Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

Feminicídio

O caso Magó e o aumento dos números de feminicídio a cada ano

A tipificação “feminicídio” é recente no Brasil. Por muito tempo, leis consideraram a mulher um objeto de posse do homem

07.fev.2020 às 19h32
Curitiba (PR)
Lia Bianchini
Manifestação pela morte de Magó

/ Giorgia Prates - Giorgia Prates

“Menos um lugar na mesa, mais um nome na oração”. Assim, com um poema de Mario Quintana, foi lembrada a morte da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, no ato em repúdio ao feminicídio realizado em Curitiba, no sábado (01). Magó, como era conhecida a bailarina, foi brutalmente assassinada no último dia 26, em Mandaguari, na região de Maringá (PR).

O número de mulheres com lugares retirados à mesa e nomes lembrados em orações só cresce, tanto no Brasil quanto no Paraná. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, em 2017, 1.151 mulheres foram vítimas de feminicídio em todo o Brasil. Em 2018, o número ou para 1.206.

Já no Paraná, foram registrados 41 feminicídios em 2017, 61 em 2018 e 73 de janeiro a outubro de 2019, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do estado.

A tipificação “feminicídio” é recente no Brasil. A lei entrou em vigor apenas em 2015. Enquadram-se nela os crimes contra mulheres “por razões da condição do sexo feminino”, que, segundo a lei, são aqueles em que há “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.

Mulheres como sujeitos

Mariana Bazzo, promotora de justiça do Ministério Público do Paraná (MPPR) e autora do livro "Crimes contra Mulheres", explica que historicamente as legislações consideraram a mulher como um objeto de posse do homem, seja do pai ou do marido. No Brasil, apenas em 1962, com o chamado "Estatuto da Mulher Casada", a mulher ou a ter sua capacidade civil reconhecida por lei.

"Ainda há um caldo dessa cultura presente na sociedade, no sentido de que a mulher que desobedece merece ser duramente e cruelmente castigada. Não se torna adequado nesse caso falar em crime ional, em paixão, em amor, mas sim nessa necessidade de afirmação de uma masculinidade baseada na posse e no domínio do outro, no caso, a mulher, que somente muito recentemente se tornou sujeito para os olhos da lei e da sociedade", explica Bazzo.

A perpetuação de uma cultura que enxerga as mulheres como objetos e os homens como proprietários é também refletida nas estatísticas sobre feminicídio. Ainda segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, 88,8% das vítimas foram assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros e 66,5% dos crimes aconteceram nas residências das vítimas. No perfil das vítimas, 61% são mulheres negras e 70,7% cursaram até o ensino fundamental.

Crueldade, explícita ou não

Em boa parte dos casos, o feminicídio é um crime cometido com requintes de crueldade. A advogada Sandra Lia Barwinski, integrante do Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), explica que existem “condutas características do feminicídio”, que são a violência sexual prévia e a morte por esganadura.

A bailarina Magó sofreu as duas violências. Laudo pericial apontou que a jovem foi vítima de asfixia e que chegou a lutar com o agressor. Na tarde desta segunda-feira (3), outro laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Maringá confirmou que a bailarina foi também vítima de violência sexual.

Barwinski pondera ainda que, em muitos casos, a crueldade não está explícita no assassinato, mas vem do contexto de violência a que a mulher estava submetida. “Nós costumamos dizer que o feminicídio é um crime evitável, porque ele dá sinais anteriores. Normalmente vamos ver (principalmente quando se trata de violência doméstica – que é o que nós temos falado mais) uma história de violência anterior – [violência] psicológica, patrimonial, moral – no âmbito doméstico e familiar”, diz.

A advogada lembra também que existe uma crueldade maior e mais explícita direcionada às mulheres que transgridem o padrão heteronormativo da sociedade, como as mulheres transsexuais e as mulheres lésbicas.

Barwinski aponta ainda a necessidade de um preparo maior das pessoas operadoras do Direito em relação à proteção das mulheres. “Se nós tivéssemos políticas públicas, ações efetivas de prevenção das violências, de promoção dos direitos das mulheres, de assistência a essas mulheres quando procuram [ajuda] no primeiro momento, nós não teríamos que pensar na punição e na responsabilização de agressores”, afirma. 

Editado por: Ana Carolina Caldas e Rodrigo Chagas
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

ARTIGO 19

Mendonça: redes não podem ser responsabilizadas por postagens ilegais

Protesto

MST realiza atos em Marabá (PA) contra instalação da hidrovia Araguaia-Tocantins

Bolsonarismo

Falta de unidade pode enfraquecer extrema direita nas eleições de 2026, avalia professor

AMAZÔNIA

‘Aproveitam brechas da lei para roubar terras públicas’, diz secretário do Observatório do Clima sobre grileiros

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.