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Economia

Coronavírus e crise do petróleo fazem ressurgir fantasmas dos anos 90 na Rússia

Governo começa a adotar medidas econômicas para evitar colapso semelhante ao de três décadas atrás

13.abr.2020 às 00h29
Atualizado em 14.abr.2020 às 00h29
Nova Delhi (Índia)
Daniel Giovanaz
putin coronavirus russia

Putin anunciou isolamento social até o fim de abril; estados terão autonomia para definir quais serviços são essenciais e devem seguir funcionando - AFP

A Rússia foi uma das últimas nações do hemisfério norte a reportar casos do novo coronavírus, em 19 de março. Hoje, são 18.328 diagnósticos confirmados e 148 mortes por covid-19. A partir da experiência dos demais países afetados, o presidente Vladimir Putin começa a anunciar medidas econômicas para evitar um colapso semelhante ao que ocorreu há 30 anos, na transição para o capitalismo de mercado.

A principal diferença para os anos 90 é a disposição do Estado para interferir na economia. Pequenas e médias empresas terão suas folhas salariais desoneradas, trabalhadores da saúde receberão bônus mensais de até R$ 5 mil de abril a junho e dívidas anteriores de pessoas físicas e jurídicas poderão ser parceladas por mais de um ano.

O presidente também garantiu que desempregados, autônomos e informais poderão ar benefícios sociais durante a pandemia, e afirmou que “completará” o salário de trabalhadores que tiverem jornadas e salários reduzidos. Ao todo, Putin confirmou que injetará o equivalente a R$ 22 bilhões na economia.

Até o final da semana, o governo deve especificar como cada beneficiário poderá ar os programas de isenção, linhas de crédito e auxílios prometidos, e quais os limites de compensação dos salários pelo Estado.

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Petróleo

Os impactos da pandemia na Rússia podem ser amplificados por um problema anterior à chegada do vírus: a crise do petróleo. O país é um dos maiores exportadores do mundo e viu os preços internacionais despencarem após a Arábia Saudita anunciar um aumento drástico em sua produção, oferecendo descontos de até 20% em alguns mercados. Era o prenúncio para uma “guerra de preços” com a Rússia, que levou à maior queda do petróleo em um mesmo dia desde a Guerra do Golfo, em 1991.

:: Leia também: Preço do petróleo provoca queda de 10% e Bovespa tem primeira interrupção desde 2017 ::

Com a paralisação da maior parte das atividades produtivas até o final de abril por conta da pandemia, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) russo em 2020 caiu de 2% para 1%, conforme a agência Fitch.

 “A recessão global, que nós já estávamos vivendo em janeiro, começou bem antes da chegada da covid-19. Isso irá comprometer a confiança das pessoas [em relação aos governos], incluindo o Putin”, explica o jornalista e analista político russo Konstantin Syomin. “O preço do petróleo vem despencando e chegou ao fundo do poço. A economia russa vai ser, e já está sendo, duramente afetada”, completa.

Desde 2014, a população abaixo da linha da pobreza cresceu 15% na Rússia. Os números refletem não só a instabilidade do preço do petróleo, mas uma série de sanções aplicadas por potências ocidentais após a anexação da Crimeia, há seis anos.

Ainda assim, a economia não quebrou, contrariando a previsão de representantes do mercado financeiro no Ocidente. Enquanto os índices de endividamento russos estão em cerca de 15% do PIB, a média da União Europeia é de 80%. O principal motivo é a diversificação das atividades, “forçada” pelas sanções – o setor industrial e a agricultura mais que dobraram sua participação no PIB após 2015.

Para o presidente do banco estatal russo VTB, Andrey Kostin, a covid-19 é mais nociva para a economia russa do que a crise do petróleo e as sanções. “Nós sabemos como lidar com a crise do petróleo, mas não com a crise do vírus. Por isso, é tão difícil fazer previsões. Ninguém tem respostas sobre quanto tempo isso vai durar: dois ou três meses, ou é uma questão de anos? As medidas de bloqueio e os pacotes econômicos dependem de informações que desconhecemos”, itiu, em entrevista à agência Bloomberg. 

Nós sabemos como lidar com a crise do petróleo, mas não com a crise do vírus. Por isso, é tão difícil fazer previsões. Ninguém tem respostas sobre quanto tempo isso vai durar: dois ou três meses, ou é uma questão de anos?

Kostin lembrou que Rússia e Arábia Saudita começaram a esboçar acordos que podem elevar o preço do barril de petróleo da casa dos US$ 30 para a dos US$ 40 ou US$ 50. “Em outro momento, esse salto resultaria necessariamente em um fôlego para a economia russa, mas as incertezas da pandemia nos impedem de afirmar isso”, completou.

Notícias falsas

Nas últimas semanas, as redes sociais na Rússia foram invadidas por notícias falsas sobre a pandemia. As mais comuns acusam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mídia e o governo de adulterarem números para maximizar os impactos da covid-19 e aterrorizar a população.

Syomin conta que muitas famílias que estavam em quarentena até março começam a sair de casa porque desconfiam das informações oficiais. O jornalista acrescenta que a situação tende a ser mais grave no interior do país, onde menos pacientes são testados.

“Eles estavam esperando uma catástrofe, e ela ainda não chegou. Então, por não verem cadáveres ou caixões perto de suas casas, alguns começam a pensar que pode não ser tão sério como a mídia está dizendo”, interpreta. “As pessoas em Nova Iorque, por exemplo, não precisam de mais evidências, porque têm ambulâncias circulando o tempo todo nas ruas. Enquanto a gente não tiver isso aqui, essas teorias e especulações vão continuar”, lamenta.

:: Bolsonaro e seus robôs: como funciona a propagação de fake news sobre o coronavírus::

Outra informação falsa que tem circulado na Rússia diz respeito ao desabastecimento, indicando que o “pesadelo dos anos 90” estaria de volta ao país. A primeira década após o fim da União Soviética foi marcada pela escassez de mercadorias e pelos altos índices de desemprego.

O principal motivo daquela crise foi a tentativa de implementar um choque em direção ao capitalismo, reduzindo a participação do Estado na economia e deixando empresas e indivíduos à mercê das regras do mercado. Milhões foram à falência, e as prateleiras vazias se tornaram o símbolo de uma transição fracassada.

Para checar imagens encaminhadas em aplicativos de mensagens que começam a provocar pânico na população russa, a reportagem do canal estatal Russia Today está visitando e registrando o interior de supermercados pelo país. A ideia é verificar se já há gôndolas vazias por conta da pandemia. O cenário, por enquanto, é de normalidade, exceto no setor de carnes. Frango e peru, por exemplo, começam a faltar, porque muitas famílias aram a estocar alimentos e dão preferência às variedades mais baratas.

Apesar dos percalços dos últimos anos, a conjuntura não lembra em nada a da década de 90. O país tornou-se autossuficiente em produção de alimentos e possui uma das cinco maiores reservas financeiras do mundo. As empresas russas endividadas terão o a crédito e receberão isenções do Estado.

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Uma mulher e um bebê vistos no centro de Moscou durante quarentena. Ao fundo, veículos realizam a desinfecção do local / Yuri Kadobnov/AFP

Perspectivas

Além do trauma do desabastecimento, a transição para o capitalismo deixou como legado um dos sistemas de saúde mais caros do mundo. Em duas décadas, entre 1986 e 2005, a expectativa de vida dos russos caiu de 69,1 anos para 65,5 anos.

“O sistema de saúde soviético era muito forte. Era gratuito para todos, e a qualificação dos profissionais de saúde era muito alta”, lembra Syomin. “Porém, depois das privatizações dos anos 90, ele foi praticamente destruído, desmantelado. Então, acho que o preço vai ser pago agora. Já está sendo pago”.

O sistema de saúde soviético era muito forte. Era gratuito para todos, e a qualificação dos profissionais de saúde era muito alta.

O analista político diz que o país se agarra às “reminiscências” do modelo soviético, contando com médicos experientes formados em uma época em que a saúde não era tratada como um bem de consumo.

A Constituição Russa prevê assistência médica gratuita para todos, mas o índice real de cobertura é inferior a 21%. Segundo relatório da agência Bloomberg, a assistência médica russa está em último lugar entre 55 países desenvolvidos.

Em 2016, uma pesquisa do Instituto Levada, com sede em Moscou, mostrou que só 2% dos cidadãos têm orgulho do sistema de saúde do país. Hoje, o setor é majoritariamente privado. O investimento estatal em saúde é inferior a 5,5% do PIB, menor que todos os países da União Europeia.

Graças a uma política rígida de isolamento dos infectados e à agilidade no fechamento das fronteiras com a China, o número de casos de covid-19 na Rússia ainda é baixo – na comparação com o Brasil, por exemplo.

O aumento do número de casos em abril, especialmente em Moscou, afetou diretamente as políticas de prevenção e controle do vírus. A capacidade do sistema hospitalar da capital se esgotou na última semana, e o governo ou a investir na construção de hospitais de campanha e em testes massivos – mais de 1 milhão por dia, segundo números oficiais.

O tom do discurso oficial também mudou. Se no final de março Putin disse que o vírus estava “sob controle”, hoje não há sinais de subestimação.

“Precisamos cuidar da saúde do povo e, depois, da economia”, disse o presidente, em seu último pronunciamento em cadeia nacional. “A ameaça persiste. Os virologistas estimam que o pico da epidemia não foi atingido no mundo nem em nosso país. Acreditem: a melhor forma de prevenir o vírus é ficar em casa”.

Mesmo com a economia ameaçada, a Rússia tem participado de ações de solidariedade e cooperação internacional, enviando medicamentos e equipamentos de saúde aos países mais afetados, como Estados Unidos e Itália.

Editado por: Rodrigo Chagas
Tags: capitalismocomunismoeconomiaprivatizaçaoputinrússiasaúde
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