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Agricultoras do Pará investem em agroecologia em região dominada pelo veneno

Enquanto venenos das plantações de soja matam abelhas, mulheres da Amabela investem na variedade de produções

05.jul.2017 às 16h07
Belterra (PA)
Bob Barbosa
Da esquerda para a direita, as agricultoras Sandra, Lindalva, Irlanda, Mazé e Selma

Da esquerda para a direita, as agricultoras Sandra, Lindalva, Irlanda, Mazé e Selma - Da esquerda para a direita, as agricultoras Sandra, Lindalva, Irlanda, Mazé e Selma

“Ser trabalhadora rural hoje, trabalhar com agroecologia em Belterra, é um grande exemplo que a gente dá. Só que, devido ao enfrentamento, tem um desafio muito grande. Esse agronegócio nos prejudica bastante. Mas não nos derruba.” O depoimento é da agricultora Selma Ferreira, que mora na comunidade de Nova Canaã, no km 140 da BR 163 e que faz parte da Amabela. 

A segunda reportagem sobre a Amabela, a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Município de Belterra, no interior do Pará, mostra como as agricultoras enfrentam os agrotóxicos usados nas plantações de soja e apostam na agroecologia para uma alimentação saudável. Clique aqui para conferir a primeira reportagem da série.


Foto: Bob Barbosa/Brasil de Fato

A presidenta da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Município de Belterra, a agricultora Vera Nunes, conta que “as crianças já não podem estudar tranquilamente na sala de aula, porque tem escola que a soja tomou conta em volta. Os professores e os alunos se sentem mal. Os sojeiros usam maquinário para pulverizar [o agrotóxico]. Muitos usam aquele aviãozinho que joga veneno por cima. É um cheiro muito forte. Mesmo que o trabalhador rural plante sem o agrotóxico, ele é atingido porque está muito próximo das lavouras de soja”.

Sobre a proximidade com as lavouras de soja ou de milho, a agricultora Maria José Carneiro, conhecida como Mazé, relata:

“A gente tinha aqui dez caixas de abelhas, tinha de jandaíra, canudo e jataí. Vendia muito mel. Elas produziam bastante até o dia em que começaram a inventar esse negócio de colocar veneno. Aí começaram a morrer minhas abelhas e perdi tudo. Como as abelhas saem para pegar néctar, elas já vêm contaminadas quando chegam de volta na caixa, e aí perde a caixa toda. É muito triste você abrir a caixa e ver as bichinhas tudo morta.”

Apontando para uma árvore no quintal, Mazé completa: “A gente trabalha com agroecologia porque esse veneno mata mesmo. Quando eles começam a ar veneno lá, na plantação deles, na soja, no milho, o vento traz e vai queimando. Esse galhos queimados ali é tudo veneno.” Ainda assim, com todas essas adversidades, Selma acredita que “o nosso maior desafio é mostrar para Belterra que existe capacidade de trabalhar dentro dos quintais produtivos, sem agrotóxicos, com uma alimentação saudável, para alimentar nossas famílias e os nossos consumidores.”


Cafezal no Quintal Produtivo de Mazé | Foto: Bob Barbosa/Brasil de Fato

Diversidade

E para se contrapor a esse modelo, as mulheres da Amabela investem na variedade de produções. Mazé é exemplo de quem aposta na diversidade:

“Eu produzo doce de cupú, de manga, caju, muruci, beiju de mandioca, todas as espécies de beiju, salgados também. Faço artesanato, licor, de cada coisa eu faço um pouco. Vendo também as polpas de frutas, plantas ornamentais, medicinais.”

Lindalva Castro também segue essa linha: “Eu produzo galinha caipira, faço cachaça de jambú, licor doce e também tenho um pouco de roça. Vendo ovo, vendo pinto, e isso traz um pouco de renda. E, para complementar, faço artesanato, tapetes, licores, doces, que trazem um renda de mais ou menos R$ 600 por mês".

Ela conta que, em sua casa, vivem cinco pessoas: o marido, que trabalha na escola; duas filhas, de 22 e 16 anos; e um neto de um ano e seis meses. "Da minha produção, eu consumo ou dou mamão, macaxeira, cupuaçu, abacate… A gente consome e também dá para os vizinhos, para os amigos que chegam. Eu vendo a galinha e compro peixe, compro carne”, conta Lindalva.

Essa diversidade se reflete também no perfil das agricultoras dos sete distritos do município de Belterra. "É uma delícia trabalhar com cada mulher, com cada quintal, com as filha delas, com as pequenas, com as maiores. Nós somos um grande conjunto de variedades de cores, de raças, de tudo. Tem as indígenas, as negras, as brancas”, enumera Selma.

"Quintais produtivos"

Nesses "quintais produtivos", como elas chamam os vicejantes espaços que ficam no fundo das suas casas, elas praticam os princípios da agroecologia. 


Foto: Bob Barbosa/Brasil de Fato

Mas nem sempre foi assim. Maria Irlanda lembra que, antes, não conhecia a defesa pelo meio ambiente. "Hoje, por exemplo, eu sou contra a queimada, contra o agrotóxico. Eu não tinha esse entendimento, mas, a partir do momento em que comecei a participar dos movimentos sociais, comecei a defender o meio ambiente".

Isso se reflete em suas práticas, que incluem produzir o adubo natural e plantar a roça sem queima: "Para mim, a agroecologia é de fundamental importância para o nosso trabalho de agricultora familiar. Eu produzo o adubo natural, aquele adubo que a gente faz nos nossos quintais, e depois coloco nos canteiros, nas plantas, na horta.”

E as formigas, que na Amazônia reinam soberanas? Lindalva dá a dica:

“Para espantar a saúva das nossa roças, nós colocamos água, álcool e saúva em infusão por sete dias. Depois, distribuímos num litro com mais água e colocamos [o líquido] no sauveiro. Elas vão embora, abandonam a casa. Elas são iguais aos seres humanos: não comem a própria carne. Então, elas vão embora e, assim, deixam as nossas plantas livres”, explica.

Assim como Maria Irlanda e Lindalva, a agricultora Sandra da Silva conta que, depois que entrou para a Amabela, também mudou a percepção sobre o seu trabalho:

“Eu nasci em uma família de agricultores. A gente ajudava os pais em casa, mas eu não gostava, na verdade. Eu sempre gostei de criar animais, apesar de eu não gostar muito de trabalhar em roça. Gostava de criar galinhas, essas coisas. Aí foi que nós começamos a plantar mandioca, macaxeira, e aí eu já ei a gostar. Por mais que a gente não venda, pode servir de alimento. Sempre tem alguém que precisa. Às vezes vão lá em casa comprar macaxeira e eu vendo. Outros vão pedir; aí eu dou", conta.  


Foto: Bob Barbosa/Brasil de Fato

Vou pegando, vou plantando

O projeto dos pintos e a criação de galinha caipira integrada à horticultura é outra atividade da Amabela. Nele, cada uma das 21 mulheres que o compõe recebe 50 pintinhos para dar o ponta pé inicial na criação das galinhas caipiras.

Sandra, que mora e cultiva seu lote próximo da área urbana, está entre as “amabelas” que criam galinhas:

“Como eu gosto de criar galinha, achei muito interessante essa história de criar pintinhos. Eu e meu marido aumentamos o galinheiro, fizemos todo o esquema onde ficam os pintinhos. Acho tão bonito quando eles estão pequeninhos… Mas vão crescer e [a criação] vai ser rentável.”

A criação de galinhas e patos já era uma prática muito comum entre os trabalhadores e trabalhadoras rurais de Belterra, mas o surgimento da Amabela propiciou novas parcerias e capacitações, como ressalta Maria Irlanda de Almeida:

“É uma oportunidade de termos a capacitação pelo veterinário da Adepará [Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará], que é nosso parceiro também, assim como a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará) e a Fase, que contribuiu muito com a gente. Sozinhas a gente não vai a lugar nenhum, mas com as parcerias a gente vai longe”, comemorou Maria.

Editado por: Camila Rodrigues da Silva
Tags: agroecologiaagrotóxicosparáradioagênciavenenos
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