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Testemunho

“Esse povo de vocês, mas de lá, ontem derrubou um ditador”

Preso político da ditadura militar brasileira relata gesto inesperado de solidariedade no dia da Revolução dos Cravos

25.abr.2018 às 14h33
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h42
São Paulo (SP)
Aton Fon Filho
Presos políticos no Presidio de Barro Branco: Aton Fon Filho é o segundo da fila dos sentados, a partir da esquerda**

Presos políticos no Presidio de Barro Branco: Aton Fon Filho é o segundo da fila dos sentados, a partir da esquerda** - Arquivo

Meu nome é Aton Fon Filho. Em 1974, abril, eu estava preso na Ilha Grande.

No dia 23, fui levado para o Presídio Hélio Gomes, no Rio de Janeiro e, no dia 24, para a Polícia do Exército (PE) da Barão de Mesquita.

No dia 25, fui trazido para São Paulo e, já à noite, levado para o quartel da PE na Abílio Soares, onde fiquei isolado numa cela no corredor dos presos, que estava vazio.

Ficou claro que o contato comigo era proibido e até para entrega das refeições vinha até a cela o sargento comandante da guarda acompanhado de outros praças.

No final da manhã, houve uma discussão sobre a limpeza do corredor e das celas e um grupo de soldados entrou no corredor. Na agem, um deles jogou uma laranja dentro de minha cela, sem que eu pudesse ver quem fora.

Eles saíram e tornaram a entrar no corredor das celas carregando baldes, vassouras e esfregões. Na agem — e, de novo, sem que eu visse quem o fazia — outra laranja foi jogada na cela e um pão em cima da cama.

Terminada a lavagem, eles foram se retirando enquanto um deles, um cabo, fazia a vistoria do trabalho realizado.

Ao ar em frente da cela em que eu estava, esse cabo, um jovem, se aproximou e me perguntou se o pão tinha caído no chão. Eu respondi que não, que tinha caído na cama e agradeci pelas laranjas e pelo pão.

Aí esse rapaz, esse cabo, me perguntou se eu tinha visto o que tinha acontecido em Portugal. Eu disse que não e ele explicou: "Esse povo de vocês, de lá, ontem derrubou o governo, um ditador que tinha lá."

Foi só o que eu soube do 25 de abril, no dia 26 de abril, graças à solidariedade de um jovem cabo que escamoteou para minha cela e me deu de presente duas laranjas, um pão e a certeza de que as mais ferozes ditaduras podem ser derrubadas.

 

* Aton Fon Filho tinha 16 anos quando os militares tomaram o poder no Brasil, em 1964, e naquele mesmo ano se tornou membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). No final de 1969, foi preso e torturado por sua atuação na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização comandada por Carlos Marighella, que morrera meses antes. Ao ser liberado, em 1979, formou-se em Direito e se tornou advogado de causas e movimentos sociais, tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

** Na foto:
Em pé – da esquerda pra direita: Ariston Lucena, Gilberto Beloque, Paulo Vanucchi, Genoino, Mané Cirilo. Sentados: Oséas Duarte, Aton Fon, Reinaldo Mourano, Celso Horta, Hamilton Pereira.

Editado por: Diego Sartorato
Tags: brasilditaduraditadura militarfascismoportugalrepressãorevolução dos cravos
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