sempre foi bom. E infelizmente, no caso do coronavírus, será uma das primeiras vezes que nós estamos pagando um mico desta natureza de estarmos tão atrasados assim e não termos um plano concreto para vacinar a população.

E esse atraso vai definir um tempo muito grande para ficarmos com a pandemia?

Claro. Cada dia de atraso significa mais mortos, são menos pessoas imunizadas por uma vacina. Então cada dia de atraso são mais mortes. Infelizmente, 40 países do mundo já estão fazendo vacinação, e nós não somos um deles.

Editado por: Camila Maciel e Katia Marko
Tags: contaminaçãocovid-19verão
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