Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Artigo

Meu governo, meu orçamento: vantagens militares desde a reforma da Previdência

Especialista reflete sobre as disparidades em torno de direitos previdenciários entre militares e demais trabalhadores

27.ago.2020 às 10h21
São Paulo (SP)
Mariana da Gama Janot
Militares e ministros do governo Bolsonaro

O que justifica o comportamento autônomo das Forças Armadas brasileiras em relação à sociedade? - Marcos Corrêa/PR

Notícias de que a previsão orçamentária para 2021 indicaria um aumento de 48,8% para o Ministério da Defesa correram a mídia no último dia 17 de agosto. A ampliação alcançaria o valor de R$ 108,56 bilhões – em torno de R$ 5 bilhões a mais que o montante destinado à Educação, que deve sofrer ainda mais cortes.

Segundo o Ministério da Defesa, a mídia é difamatória, pois o aumento para o ano que vem seria de apenas 2,4% em relação ao ano de 2020, pois a Lei Orçamentária Anual (LOA) previa R$ 106 bilhões destinados à Defesa. Porém, isso não é verdade.

Como consta na LOA publicada em 20 de janeiro deste ano, a previsão do orçamento fiscal e da seguridade social para esta pasta era de R$ 73 bilhões, o que confirma o aumento substancial. O salto financeiro entre o que estava previsto em janeiro e o valor anunciado pelo Ministério da Defesa parece advir dos gastos extras acumulados nos últimos meses, autorizados pelo Congresso para pagamento de pessoal no contexto da pandemia da covid-19.

Estes ganhos orçamentários das Forças Armadas – em especial de seus oficiais – se somam a (mais) uma vantagem financeira que a organização adquiriu no ano ado: manter-se excluída da reforma da Previdência.

:: Plano do governo Bolsonaro para Defesa dá abertura para conflitos com países vizinhos ::

Logo que assumiram o governo, Jair Bolsonaro e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, pressionaram para que a pauta da reforma fosse prioritária na agenda econômica por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n.6/2019. Segundo o posicionamento oficial do governo e de setores neoliberais, a reforma seria necessária para sanar o rombo financeiro no sistema previdenciário e, diante desta urgência, era necessário um sacrifício coletivo de todos os trabalhadores brasileiros.

Em fevereiro do ano ado, Guedes afirmava que as Forças Armadas “vão conosco na reforma, mas não na PEC”, o que significava estabelecer maiores alíquotas de contribuição dos militares ao seu Regime de Proteção Social afim de inserir a organização no contexto geral de uma reforma previdenciária, e promover uma necessária reestruturação na carreira por meio do Projeto de Lei (PL) n.1.645/2019.

Bolsonaro, Paulo Guedes e o relator da Comissão Especial do projeto na Câmara, deputado Vinícius de Carvalho (Republicanos-SP), enfatizaram que uma reestruturação na carreira militar se justificava para compensar uma série de prejuízos financeiros que as Forças Armadas argumentavam sofrer desde 2001.

:: Celso Amorim: Brasil pode "abrir a porta" para invadir outros países ::

Naquele ano, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ou a Medida Provisória (MP) nº 2.215-10 de 31/08/2001, determinando mudanças no sistema de proteção social militar como, por exemplo, a extinção da pensão às filhas solteiras dos oficiais a partir daquela data (ou seja, o benefício foi mantido para aquelas que já haviam adquirido-o).

Segundo a Cartilha de Proteção Social do Exército, essa compensação não se tratava de um privilégio, mas, sim, de um direito, bem como os adicionais por tempo de serviço, licenças especiais e outros cuja retirada implicara em “notórios prejuízos remuneratórios”.

Diante disso, o PL n.1.645/2019 compensaria esses prejuízos por meio de maiores compensações sobre o soldo e, em contrapartida, os militares participariam com maiores alíquotas de contribuição, aumento universal de 7,5% para 10,5% gradualmente até 2022 e um aumento de 30 para 35 anos de serviço obrigatório.

Houve duas principais linhas de questionamento ao projeto. A primeira, mobilizada pela mídia e especialistas na área econômica, se concentrava nos ganhos comparativos que as Forças Armadas obteriam em relação aos servidores civis. A título de comparação, os militares se aposentam sem idade mínima, mantendo a paridade salarial, enquanto os servidores públicos civis só podem se aposentar com 62 e 65 anos para mulheres e homens, respectivamente, sem paridade.

:: OAB: Forças Armadas com "papel moderador" representam grave risco à democracia ::

Ainda, o projeto de lei foi questionado por se inserir em um momento de cortes de gastos, visto que a reestruturação da carreira poderia custar até R$ 80 bilhões aos cofres públicos. Na contra-argumentação, as Forças Armadas afirmaram que o novo arranjo no sistema de proteção social resultaria em um saldo de R$ 10,5 bilhões até 2029.

A segunda grande crítica ao projeto veio de dentro das casernas. Para aumentar o total de contribuição, o projeto de lei incluiu como contribuintes todas as patentes militares – excluídos os que cumprem serviço obrigatório – e ainda, as polícias e bombeiros militares.

Além disso, na reestruturação da carreira, houve um aumento substancial no adicional por habilitação, que são os cursos de especialização, mestrado e doutorado realizados pelos militares, e a criação de um adicional por disponibilidade militar. A partir de 2023, militares que completarem cursos de nível doutoral receberão um acréscimo de 73% sobre o soldo, um aumento de 43% em relação à legislação anterior.

Ocorre que essas categorias estão disponíveis apenas para oficiais, enquanto suboficiais e praças ficam s a participarem de cursos de especialização e aperfeiçoamento (cujo adicional alcança o máximo de 45%). Ou seja, além de arcarem com gastos maiores nas contribuições, praças e suboficiais não usufruem dos adicionais incluídos na reestruturação.

:: Opinião: Bolsonaro e militares, juntos no mesmo delírio::

Por isso, durante a votação do projeto na Câmara, houve intensa manifestação contrária a essa disparidade. Por serem vedadas manifestações públicas, muitos militares contam com a mobilização de associações formadas por esposas e parentes, que formam o conjunto da denominada “família militar”, como a União Nacional de Familiares das Forças Armadas e Auxiliares (Unifax) e a União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas Brasileiras (UNEMFA). Representantes dessas associações criticaram o texto, acusando o presidente Jair Bolsonaro de traição à causa militar.

Em relação às tensões na cadeia hierárquica, a resposta oficial das Forças Armadas é de que a concentração de adicionais nos cursos de maior nível de aperfeiçoamento estimula a meritocracia e reforça os valores castrenses basilares de hierarquia e disciplina. Assim, o texto seguiu sem maiores alterações e foi encaminhado para aprovação no Congresso. Tornou-se a Lei n. 13.954 em novembro de 2019.

Há algumas perguntas que devem ser feitas, e a primeira delas é por que existe uma distinção entre os sistemas de proteção social, se tanto civis quanto militares são servidores assalariados?

:: A garantia militar de lei e ordem é incompatível com a República ::

Segundo as Forças Armadas brasileiras, a profissão militar é uma categoria distinta das civis porque os militares estão a serviço permanente do Estado, lhes negando alguns direitos básicos dos funcionários civis, como a greve. Ainda, o exercício da função militar impõe uma série de sacrifícios pessoais devido à extenuação física e a responsabilidade exclusiva de garantir a segurança do Estado.

A segunda pergunta é se essa distinção, cuja premissa é debatível, justifica o comportamento autônomo das Forças Armadas brasileiras? Não. As Forças Armadas devem estar subordinadas às vontades coletivas do conjunto cidadão, e não às vontades da própria organização ou de uma seleta elite política.

Isso é válido para qualquer contexto político que se pretenda democrático e adquire especial relevância em momentos como o atual, quando a população se encontra vulnerabilizada por altos índices de desemprego e precarização do trabalho, sucateamento da educação pública e, ainda, pela pandemia.

*Mariana da Gama Janot é mestre em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança (UFF) e doutoranda em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP).

Editado por: Vivian Fernandes
Tags: militaresprevidência
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

INVESTIGAÇÃO

Acusada de trabalho escravo na Amazônia, Volkswagen diz que investigou e não viu crime

APOIO ÀS MULHERES

Espaço Periferia Feminista é inaugurado no Morro da Cruz, em Porto Alegre

Resistência

Ato em Brasília pede reconhecimento do Saara Ocidental e libertação de presos políticos

RETROCESSO

Trump pode revogar proteção legal de mais de milhão de imigrantes nos EUA após decisão judicial

Justiça

PF mira prefeito de Palmas em operação sobre vazamentos no STJ

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.