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MÁ VONTADE

Gestão Doria cria entraves e inviabiliza cooperativas de detentas em São Paulo

Secretaria de istração Penitenciária não firmou documento após projeto ser acordado e iniciado pela ONG Humanitas

31.maio.2019 às 18h49
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h49
São Paulo (SP)
Luciana Console
Detentas em uma oficina de capacitação realizada na Penitenciária Feminina II de Tremembé

Detentas em uma oficina de capacitação realizada na Penitenciária Feminina II de Tremembé - Humanitas360/Reprodução

O projeto de cooperativas de trabalho, que funciona dentro da Penitenciária do Tremembé, na capital paulista, é uma porta de entrada para que os detentos desenvolvam habilidades profissionais, autonomia financeira e auto-estima. Porém, o projeto de quase dois anos enfrenta entraves burocráticos do governo do Estado de São Paulo e está impossibilitado de rear a verba das vendas para os produtores dentro da prisão. Mesmo com o corte do ree de verbas, as iniciativas seguiam funcionando até que nesta quinta-feira (30), o governo proibiu o funcionamento das cooperativas nos presídios do estado.

O Humanitas informou que as atividades de produção para comércio estão paralisadas, mas que o espaço vai continuar funcionando com treinamento e oficinas. Além disso, há o funcionamento da Casa Tereza, também na região do Tremembé, onde cooperadas ex-detentas seguem com a produção enquanto a situação não se resolve. 

A cooperativa, que funcionava no Complexo Prisional Tremembé, é registrada na junta comercial sob o nome da marca Tereza. No projeto, as mulheres trabalhavam com produção têxtil e os homens estavam apenas iniciando produção de alimentos orgânicos. A iniciativa também contempla a montagem de um espaço produtivo fora da Penitenciária, para os detentos em regime semi-aberto e para os que já foram libertados. Segundo Ricardo Anderáos, vice-presidente do Instituto Humanitas, responsável por apoiar o projeto, não há razão para o impedimento do ree, pois além do projeto ser legal, ele é "importantíssimo para a mudança da situação carcerária brasileira". 

"O objetivo, na verdade, do trabalho é pra quem sai da prisão. Justamente impedir que eles reincidem no crime, que voltem para as facções, que voltem pro tráfico. Mas se o objetivo é fora, a porta de entrada é dentro". 

A ideia de montar uma cooperativa de trabalho com detentos surgiu com a Dra. Carmen Botelho, diretora do presídio feminino de Belém (PA). Ricardo conta que cerca de 200 mulheres aram pela cooperativa e nenhuma voltou ao crime após sair da prisão. Com o sucesso na reincidência zero, o Instituto Humanitas decidiu apoiar a implementação do projeto de cooperativas em São Paulo e chegou até o Presídio do Tremembé, após encontros com o Secretário da istração Penitenciária em 2018.

Anderaós conta que reuniões foram realizadas com diretores de unidades prisionais da região, além da juíza da Vara de Execução Criminal local. Segundo o vice-diretor da ONG, todos concordaram com o projeto e um termo de cooperação técnica foi previsto juntamente com o início da montagem de oficinas, compra de equipamentos e capacitação dos detentos e detentas. Porém, conforme a parte prática das oficinas ia evoluindo, a parte jurídica foi deixada de lado. 

"O que aconteceu foi que ao longo desse período todo, a Secretaria foi pedindo mais documentos para nós, alterações no termo. Fomos tendo mudanças no contexto do termo, porque originalmente a juíza da Vara ia, seria copartícipe do acordo e depois de um tempo ela preferiu não ser mais, aí o termo seria só entre nós e a Secretaria. Essa novela foi se desenrolando ao longo do ano ado", relembra.

Leia mais: Dos 574 mil detentos e detentas no Brasil, apenas 20% trabalham e 8,6% estudam

A produção da marca Tereza cresceu, mas o termo não foi firmado. Com a mudança de gestão, a Humanistas teve que dialogar com a nova Secretaria de istração Penitenciária do governo de João Doria, sob comando do Coronel Nivaldo Restivo. Anderáos relata que "a surpresa veio quando o secretário informou não haver documento algum em andamento sobre a questão" e orientou que o problema fosse levado para a Funap (Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel”), que é responsável pela exploração da mão de obra carcerária no Estado de São Paulo.  De acordo com a Lei de Execuções Penais (LEP), os detentos podem ser contratados para trabalhar para o Estado ou por empresas privadas, mas sem CLT. 

No entanto, Anderaós explica que as regras da Funap vão contra os pilares do projeto que visa o empreendedorismo e acompanhamento dos detentos na progressão da pena. 

"Só que o nosso caso, nós não somos uma empresa contratando detentos para trabalhar pra nós e pagando salário a eles. Nós somos uma organização social criando uma empresa dos detentos. É uma cooperativa. A gente é um facilitador e por isso as conversas com o governo anterior nunca envolveram a Funap, porque são coisas de ordens distintas".

Com a situação sem andamento jurídico e istrativo, o diretor do presídio do Tremembé optou em novembro de 2018 por bloquear os rees para as detentas até que a situação se resolvesse. 

Questionada pelo Brasil de Fato sobre as afirmações do vice-diretor da Humanitas, a Secretaria de istração Penitenciária de São Paulo se limitou a responder somente que “está em tratativas com o Instituto desde o início do ano para regularizar o recebimento dos recursos das reeducandas. Contudo, justamente pelo ineditismo da iniciativa, a Pasta está buscando alternativas para viabilizar a transferência dos valores”.

Para Ricardo, os entraves têm caráter "filosófico e não jurídico". "Firmamos um termo de parceria com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), presidido pelo Dias Toffoli, para levar essa experiência para outros estados brasileiros em parceria com o CNJ. Então como é que a Secretaria Paulista pode afirmar que é ilegal fazer uma coisa que o STF e o CNJ estão indo conosco fazer no Maranhão?", questiona.

Enquanto a situação não se resolve, o Instituto Humanitas tem feito o ree de dinheiro aos familiares das detentas e detentos, que seguiam trabalhando até ontem. 

Criar empecilhos para que detentos não consigam ser donos do próprio negócio e gerir a própria renda, segundo Ricardo, reflete o contexto do país de governos com visão conservadora, que não item a autonomia dos presos e preferem manter o modelo tradicional de trabalho com funcionário e patrão. "O projeto da cooperativa da marca Tereza questiona este modelo", finaliza.

Editado por: Pedro Ribeiro Nogueira
Tags: mulherespresidioradioagência
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