Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

setor econômico

Artigo | A quem interessa impedir o isolamento social de combate à covid-19?

Pesquisadora da área trabalhista reflete sobre transformações do significado do trabalho ao longo da história

05.maio.2020 às 00h07
João Pessoa (PB)
Júlia Duarte

Em todo o Brasil, têm sido registradas manifestações contra isolamento social e a favor da "normalização" das atividades econômicas - Reprodução

Em meio à pandemia mundial de covid-19, temos vivenciado as consequências do afrouxamento das medidas de distanciamento social em diversos países. O Brasil já desponta como uma das maiores taxas de contágio por coronavírus do mundo, em que um infectado transmite o vírus para mais três. Ao mesmo tempo, segue sendo reforçado de maneira uníssona por todos os setores da classe dominante o culto ao trabalho e a propaganda massiva de necessidade de retorno das atividades como única saída.  

:: MPT investiga caso de trabalhadores obrigados a se ajoelharem em protesto na Paraíba ::

A ausência de medidas concretas suficientes para tornar possível uma adesão efetiva ao isolamento é chancelada por todas as frações da burguesia no país. Um dos seus representantes, o bilionário Jorge Paulo Lemann — controlador da AB InBev, Kraft Heinz e Burger King —, afirmou inclusive que momentos como este podem trazer grandes oportunidades.

:: Casos de coronavírus chegam a 1 milhão; conheça as medidas dos países mais afetados ::

O valor atribuído ao trabalho se alterou ao longo da história. É importante entendermos como os diversos fatores que permeiam este transformação refletem os projetos da classe dominante para explorar cada vez mais os que fornecem a força de trabalho no país e no mundo.  

Somos parte de uma formação social que carrega em sua trajetória cerca de quatro séculos de relações de trabalho baseada no escravismo. Isto por si só já é o bastante para refletirmos como a agem às formas em que predominam a compra e venda da força de trabalho, se constituíram de maneira bastante própria ao caráter não clássico de desenvolvimento do modo de produção capitalista em terras brasileiras.

Somos parte de uma formação social que carrega em sua trajetória cerca de quatro séculos de relações de trabalho baseada no escravismo.

Modernizar sem romper

Por conta da nossa experiência colonial, a sustentação de longos anos de expropriação e violência contra a classe trabalhadora teve sua gênese através de uma estrutura escravocrata que se modernizou sem rupturas completas com estas bases fundamentais.

Foi preciso atribuir outros sentidos ao trabalho. Não poderia se tornar hegemônica a concepção de que é através dele que todos os seres humanos movimentam a sociedade e ao mesmo tempo transformam a si mesmos em um processo cujo motor são as necessidades e possibilidades concretas da vida humana.

Um dos instrumentos fundamentais das guerras de conquista foi a subjugação completa dos povos originários de nosso território e daqueles trazidos dos demais continentes colonizados. Todos os seus modos de vida e consequentemente de trabalho aram a ser apropriados e direcionados a sustentar os padrões de exploração da classe dominante.

Sentido do trabalho

Nesse cenário, o trabalho significava necessariamente uma tarefa negativa, não humana. O simples fato de trabalhar remetia diretamente a mais baixa colocação naquela estratificação social do Brasil colônia.  Mais tarde, na complexa agem para formas predominantemente salariais de expropriação do trabalho, o valor atribuído a este ato fundante de todos os seres sociais a a ser alterado.

É preciso que quem trabalha, além de somente sobreviver, possa e deva comprar produtos. O trabalho a então a ser sinônimo de dignificação e cidadania. Na construção desse valor estará embutida a justificação para que uma pequena minoria torne atrativa a condição de exploração em que se encontra a classe que sustenta o mundo.

É preciso que quem trabalha, além de somente sobreviver, possa e deva comprar produtos. O trabalho a então a ser sinônimo de dignificação e cidadania.

Essa ideologia é responsável por mover e justificar a existência de todo um aparato organizado para impedir a revolta da classe trabalhadora aprisionada a uma relação em que é obrigada a vender a única coisa que lhe restou, a força para trabalhar.  

Os apelos assassinos de manutenção plena das atividades econômicas em meio a um estado de calamidade cuja taxa de óbitos já ultraa os cinco mil casos não devem causar surpresa se verificarmos quem é a sua base de sustentação e sua forma de agir ao longo da história.

Clóvis Moura, um dos nossos grandes intelectuais, já disse que é preciso lembrarmos como o povo brasileiro criou a história trabalhando e lutou contra os níveis de exploração sucessivos que apareceram. Nessa longa trajetória, segue sendo os que trabalham a força capaz de alterar os rumos dessa lógica que mantém o trabalho à serviço da exploração.

*Júlia Duarte é advogada popular e mestranda em Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica pela UFPE.

Editado por: Heloisa De Sousa e Vivian Fernandes
Tags: covid-19trabalho
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

ARTIGO 19

Mendonça: redes não podem ser responsabilizadas por postagens ilegais

Protesto

MST realiza atos em Marabá (PA) contra instalação da hidrovia Araguaia-Tocantins

Bolsonarismo

Falta de unidade pode enfraquecer extrema direita nas eleições de 2026, avalia professor

AMAZÔNIA

‘Aproveitam brechas da lei para roubar terras públicas’, diz secretário do Observatório do Clima sobre grileiros

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.