Para Leda, o rebaixamento interessa ao governo Temer, já que seria um elemento a mais para forçar a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, da "reforma" da Previdência. "Ontem, conversando com um amigo, dizia 'olha, não se surpreenda se daqui a um tempo nós soubermos que houve até um incentivo do governo brasileiro no rebaixamento dessa nota'. Por que isso aumenta a pressão dentro do Brasil para se fazer essa reforma que se julga a panaceia para todos os males, e que está difícil para o governo fazer", afirma. "Serve muito para fazer terrorismo, empurrar reformas que de outra maneira não se conseguiria aprovar."
A economista defende que sejam discutidas modificações no regime previdenciário, mas acredita que essa é uma questão superdimensionada. "Existe uma questão previdenciária porque existe um crescimento da expectativa da população. Com isso, algum ajuste tem que ser feito, qualquer que seja o regime, pode ser o de repartição simples, como é o geral do INSS, ou o de capitalização, como é o dos fundos de pensão. Agora, primeiro, isso não é a panaceia para todos os males. Segundo, a consequência disso a curto prazo é nula para a economia."
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Rede Brasil Atual